segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

SANTO NATAL

Imagem: DR

Uma estrela diz ao mundo: é NATAL! É JESUS que nasce! Deus torna-se um de nós!

É no calor humano do teu coração que o Menino-Deus quer nascer de novo.

As Obras Missionárias Pontifícias desejam-lhe, bem como a toda a família,

um FELIZ e SANTO NATAL e um NOVO ANO repleto

das mais abundantes bênçãos de Deus.

A Direcção

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

‘NÃO PODIA FICAR PARADA!’ - ANDREIA, LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO (Conclusão)

Shalom e Taizé

Assim pensou, assim fez, começando pela missão ao pé da porta. No Shalom, o seu empenhamento subiu de escalão: ‘E foi assim que me fui me empenhando cada vez mais no Shalom na organização e participação das mais diferentes actividades. Também fui animadora num encontro. Fui às Jornadas Mundiais da Juventude de Roma em 2000 e às de Colónia em 2005, e Taizé também marcou muito o meu percurso. Fez-me viver a diferença na fé que no fundo também já era um apelo à missão. Na paróquia também fui catequista durante 4 anos’ – uma já bem longa missão aqui.

Ao nível académico, apostou no Serviço Social e, já finalista, começou a formação dos Leigos para o Desenvolvimento: ‘Foram 9 meses de crescimento espiritual muito intenso e de criação de laços fortes com as pessoas da formação’. E estava prontinha a dar corpo a um sonho antigo. Partir em Missão lá fora.

Finalmente, Moçambique

Lichinga, no Niassa - Moçambique acolheu-a de braços abertos em Novembro de 2006. Foi tudo muito intenso, com rosas e espinhos à mistura, com dificuldades na vida de comunidade e nos trabalhos a concretizar. Mas foi bom demais: ‘Mudou-me o coração. Sou a mesma sim, mas de maneira diferente. Nunca mais poderei olhar o mundo e as pessoas da mesma forma. E estou mais viva que nunca. E nunca fui tão feliz. Mas daquelas felicidades que permanecem mesmo com as tristezas e as dores que a vida traz. Há sempre Luz, há sempre Esperança porque há sempre Deus’.

O trabalho foi intenso: ‘trabalhei em dois projectos distintos de órfãos: num orfanato de meninas das Irmãs Servas de Maria e com um grupo de Mamãs com fazia visitas a órfãos do nosso bairro. A minha pastoral era dar catequese na Cadeia Civil e também gostava de ajudar a Sara da minha comunidade nas visitas e comunhão aos doentes’.

A Missão continua

De regresso a Portugal, a Missão continua agora marcada pela experiência em Moçambique: O que mais marca são sempre as pessoas a quem nos ligamos profundamente, ultrapassando as barreiras da língua, da cultura, da cor, das vivências. Quando há Amor, tudo o resto cai por terra’.

A Missão continua aqui em Portugal.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil
Foto: DR

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

‘NÃO PODIA FICAR PARADA!’ - ANDREIA, LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO

Andreia Carvalho nasceu há 25 anos em Almeirim, mas aos 4 anos já estava em S. Domingos de Rana. A Missão entrou-lhe pelos ouvidos, ou melhor, pelo coração: ‘Quando tinha 12 anos, ouvi um missionário (Espiritano) falar na Missa da catequese e o meu coração vibrou. Não me esqueci mais desse momento e o sonho foi crescendo comigo. Aos 15 entrei para o Movimento Shalom e a motivação foi ganhando mais sentido e fundamento. Parecia que já era Deus que me chamava mesmo’.

Graça do Jubileu

Tinha 16 anos quando, nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Roma, encontrou a Lina, dos Leigos para o Desenvolvimento, com experiência missionária em Moçambique. Este encontro marcou mais um virar de página na história missionária da Andreia. Conta: ‘Falei bastante com ela porque era assistente social que era também o curso que eu queria seguir. E prometi-lhe que ia com os Leigos assim que terminasse o curso! ‘

A Andreia tem uma Fé profunda que a obriga a ligar a convicção aos compromissos: ‘Não acredito em fé sem obras. Se acreditamos, se Jesus é mesmo exemplo para nós, isso tem que mudar a nossa vida e sobretudo, tem que nos levar aos outros. Não podia ficar parada! ‘. E, com este espírito, preparou-se para partir.

Dar de graça

Partilhar com quem não tem a riqueza que resultou das oportunidades que teve...foi o grande motor que levou a Andreia a partir: ‘Se Deus me deu tantas graças como uma família, casa, possibilidade de estudar, de ser livre, de ter amigos, de viajar entre tantas outras coisas... então a minha responsabilidade mínima é tentar levar um pouco aos outros as oportunidades que eles não tiveram, mas que eu tive. Está escrito no Evangelho "Dai de graça, porque de graça recebeste." e é das minhas passagens de referência. Eu sou privilegiada e posso ajudar os outros. Como não fazê-lo? ‘.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

POLÍTICA COM MISSÃO - MATILDE SOUSA FRANCO, DEPUTADA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA (Conclusão)


Deputada na AR

Esposa do professor Sousa Franco, viria a ser convidada, após a morte inesperada do marido, para cabeça de lista do PS, em Coimbra, para as Legislativas de 2005, como independente. Pôs a José Sócrates condições que não encontraria durante o controverso exercício do seu mandato de deputada. Mas, como disse nas XXI Jornadas Teológicas de Braga, ‘sou católica, fazendo questão de manter o compromisso que assumi com Nossa Senhora de agir de acordo com os princípios cristãos, em coerência com a minha consciência e honrando o compromisso que fiz com o PS’. E assim fez e Portugal viu-a votar contra, sempre que apareceram á discussão e votação os temas ‘fracturantes’.

A 3 de Abril enviou uma carta ao Secretário-Geral do PS a dizer que não aceitaria candidatar-se a estas eleições. Por convicção, por falta de espaço de intervenção.

Declarações de voto

O site da Assembleia da República fornece dados relevantes sobre a Dr. Matilde. Ela só conseguiu intervir duas vezes, mas descobriu uma forma alternativa de gritar alto: escrevendo ‘declarações de voto’, publicadas no jornal da AR. Foram 53, onde explica as razões dos seus votos. Finalmente, na hora da despedida, deram-lhe a voz para uma avaliação do seu mandato.

