Depois das últimas eleições legislativas os políticos regressaram ao Parlamento. Matilde Sousa Franco esteve lá cumprindo a missão quase impossível de conciliar os seus valores cristãos com a prática política imposta pelas lideranças dos partidos. Foi sempre ‘fracturante’ quando os temas em debate e votação contrastavam com os valores gravados nas páginas dos Evangelhos. Sofreu pressões, aguentou, não cedeu...porque acredita que a Assembleia da República é um grande espaço de Missão. Sentiu-se uma política com Missão.
A Arte a e História
A História e a Arte preencheram grande parte da sua vida. Basta olhar para o seu vastíssimo curriculum (na página Web da Assembleia da República) para conhecermos as águas onde navegou. Fez estudos superiores em História, História de Arte e Museologia. Foi professora universitária nestas áreas de investimento científico. Mas foi, sobretudo uma mulher de acção, em nome da Cultura, da Arte e da História. É membro da Academia Portuguesa de História e da Academia Nacional de Belas Artes. Foi conservadora e directora do Palácio do Correio – Mor (Loures), do Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra), dos Museus Municipais de Lisboa, do Palácio Nacional de Sintra, do Museu de S. Roque, do Palácio e Museu da Assembleia da República...O seu nome saltou para as páginas dos jornais quando candidatou Sintra a Património da Humanidade e tal foi reconhecido pela UNESCO.
Deputada na AR
Esposa do professor Sousa Franco, viria a ser convidada, após a morte inesperada do marido, para cabeça de lista do PS, em Coimbra, para as Legislativas de 2005, como independente. Pôs a José Sócrates condições que não encontraria durante o controverso exercício do seu mandato de deputada. Mas, como disse nas XXI Jornadas Teológicas de Braga, ‘sou católica, fazendo questão de manter o compromisso que assumi com Nossa Senhora de agir de acordo com os princípios cristãos, em coerência com a minha consciência e honrando o compromisso que fiz com o PS’. E assim fez e Portugal viu-a votar contra, sempre que apareceram á discussão e votação os temas ‘fracturantes’.
A 3 de Abril enviou uma carta ao Secretário-Geral do PS a dizer que não aceitaria candidatar-se a estas eleições. Por convicção, por falta de espaço de intervenção.
(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)
Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil
Foto: DR
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