Servir Portugal

‘Servi Portugal e servi Coimbra’ é o título desta longa e profunda intervenção. Começou por mostrar a honra de ser a única mulher cabeça de lista e independente. Pediu mais democracia, com maior ligação entre os deputados e os eleitores. Denunciou a disciplina de voto que lhe impuseram e o aparecimento dos chamados ‘temas fracturantes’. Mais à frente afirmou: ‘lutei por uma sociedade mais igualitária e solidária. (...) Bati-me pela verdade e pela vida, que implica sobretudo os mais fracos.(...) Constantemente insisti, supliquei, para que Portugal dê exemplos mundiais em várias áreas de Humanismo, para que o Séc. XXI seja, finalmente, o século dos Direitos Humanos’. E, para fechar a intervenção, propôs a criação da cadeira ‘Educação para a Felicidade’.

Futuro com Missão

Matilde Sousa Franco deixa a política activa aos 66 anos, mas a sua Missão continua em várias frentes, tendo diversos projectos ‘missionários’ em agenda. Talvez a melhor forma de exprimir o que vai na alma desta católica na política e na cultura é a última frase do seu ‘discurso de despedida’ na AR: ‘Nunca fiz viagens pagas pelo Parlamento, mas farei assim a única que me interessa: ao Portugal do futuro como referência mundial dos Direitos Humanos, da Paz e do Amor’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

POLÍTICA COM MISSÃO - MATILDE SOUSA FRANCO, DEPUTADA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA


Depois das últimas eleições legislativas os políticos regressaram ao Parlamento. Matilde Sousa Franco esteve lá cumprindo a missão quase impossível de conciliar os seus valores cristãos com a prática política imposta pelas lideranças dos partidos. Foi sempre ‘fracturante’ quando os temas em debate e votação contrastavam com os valores gravados nas páginas dos Evangelhos. Sofreu pressões, aguentou, não cedeu...porque acredita que a Assembleia da República é um grande espaço de Missão. Sentiu-se uma política com Missão.

A Arte a e História

A História e a Arte preencheram grande parte da sua vida. Basta olhar para o seu vastíssimo curriculum (na página Web da Assembleia da República) para conhecermos as águas onde navegou. Fez estudos superiores em História, História de Arte e Museologia. Foi professora universitária nestas áreas de investimento científico. Mas foi, sobretudo uma mulher de acção, em nome da Cultura, da Arte e da História. É membro da Academia Portuguesa de História e da Academia Nacional de Belas Artes. Foi conservadora e directora do Palácio do Correio – Mor (Loures), do Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra), dos Museus Municipais de Lisboa, do Palácio Nacional de Sintra, do Museu de S. Roque, do Palácio e Museu da Assembleia da República...O seu nome saltou para as páginas dos jornais quando candidatou Sintra a Património da Humanidade e tal foi reconhecido pela UNESCO.

Deputada na AR

Esposa do professor Sousa Franco, viria a ser convidada, após a morte inesperada do marido, para cabeça de lista do PS, em Coimbra, para as Legislativas de 2005, como independente. Pôs a José Sócrates condições que não encontraria durante o controverso exercício do seu mandato de deputada. Mas, como disse nas XXI Jornadas Teológicas de Braga, ‘sou católica, fazendo questão de manter o compromisso que assumi com Nossa Senhora de agir de acordo com os princípios cristãos, em coerência com a minha consciência e honrando o compromisso que fiz com o PS’. E assim fez e Portugal viu-a votar contra, sempre que apareceram á discussão e votação os temas ‘fracturantes’.

A 3 de Abril enviou uma carta ao Secretário-Geral do PS a dizer que não aceitaria candidatar-se a estas eleições. Por convicção, por falta de espaço de intervenção.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SALTO DE MOÇAMBIQUE PARA O BRASIL - CÁTIA ANTUNES, IRMÃ DA APRESENTAÇÃO DE MARIA (Conclusão)

Finalmente, o Convento

Mas, ao fim de um ano e tal já estava de regresso a Portugal...para ingressar na Casa de Formação das Irmãs. Foi uma viagem directa da Missão para o Convento. A Cátia faz um esforço para explicar algo que não parece ter grande explicação: ‘Na altura não fazia parte dos meus planos ser Religiosa. Pelo contrário, tinha muitos projectos pessoais, mas os planos de Deus não são os mesmos que os nossos e ainda bem, porque Ele nos conhece melhor do que nós mesmos e sabe melhor que nós o que nos convém mais’. E pronto, Deus deu-lhe a volta à vida e ela Professou em 2007, em Setúbal, e pode perguntar-se com legitimidade: Porquê esta Congregação e não outra? A Cátia responde: ‘Pois foi esta que Deus colocou na minha vida, cativou-me com a história da sua fundadora Beata Madre Maria Rivier que foi uma mulher audaz, cheia de fé para quem não existia impossíveis e eu olhava para o exemplo dela e seduzia-me pois queria ser assim. Deus pede a todos esta audácia e coragem, porque não ousar e ir mais além?!’

Agora, Brasil...


Depois de ser missionária em Portugal, chegou a hora de re-partir para outra linha da frente: o Brasil. As Irmãs da Apresentação de Maria trabalham no Estado de Goiás e será lá que a Cátia vai viver e trabalhar nos próximos tempos. Acabou por partir no dia 14 de Novembro: ‘sou novamente enviada, desta vez para o Brasil, numa realidade e atitude de vida totalmente diferentes, mas igualmente divinas: vou em missão, porque Jesus me chamou de novo a fazê-lo e porque continuo a desejar Deus; o que vou fazer? Vou ser eu num sítio diferente…’.


Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SALTO DE MOÇAMBIQUE PARA O BRASIL - CÁTIA ANTUNES, IRMÃ DA APRESENTAÇÃO DE MARIA

A Cátia descobriu as Irmãs da Apresentação de Maria no Porto Alto. Fez Educação de Infância e, aos 22 anos, partiu para Moçambique em Voluntariado Missionário. Nesta linha da frente percebeu que Deus lhe apontava o caminho da Vida Consagrada. Após longo discernimento, professou em 2007. A 14 de Novembro, voou para o Brasil onde a espera a Missão no Estado de Goiás.

No Dia Mundial das Missões de 2002, foi-lhe lançado o desafio em jeito de convite: eram precisas duas jovens para partir rumo ao norte de Moçambique para uma missão de voluntariado. Tinha 21 anos e pediam-lhe que ajudasse a abrir um jardim de infância nas periferias de Nampula. O convite assentava-lhe que nem uma luva, pois estava a terminar o curso de Educação de Infância. Concluiu o Curso, fez as malas e partiu no ano seguinte.

O fascínio das crianças

Educação de Infância, porquê? Ela partilha as razões que a levaram a este curso: ‘Antes de descobrir a minha verdadeira vocação, achava que a minha vocação era trabalhar com crianças. Um dia vi na televisão um daqueles anúncios de luta contra a fome, com uma imagem de uma criança africana como centro. Senti um clique e pensei: é mesmo isto – crianças - são frágeis e posso ser muito útil, sobretudo para aquelas que não têm ninguém. Lembro-me que na altura pensei que pudesse abrir um orfanato e coisas do género. Era muito jovem, mas penso que essa foi a semente lançada. Isso influenciou grandemente a escolha do curso que tirei’.

Missão em Nampula

A sua relação com as Irmãs da Apresentação de Maria já vinha de longe: ‘Quando tinha 16 anos fomos viver para Porto Alto, onde conheci as Irmãs da Apresentação de Maria. Até essa altura nunca tinha visto uma Irmã ao ‘vivo e a cores’. Comecei a participar nos encontros da pastoral vocacional promovidos pelas Irmãs e começou uma relação de amizade muito bonita que, com o tempo, cresceu e se transformou. Com elas, comecei uma nova fase da minha caminhada com Cristo que, sem esperar, me levou a Cristo e a algumas respostas que tanto me inquietavam’.

A Missão transformou-a por dentro e rasgou-lhe novos horizontes: ‘Ser missionário não é fazer, é ser, não é dar, mas dar-se, onde Deus nos coloca, onde nos envia; é ser canal que recebe e dá Deus, numa gratuidade sem limites. Os outros não precisam das coisas que temos para lhes dar, mas precisam de nós, porque somos nós que damos sentido e conteúdo às coisas: o pobre que não tem nada também não precisa de nada, mas o pobre que não tem Deus… precisa de alguém que O leve…’. Partiu para Nampula em 2003.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A MISSÃO PELA PALAVRA – LUÍSA ALMENDRA, IRMÃ E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA (Conclusão)


A paixão pela Bíblia

O Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (‘a ‘escola’ dos meus professores – como diz a Irmã Luísa) acolheu-a em Setembro de 1993: um dom imenso e uma oportunidade. Fez um Semestre de estudos (1994-1995) em Israel, na Universidade Hebraica de Jerusalém, ‘um tempo fascinante de conhecimento, mas também de grande dureza, inerente à condição de estudante num país estrangeiro. Os meus olhos saciavam-se numa permanente de descoberta, mas o meu estômago tinha muitas vezes fome’.

Os alunos de Teologia da Católica de Lisboa tiveram-na como Professora de Sagrada Escritura em 1997. Ela não esquece: ‘Recordo ainda aqueles que foram os primeiros alunos e todos os outros que se seguiram. No meu horizonte de ensino estava sempre o empenho responsável em gerar competências, mas também em provocar o compromisso com uma Palavra, que é a origem e o único sustenho de um caminho com Deus e para Deus’.

Lançar as redes

Voltaria a Roma, em 2001, para caminhar rumo ao doutoramento. Voltou a leccionar em Portugal em 2005, altura em que dá outros passos importantes, com a pertença a associações bíblicas estrangeiras (International Society for the Study of Biblical and Semitic Rhetoric; Association catholique française pour l’étude de la Bible), a intervenção em congressos e a colaboração na comunicação social portuguesa (Programa Ecclesia - RTP 2; Oração da Manhã - Rádio Sim, Grupo Renascença).

Em jeito de balanço, a Irmã Luzia explica: ‘É aqui que me encontro agora, como mulher, religiosa e professora de Sagrada Escritura. A Palavra de Deus continua a ser o lugar referencial de toda a minha vida. É lá que vou sempre fortalecer os meus cansaços ou dar voz às pequenas alegrias ou tristezas de cada dia. Muitas vezes receio as viagens ou as multidões, mas as palavras de Simão Pedro vencem sempre em mim ‘Por causa da tua Palavra lançarei as redes’ (Lc 5,5).

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A MISSÃO PELA PALAVRA – LUÍSA ALMENDRA, IRMÃ E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA

É uma mulher da Palavra. Palavra de Deus, acima de tudo. É aí que se mostra como Religiosa do Sagrado Coração de Maria, académica e comunicadora. Os alunos de Teologia escutam-na na Universidade Católica. O grande público acompanha-a no Programa Ecclesia (RTP2), na Rádio Renascença ou nos muitos encontros em que é convidada, por esse país acima e abaixo.

Da Paróquia ao Convento

Nasceu em Lisboa e viveu grande parte da sua juventude inserida nas actividades promovidas pela Igreja Paroquial do Espírito Santo, Lisboa. Foi ali que conheceu as Irmãs do Sagrado Coração de Maria, Congregação que a acolheu em 1981.

Queria realizar-se como Educadora de Infância, pois o mundo das crianças a fascinava. Mas Deus trocou-lhe as voltas e foi parar a Coimbra a um lar de estudantes universitárias. Assim iniciaria o estudo de Teologia. Regressou a Lisboa, em 1986, onde pôde concluir a licenciatura em Teologia, mantendo o acompanhamento a estudantes universitárias.

A ‘paixão’ pela Palavra de Deus ganhou novo ‘fogo’ e perdeu (ou ganhou!) horas e horas na biblioteca a ‘devorar’ tudo quanto à Bíblia dizia respeito. Por isso, sem ela esperar, a Faculdade de Teologia propôs-lhe ir estudar Sagrada Escritura para Roma, a fim de, no regresso, ser leccionar na Católica, um ‘convite recebido com emoção e alegria’ – como ela confessa.

A profissão Perpétua, realizada ‘em Junho de 1990, num lindo domingo de Pentecostes’ abriu-lhe novos caminhos e, durante 3 anos, assumiu a direcção do ensino Pré-Escolar no Colégio do Sagrado Coração de Maria, Lisboa. Mas a sagrada Escritura continuava a ser o horizonte dos seus dias.

Missão em África

É nesse tempo que faz uma pequena experiência de Missão fora de portas: partiu para África, rumo à Zâmbia e ao Zimbabwe: ‘Foi um tempo de experiência missionária muito forte, que me levou ao próprio coração de «missão». Ali a Palavra de Deus assumia contornos de vida e de partilha únicos. As celebrações da Palavra chegavam a demorar horas, às quais se seguiam as catequeses, transformando o dia de Domingo numa imensa celebração da Palavra. O contacto com o povo africano, com as suas dificuldades mas com os seus extraordinários valores, ajudou-me a visualizar, de um modo singular, a universalidade da Fé cristã e a resposta de sentido que lhe era oferecida pela Palavra’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MISSÃO NA GRANDE PERIFERIA - JOÃO BRÁS, PÁROCO DE ALGUEIRÃO E MEM MARTINS (Conclusão)

O desafio da missão na cidade

Algueirão e Mem Martins, a mais populosa Paróquia da Europa, acolheu-o neste ano de 2009, tão importante pelo facto de comemorar os 50 anos da inauguração da Igreja Paroquial. Recebeu do P. Mário Pais uma enorme responsabilidade, pelo dinamismo impresso à comunidade. Foi uma passagem difícil de um contexto rural, onde conhecia toda a gente, para o anonimato típico de uma periferia da capital.

Encontrou uma Paróquia com cinco Comunidades com Missa Dominical: Algueirão, Mem Martins, Mercês, Telhal e Pichilingais. Herdou a preocupação pela construção de Igrejas em Mem Martins e Mercês.

Vive com mais dois padres. Ele é português; o P. Bernardo da Cunha é guineense; o P. José Almeida Freitas acaba de chegar do interior do Brasil. São apoiados por um Diácono, pelo P. Alberto, de S. João de Deus e por Comunidades de Irmãs. O dinamismo missionário tem todas as condições para ser forte.

Sobre os desafios missionários que lhe são lançados, o P. João recorda: ‘Somos três padres de três continentes. Temos a Comunidade do Telhal, no Hospital dos Irmãos de S. João de Deus, com a preocupação pelos doentes de foro psiquiátrico. Há ainda a Comunidade das Irmãs do Bom Pastor, em Pichiligais, que dirigem uma obra extraordinária de acolhimento e apoio a mulheres vítimas de violência doméstica’. E encontrou na Paróquia uma grande ligação a S. Tomé, que quer manter e aprofundar.

O P. João foi o rosto mais visível da Igreja Missionária no dia 18 de Outubro na TVI. Presidiu à Eucaristia do Dia Mundial Missionário, na Igreja do Algueirão. A Missão, neste dia tão importante, passou também pelo écran.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

MISSÃO NA GRANDE PERIFERIA - JOÃO BRÁS, PÁROCO DE ALGUEIRÃO E MEM MARTINS

Nasceu numa aldeia do interior da diocese de Lamego e é o responsável pela maior Paróquia da Europa, nas periferias da capital. Vive com uma equipa de Padres, onde um é brasileiro, outro guineense e ele português. Tem transformado em espaços de Missão as Comunidades com quem vive. Presidiu à Eucaristia na TVI no Dia Missionário Mundial 2009.

De Castro Daire a Lisboa

Almofala, em Castro Daire viu-o nascer em 1961. Com espiritanos na família e na aldeia, o Seminário de Godim, na Régua, seria o normal ponto de chegada de um menino de 10 anos para iniciar os estudos. Assim aconteceu. Como o caminho se faz andar, o João foi crescendo e amadurecendo a sua vocação. Passou por Braga e Barcelos. Ali fez o Noviciado e Profissão Religiosa. Depois, regressou a Braga para os estudos de Filosofia, vindo para Lisboa completar a Teologia. E, feitas todas as ponderações e discernimentos, optou por ser Padre Diocesano, entrando no Seminário dos Olivais. Seria Ordenado Padre no Mosteiro dos Jerónimos, em 1990, celebrando a Missa Nova na sua aldeia natal. Começava assim a sua vida de Padre de aldeia, um pouco ao jeito do Santo Cura d’Ars, para quem olhamos este ano de uma forma especial.

Por terras de Torres e Caldas

A-dos-Cunhados e Vimeiro, em Torres Vedras, teriam a sorte de ser o terreno onde o P. João deu os primeiros passos na sua pastoral sacerdotal. Era coadjutor, acumulando com a missão de professor de EMRC no Externato de Penafirme.

Em 1992, saltou para as Caldas da Rainha onde fez uma longa experiência de vida em comunidade sacerdotal. Durante nove anos foi o Pároco de A-dos-Francos, Landal, Painho e S. Gregório. Gente simples, povo bom, com quem o P. João estabeleceu uma relação muito próxima, sentindo-se sempre em casa. E foi com muito custo que, em 2001, deixou estas comunidades e partiu para Santa Catarina e Carregal Benfeito. O ambiente era semelhante ao que vivera nos anos anteriores e a sintonia com o povo excelente. Manteve o ritmo bem dinâmico e missionário das Paróquias e valorizou sempre muito a relação da Paróquia com a Igreja Universal, tendo-se realizado em S. Catarina inúmeras festas missionárias (com a LIAM...) e um Encontro Nacional dos Jovens ligados aos Missionários do Verbo Divino em 2008. Fernanda Ramalhoto testemunha: ‘o P. João é uma pessoa calma, ponderada, que gosta de escutar. A nós sempre nos recebeu muito bem e apoiou as várias iniciativas que lá fizemos. Os jovens Verbitas ficaram todos em casas de família e houve uma grande mobilização da comunidade’.

Durante a sua estada por terras das Caldas foi Assistente dos Cursos de Cristandade, Vigário-Adjunto e Vigário.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

NOS BASTIDORES DA MISSÃO - PATRÍCIA FONSECA, PLATAFORMA DO VOLUNTARIADO MISSIONÁRIO (CONCLUSÃO)

Missão nas periferias

Regressou à empresa, mas percebeu que o seu futuro não passava mais por ali e partiu para outra, integrando o curso Pós-Graduação em Serviço Social, no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Terminada a Pós Graduação, deixou a empresa (uma atitude pouco compreendida no seu círculo mais próximo) e mudou radicalmente o rumo da sua vida profissional. Conta: ‘Trabalhei com crianças e jovens de ascendência cabo-verdiana do Bairro Moinho das Rolas, em Porto Salvo (Centro Social e Paroquial Cristo Rei de Algés), com crianças de famílias desestruturadas das Galinheiras (Centro Social e Paroquial das Galinheiras) e na formação de adultos, na Santa Casa da Misericórdia de Sintra’.

Voluntariado Missionário

E eis que, no início de 2008 se abriu uma porta para uma Missão que lhe enchia as medidas: teve a oportunidade de integrar a Fundação Evangelização e Culturas (FEC), coordenando a Plataforma de Voluntariado Missionário. Encontrou o seu lugar: ‘Hoje sinto que encontrei o que procurava desde os tempos da Faculdade e que começou a ganhar forma mais concreta depois de ter regressado do Brasil. Sinto que todos os dias me entrego à missão, não a uma missão da linha da frente, para onde partem os missionários e os voluntários, mas a uma missão de retaguarda, aquela que, nos bastidores, impulsiona o dinamismo missionário, em especial o desenvolvido pelos leigos’. Acredita que o seu trabalho é importante pois ajuda a criar sensibilidade para as questões do desenvolvimento dos povos, contribuindo para a construção de um mundo mais justo e equitativo para todos.

Paralelamente, continua a colaborar com o Movimento e a Comunidade Shalom, em especial na assessoria e formação de jovens.

Confessa que a missão do Brasil durou apenas um mês, mas a marcou para a toda a vida: ‘durante esse mês, tomei uma consciência mais profunda da necessidade de cuidar e de lutar para que o mundo seja um lugar onde todos possam viver com dignidade’.

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil
Foto: DR

terça-feira, 17 de novembro de 2009

NOS BASTIDORES DA MISSÃO - PATRÍCIA FONSECA, PLATAFORMA DO VOLUNTARIADO MISSIONÁRIO


É o rosto do Voluntariado Missionário na Fundação Evangelização e Culturas (FEC). Para lá chegar percorreu um longo caminho, cheio de Missão.

Nasceu em Lisboa, cresceu em Paço d’Arcos até aos 12 anos. Em 1990, a mudança para o Monte Abraão transformou muito a sua caminhada de Fé e de vida: ‘Geograficamente não foi uma grande mudança, mas foi uma profunda reestruturação das minhas redes sociais, especialmente na renovação dos meus laços de amizade. Os meus pais, que sempre me deram educação católica, rapidamente me integraram na vida paroquial, dando continuidade à frequência catequética iniciada na paróquia de Paço d’Arcos. No Monte Abraão completei os 10 anos de catequese’.

Shalom, aqui e no Brasil

E, na linha do horizonte apareceu o Movimento da sua vida: o Shalom, onde iniciou caminhada em 1995, ao mesmo tempo que colaborava e participava em diversas actividades paroquiais.

Licenciou-se em Sociologia, trabalhou numa empresa e, com o Shalom (onde seria Coordenadora Nacional), partiria para o Brasil em 2002, no projecto ‘Cuidar o outro’, realizado em Sabará (Belo Horizonte): ‘Durante um mês, tive como tarefa visitar e acompanhar as famílias que viviam na favela da Roça Grande, juntamente com a assistente social, para diagnosticar as necessidades da população, sobretudo ao nível das carências alimentares. As minhas incursões pela favela aproximaram-me de um mundo que até ali só conhecia de ouvir falar, de ver na televisão, de ler nos jornais. As casas desordenadas, feitas de tijolo e chapas de zinco, construídas pelo morro acima, em caminhos de terra vermelha, fizeram-se mais perto e os seus moradores tornaram-se histórias de vida reais, que pude escutar. A dureza e as dificuldades nas trajectórias de vida, o ciclo de pobreza e exclusão vivida pelas famílias que visitei, fizeram crescer em mim a vontade de agir onde quer que esteja. Comigo partiram mais 10 jovens’. Sim, e um deles, o Luís, é desde 2008 o seu marido.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MISSÃO EM MUITAS FRENTES – SALVADOR SANTOS, ESPIRITANO, IRMÃO (CONCLUSÃO)


Regresso ao sul de Angola

Sim, e à primeira oportunidade, já estavam as malas feitas. Voltaria ao Munhino em 1985, em período de guerra total. A quinta produzia muitos bens alimentares que garantiram a sobrevivência do Noviciado Espiritano (lá instalado desde 1986) e matou a fome a muitas pessoas que viviam nas imediações. Quando, em 1995, Angola celebrou 20 anos de independência, o jornal ‘Público’ foi ao Munhino entrevistar o Irmão Salvador que disse: “As populações tratam-nos com muito carinho, com muito reconhecimento. Quando têm necessidades, quando estão aflitas é connosco que vêm ter, não é com os políticos. Se precisam de uma esferográfica, se precisam de um bocadinho de sabão, se precisam de uma peça de roupa, é a nós que se dirigem”. Sobre a situação social das pessoas, o Irmão Salvador reconhece que está mal: “A situação está a deteriorar-se do dia para a noite. Para o fim do ano, até virem as novas colheitas, vai haver muita fome”. Socorrer as vítimas desta guerra foi Missão assumida. Sobre as razões que levam a ficar quanto tudo parece convidar a partir, o Irmão Salvador diz: “Não sei o que nos prende a África. Sofremos, não temos as comodidades que temos em Portugal, não temos televisão, não temos segurança, mas não sabemos viver longe dela. Talvez pela ligação que aqui há às pessoas, à sua afectuosidade, às suas alegrias, às suas dores. É um mistério que nos ultrapassa. Sentimo-nos como que agarrados a isto para sempre”. É isso mesmo, a Missão não larga.

Missão em Lisboa

Portugal é ponto de nova chegada no ano 2000. Chamado à Casa Provincial, em Lisboa, cá está. Ecónomo-adjunto, garante o funcionamento de uma Casa que é Provincial, sede da Animação Missionária e das publicações, Procuradoria das Missões e centro de acolhimento aos Missionários. Enfim, uma grande estrutura que exige do Irmão Salvador muito um compromisso de 24 sobre 24 horas, sem dias nem noites, sem domingos nem feriados. Uma Missão que, mesmo longe das linhas da frente onde ele ainda quer voltar, lhe traz a felicidade de se sentir (e ser) um grande Espiritano com 45 anos de curriculum bem preenchidos.

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz da Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MISSÃO EM MUITAS FRENTES – SALVADOR SANTOS, ESPIRITANO, IRMÃO

Missionário Espiritano há 45 anos, Salvador Santos é Irmão, uma das formas de consagração na Vida Religiosa. Nasceu em Trancoso, na Guarda, em 1943. Tempos duros aqueles marcados pela pobreza que se sentia ainda mais no interior pobre e abandonado do país. Começou a trabalhar muito cedo e muito arduamente, na agricultura e na floresta. Recorda ainda as dificuldades que sentiu quando participou na equipa que abriu um caminho no mato, utilizando só a força humana para derrubar as árvores e rasgar a montanha.

Jovem de fé, sentiu o apelo à missão através de outros missionários que conhecia. Entrou no Seminário do Fraião, em Braga, quando já tinha 18 anos, iniciando a formação na Obra dos Irmãos. Lá professou em 1963, mantendo-se a trabalhar na quinta até 66, data em que foi desafiado a ir até ao Seminário da Silva, em Barcelos, onde funcionava o Noviciado. Explica: “Havia cerca de 20 noviços, apoiados por uma grande quinta que tinha de garantir a sobrevivência desta Obra e ainda apoiar a Missão da Congregação. Foram anos de muito trabalho, de manhã à noite…A minha sorte é que era um jovem e, com a motivação que tinha, as forças nunca faltaram”. Mas, missionário que era, tinha horizontes mais largos e recebeu com grande alegria a notícia da nomeação para Angola.

Munhino, no sul de Angola

A Missão do Munhino, em Sá da Bandeira, no sul de Angola, acolheu-o de braços abertos em 1971. O tempo era de paz e esta Missão tinha uma grande área de cultivo onde o Irmão Salvador investiu forte, sobretudo nos pomares e agricultura. Mas nunca deixou de parte a pastoral. Partilhava as tarefas de evangelização confiadas à Missão, visitando as comunidades, sendo catequista, sobretudo na comunidade do Km 14.

O Seminário da Silva

As férias em 1975, em Portugal, viraram-lhe a vida do avesso. Quando chegou a hora do regresso, as portas de Angola estavam fechadas. Voltou ao Seminário da Silva, agora com novos inquilinos: lá funcionavam também os antigos 6º e 7º anos, correspondentes aos actuais 10º e 11º anos. Foram cinco anos, apesar de tudo, bonitos: “A casa estava cheia, os jovens garantiam vida e animação, partilhavam em algumas das actividades da quinta (vindimas, silagem do milho…) e todos jogávamos futebol e voleibol. Foram tempos fantásticos, mas Angola continuava no coração”.

(CONTINUA DO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MISSÃO EM LISBOA, PRÍNCIPE E NAMBUANGONGO - DANIEL BATALHA, PÁROCO DE ALGÉS E MIRAFLORES - CONCLUSÃO


Príncipe e Angola

É no meio de tanto trabalho pastoral que, no ano 2000, que começa a rasgar novos horizontes à Missão. O Cardeal-Patriarca lançara o desafio: “A Igreja de Lisboa nunca será completamente fiel se não desenvolver a sua vocação missionária”. A Fundação Evangelização e Culturas (FEC) propôs o projecto de geminação de paróquias e a Ramada e Famões aderiram em força: “A paróquia da Ramada foi a primeira a avançar, geminando-se com a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, a única paróquia da Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, com quatro mil habitantes. Mais tarde, foi a vez da paróquia de Famões se geminar com Nambuangongo, uma missão na diocese de Caxito conhecida pela violência das lutas de guerrilha e pelo difícil acesso dos missionários. Era responsável por esta missão um sacerdote mexicano que conhecemos numa semana missionária na paróquia da Ramada, aquando da sua passagem por Portugal para aprender a língua portuguesa”.

O P. Daniel é um homem feliz porque, quatro anos após a sua saída destas Paróquias, as geminações mantêm-se activas e estão mais ricas com este projecto missionário assente na partilha.

Missão junto ao Tejo

Foi em 2005 que o P. Daniel teve de ‘partir’ de novo. Esperava-o uma paróquia mais antiga, num outro termo da cidade, Algés, mais urbana, mais madura, mas repleta de desafios missionários. É lá que se encontra actualmente: “Ser pároco no Termo de Lisboa, onde a prática religiosa raramente se aproxima dos 10% e onde um número cada vez maior de pessoas nasce, vivem e morrem fora de qualquer referência cristã, tem sido para mim uma experiência cheia de desafios”.

Espalhar este ‘fogo’

Está muito activo no Sector de Animação Missionária do Patriarcado desde 2003 e é lá, em Algés, que as reuniões se realizam: “O Sector tem-se empenhado em mobilizar uma rede de animadores missionários paroquiais, coordenados por um responsável vicarial, e a divulgar as ‘boas práticas’ missionárias que se vão realizando um pouco por toda a Diocese, a nível paroquial, e até vicarial”.

A Missão aqui e lá fora faz o P. Daniel acreditar numa Igreja solidária e sem fronteiras.

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MISSÃO EM LISBOA, PRÍNCIPE E NAMBUANGONGO - DANIEL BATALHA, PÁROCO DE ALGÉS E MIRAFLORES


Missão corre nas veias do Pároco de Algés e Miraflores. Nasceu em Mafra (Ribamar – Santo Isidoro), recebeu educação cristã, estudou e trabalhou por aquelas paragens até que, aos 15 anos, participou num encontro de jovens no Seminário de Almada. A vida mudou desde esse dia: “Interpelou-me profundamente o testemunho dos seminaristas. E da constatação ‘eles são como eu!’ à pergunta ‘porque não eu?’ foi um passo quase imediato”.

De Mafra ao Altar

“Um jovem pároco, o padre Joaquim Pedro, actualmente pároco em Torres Vedras, foi o instrumento que me guiou na resposta à voz do Senhor no meio do turbilhão dos meus sentimentos. Em 1982, com 16 anos de idade, entrei no Seminário diocesano de Almada”, conta.

Passou por Almada e Olivais, fez teologia na Católica e foi ordenado Padre nos Jerónimos, em 1990. A Missa Nova, em Santo Isidoro, traz-lhe recordações gratas mas dolorosas: “Era então o meu pároco o padre Francisco José, um colega de seminário recém – ordenado, que conquistou de imediato os paroquianos pela sua simpatia e piedade. Partiu muito jovem para a casa do Pai e dele guardo uma viva saudade e uma enorme gratidão”.

Trabalhou sete anos no Seminário de Almada: “Privar de perto com a caminhada vocacional de tantos jovens, com as suas alegrias e vacilações, era como tocar o próprio Deus que lhes fala ao coração como um amigo fala com o seu amigo”.

Finalmente, Pároco

Famões e Ramada, em Odivelas, foram as suas primeiras Paróquias. A Ramada dava os primeiros passos como comunidade paroquial e estava tudo por fazer: “Uma igreja para construir, serviços paroquiais para estruturar e uma multidão imensa a quem anunciar o Evangelho. Como em muitas paróquias do Termo de Lisboa, as comunidades cristãs são muito diversificadas: cristãos vindos do interior do país, com a riqueza das suas tradições e vivências de fé, os estrangeiros emigrantes, e uma multidão cada vez maior de pessoas sem ‘raízes’ e incapazes de ganhar raízes. A Igreja tem um papel único como ‘casa comum’, construtora de pontes e de comunhão”.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MISSÃO COM EMISSÃO - ANTÓNIO REGO, PADRE – JORNALISTA (CONCLUSÃO)

A Missão também se escreve

Para o Cónego Rego, a missão também se escreve. E muito bem. D. José Policarpo define-o assim: ‘Ele já nos habituou, com uma beleza literária de grande qualidade e coma sensibilidade dos acontecimentos, própria de um exímio comunicador, a leituras do momento que passa, em chave evangélica’. É isso mesmo. O P. Rego consegue explicar de forma simples e bela o que vai acontecendo no mundo e merece um olhar especial. Roberto Carneiro chamou-lhe ‘esteta da comunicação’ e ‘semeador da esperança’. Não é por acaso que ele aguentou, anos a fio, uma crónica semanal no ‘Diário de Notícias’. A sua colecção deu o livro ‘Palavras entre Palavras’.

Mensagem por ‘Reflexo’

Quando a Agência Ecclesia nasceu, a sua edição escrita abre sempre com um ‘Reflexo’, assinado pelo Cónego António Rego (agora partilhado por outros). Cada texto é uma pérola de literatura, como podemos ver nas colectâneas ‘Deus na Cidade’ (2004) e, muito recentemente, ‘Um ramo de Amendoeira’ (2009). No Prefácio, o Patriarca de Lisboa define o homem e a obra: ‘O cónego António Rego, na beleza da forma a que já nos habituou, na perspicácia de identificar aspectos sugestivos da actualidade, ajudou muitos a lerem a vida em chave cristã. Aconselho os leitores a não quererem ler este livro, mas a procurarem nele, de cada vez, a página que os ajudará, num momento concreto, a lerem a vida à luz do Evangelho. O livro todo é a amendoeira; aconselho a que se colham, um a um, os frutos e as flores’.

Uma vida com Missão

O seu vasto curriculum fala alto da competência do P. António Rego: Coordenador e Realizador de Programas Religiosos na TVI; Cónego da Sé de Lisboa; Director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais; Professor de Comunicação Televisiva na UCP; Consultor do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

Pela sua vida, concluímos que a Missão se escreve, se mostra, se diz, se faz.

Texto: Pe. Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

terça-feira, 3 de novembro de 2009

MISSÃO COM EMISSÃO - ANTÓNIO REGO, PADRE – JORNALISTA

Nasceu e cresceu nas Ilhas verdes dos Açores. Foi a olhar o mar que ouviu a voz de Deus. Entrou no Seminário e foi Ordenado Padre. Comunicador nato, cedo se revelou nele o fascínio pelos microfones e pela arte de passar para o papel o que lhe ia no coração.

O impacto do dizer

Formou-se em França em Comunicação Social e iniciou a sua aventura na Rádio muito jovem, com o programa ‘Hoje é Domingo’. Multiplicaram-se os títulos e as intervenções, andando entre a Rádio Renascença e a Radiodifusão Portuguesa. A sua voz é inconfundível, como a mestria com que constrói os textos que narra, fazendo das páginas do Evangelho uma história que dá gosto ouvir contar.

Por esse país acima e abaixo, faz conferências, participa em debates, anima sessões. Vimo-lo e ouvimo-lo, com muito agrado nas Jornadas Missionárias Nacionais, em Fátima (19 de Setembro) falar com garra e desassombro de S. Paulo e o Evangelho na Cidade.

A força da mensagem do écran

Dos microfones da Rádio passa aos écrans da Televisão. Primeiro na RTP (‘Setenta vezes Sete’), depois na TVI. É o primeiro Director de Informação deste canal privado aparecido no início dos anos 90. O jornalista Adelino Gomes dava a notícia da sua nomeação, intitulando-o o ‘um Padre com (e)missão’. Quando o Papa João Paulo II visitou Angola, em 1992, percorremos juntos o país e, em cada conversa, vinha á baila a preocupação por esta nova missão para a qual tinha sido convidado e sentia dificuldades em concretizar.

A sua aventura televisiva levou-o aos cinco continentes onde filmou o povo, as paisagens, os acontecimentos, os depoimentos das linhas da frente da Missão, lá onde a Igreja se envolve em grandes lutas pastorais, onde o povo sofre os efeitos da guerra e da pobreza, onde os direitos humanos não passam do papel, os o Evangelho é contado e vivido ao sabor e ritmo de outras culturas. Tudo isto foi aparecendo claro nas mais de 1500 reportagens televisivas que o Cónego António Rego já realizou por esse mundo fora. Cada Domingo, ao fim da Eucaristia, podemos ver o seu ‘Oitavo Dia’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DECÁLOGO PARA LER A BÍBLIA


1. Nunca achar que somos os primeiros que leram a Sagrada Escritura. Muitos, muitíssiomos, através dos séculos, a leram, meditaram, viveram e transmitiram. Os melhores intérpretes da Bíblia são os santos.

2. A escritura é o livro da comunidade eclesial. A nossa leitura, ainda que seja em solidão, jamais poderá ser solitária. Para lê-la com proveito, é preciso inserir-se na grande corrente eclesial que é conduzida e guiada pelo Espírito Santo.

3. A Bíblia é “Alguém”. Por isso, é lida e celebrada ao mesmo tempo. A melhor leitura da Bíblia é a que se faz na liturgia.

4. O centro da Sagrada Escritura é Cristo; por isso, tudo deve ser lido sob o olhar de Cristo e buscando nele o seu cumprimento. Cristo é a chave interpretativa da Sagrada Escritura.

5. Nunca esquecer de que na Bíblia encontramos factos e frases, obras e palavras intimamente unidos ao outros; as palavras anunciam e iluminam os factos, e os factos realizam e confirmam as palavras.

6. Uma maneira prática e proveitosa de ler a Escritura é começar com os santos Evangelhos, continuar com os Actos dos Apóstolos e Cartas e ir misturando com algum livro do Antigo Testamento: Génises, Êxodo, Juízes, Samuel, ect. Não querer ler o livro do Levítico de uma só vez, por exemplo. Os salmos devem ser o livro de oração dos grupos bíblicos. Os profetas são a “alma” do Antigo Testamento: é preciso dedicar-lhes um estudo especial.

7. A Bíblia é conquistada como a cidade de Jericó: “dando voltas”. Por isso, é bom ler os lugares paralelos. É um método interessante e proveitoso. Um texto esclarece o outro, segundo o que diz Santo Agostinho: “ o Antigo Testamento fica patente no Novo e o Novo está latente no Antigo”.

8. A Bíblia deve ser lída e meditada com o mesmo espírito com que foi escrita. O Espírito Santo é o principal autor e intérprete. É preciso invocá-lo sempre antes de começar a lê-la e, no final, agradecer-lhe.

9. A Bíblia nunca deve ser utilizada para criticar e condenar os demais.

10. Todo o texto Bíblico tem um contexto histórico em que se originou e um contexto literário em que foi escrito. Um texto Bíblico fora do seu contexto histórico e literário é um pretexto para manipular a Palavra de Deus. Isso é tomar o nome de Deus em vão.

D. Mário, Bispo de Querétaro - Biblista – México

Foto : DR

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

MISSÃO DO ÍNDICO AO ATLÂNTICO - IRMÃ EMANUEL, FRANCISCANA MISSIONÁRIA DE MARIA (CONCLUSÃO)

Angola, Missão de alto risco

1970 marca a sua chegada a Angola, em fim de tempo colonial. A aposta da sua Missão era o trabalho social. Por isso, fundou ‘um Centro de Formação Social Profissional da Mulher Angolana, Escola particular da Missão Nossa Senhora da Luz, mas com a colaboração dos Serviços Sociais de Angola e o Instituto de Formação Social Pio XII, que o oficializou’. Tudo em nome da então tão falada emancipação da mulher: ‘meu Objectivo era libertar a mulher Angolana e fazer dela agente da sua própria libertação. “Saber e saber transmitir”. Esta escola funcionou até à Independência de Angola. Elas cresceram até se tornarem dirigentes nos Centros Sociais onde foram colocadas’.

Depois veio a alegria da independência e a desgraça da guerra. A irmã Emanuel optou ficar com o povo, por qualquer preço. As obras da Igreja foram confiscadas e as suas vozes remetidas a um silêncio forçado. A pedido do arcebispo de Luanda, D. André Muaca, fez parte da Direcção da Rádio Ecclesia, até á sua ocupação e nacionalização em 1978. Mas a sua Missão continuou...

Finalmente, Portugal...

Chegou a Lisboa em 1988 para um ano sabático na Universidade Católica. Abriu uma nova página na história da sua vida e da sua missão sem fronteiras com a nomeação para a comunidade da Venda Nova, no coração de Trás-os-Montes. Cursos Bíblicos, Encontros de Jovens, programas de Rádio, animação nas Paróquias, aulas de EMRC juntaram-se às habituais intervenções pastorais como catequista e organista. Depois desceu até Setúbal, com sete anos de Missão na Charneca da Caparica, chegando a Lisboa em 1998, com uma inserção na ‘Obra dos Sem Abrigo Vida e Paz’: ‘Aí experimentei estar com os mais pobres, os sem abrigo, os da rua, os dependentes... e quanto aprendi a aceitar as minhas próprias limitações, as minhas incapacidades a aceitar-me, antes de tudo, a mim mesmas’.

A nível Nacional, integrou a equipa das Jornadas Missionárias e o Secretariado dos Animadores Missionários Ad Gentes (ANIMAG). Faz ainda parte do Serviço de Animação Missionária do Patriarcado de Lisboa. Mais e melhor curriculum missionário numa pessoa só é impossível...ou quase!

Texto: Pe. Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

MISSÃO DO ÍNDICO AO ATLÂNTICO - IRMÃ EMANUEL, FRANCISCANA MISSIONÁRIA DE MARIA

Nasceu e cresceu nas margens do Rio Zambeze, em Moçambique. A sua Missão de alto risco foi em Angola, nos conturbados tempos da guerra civil e dos ataques à Igreja. A Animação Missionária em Portugal tem-lhe enchido a vida e o coração nos últimos anos. Mulher de Artes, começou junto ao oceano Índico uma Missão que, nos últimos anos, tem tido uma geografia com sabor mais Atlântico.

Moçambique, o berço

Nasceu ao cair da tarde, em Vila Fontes: ‘Deram-me o nome de Maria Amélia. Nasci e a noite comigo nascia também! Recordo os anos da minha infância em que adormecia ao som dos grilos e das cigarras… e algumas vezes ao canto inconfundível das hienas… das baladas das palmeiras sacudidas pelo vento, e com um cheiro a terra tão especial que nunca se esvai das nossas narinas … Talvez, por isso o meu especial gosto gozoso pelo momento do adormecer! ‘.

O pai era despachante oficial e ela cresceu numa comunidade cosmopolita, com pessoas vindas de todo o mundo: ‘Certamente foi esta experiência das origens, que criou e desenvolveu em mim, o sentido e o apreço pelo diferente da inter-culturalidade e do inter-religioso… da tolerância na simplicidade …’.

Aos 4 anos, o pai adoeceu e a família veio a Portugal, regressando ela e a mãe à Beira quando ele faleceu. Foi lá que encontrou as Franciscanas Missionárias de Maria, frequentando o seu Colégio. De aluna a candidata a Irmã parecia ser apenas um passo, mas a entrada nas FMM só aconteceu muito mais tarde, até porque era filha única de Mãe viúva. Entrou no mercado de trabalho, mas a sua vocação era outra. O seu empenho apostólico passava pela catequese e pertença a movimentos eclesiais.

Era então Bispo da Beira o grande D. Sebastião Soares de Resende: ‘Ele foi para mim um Grande Pastor, um verdadeiro Profeta Africano….que me transmitiu a chama missionária numa luta sem precedentes pela justiça pelos povos africanos, pelo direitos humanos, que por amor gastou e ofereceu a sua breve, mas cheia vida, Foi um lutador por esta causa durante o Concílio do Vaticano II’.

Vencida por Deus, entrou nas FMM aos 25 anos. Professou em França em 1965, com o nome de Maria Emanuel.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Pe. Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF