terça-feira, 23 de setembro de 2008

CONGRESSO ONLINE (MAIS LINKS)

Aqui ficam mais alguns links sobre o Congresso

Programa Ecclesia na semana do Congresso

- 2ª Feira:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?pagURL=arquivo&tvprog=1115&idpod=16967&formato=flv&pag=arquivo&pagina=2&data_inicio=&data_fim=&prog=1115&quantos=10&escolha=

- 3ª Feira:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?pagURL=arquivo&tvprog=1115&idpod=16991&formato=flv&pag=arquivo&pagina=2&data_inicio=&data_fim=&prog=1115&quantos=10&escolha=

- 4ª Feira:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?pagURL=arquivo&tvprog=1115&idpod=17018&formato=flv&pag=arquivo&pagina=1&data_inicio=&data_fim=&prog=1115&quantos=10&escolha=

- 5ª Feira:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?pagURL=arquivo&tvprog=1115&idpod=17043&formato=flv&pag=arquivo&pagina=1&data_inicio=&data_fim=&prog=1115&quantos=10&escolha=

- 6ª Feira:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?pagURL=arquivo&tvprog=1115&idpod=17113&formato=flv&pag=arquivo&pagina=1&data_inicio=&data_fim=&prog=1115&quantos=10&escolha=

ATENÇÃO:
Peço o favor de divulgarem a possibilidade de visualização online do programa Ecclesia (de segunda a sexta) e do programa semanal 70X7. Muitos cristãos desconhecem esta oportunidade. Comparando as visualizações de outros programas religiosos de outras igrejas lá no site, os programas católicos ficam muito atrás. E somos os que dispomos de mais tempo de antena.
Creio que é importante usar este meio de comunicação. O link dos programas, mesmo os que estão em arquivo é:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?vid=1&formato=flv&auto=no
No menu do lado esquerdo “entretimento” estão em primeiro e segundo lugar o 70x7 e A fé dos homens (Ecclesia). Basta só clicar.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

FOTOGRAFIAS DO CONGRESSO MISSIONÁRIO

Já estão disponíveis on-line as fotografias do Congresso Missionário 2008.
Para as visualizar basta clicar em:

http://www.opf.pt/congresso/cmn08/index.html

Obras Missionárias Pontifícias
Secretariado do Congresso

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

CONCLUSÕES - CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL 2008

Convocados pelo Espírito, por meio dos pastores da Igreja em Portugal, reuniram-se em Fátima, de 3 a 7 de Setembro, oito centenas de participantes portugueses e representantes de diversos países. O dia 6 foi enriquecido com a presença e a juventude do voluntariado missionário.
Dez anos após o Ano Missionário de 1998, o Congresso celebrou, reflectiu e apontou caminhos de futuro para a Missão, a partir do tema: No encontro com Cristo vivo, chamados e enviados para a Missão em Portugal e no mundo, e o lema: Portugal, rasga horizontes, vive a Missão.

Linhas de força

Deus, Trindade de Amor, envia a humanidade toda a fazer do outro um irmão. A Missão é de Deus e, por isso, o baptizado, consciente deste envio ao tomar parte na vida de Cristo, é impelido a ser contemplativo e servo da sua Palavra.
A Missão é tarefa indelegável de cada cristão. Esta concretiza-se no espaço e no tempo da história humana, conhecendo e amando aqueles a quem se é enviado. A vivência comunitária da fé em família, paróquia, diocese ou comunidades de vida consagrada é o testemunho mais credível do anúncio de Deus-Amor.
A Santidade (sair de si por amor) e a Missão (ser enviado por Deus ao diferente) são o húmus vital de todo o cristão e de todas as actividades pastorais.
Com o Concílio Vaticano II (1965), assistimos a uma nova compreensão da Missão. Cada um de nós é, simultaneamente, enviado e destinatário da evangelização. O Espírito é o protagonista da Missão e a Igreja Local o seu sujeito de encarnação e vivência. Nela e a partir dela, surgem e actuam todas as vocações missionárias laicais, consagradas e sacerdotais. O despertar do laicado para a Missão é hoje um dos sinais dos tempos.
Em pleno Ano Paulino, o Apóstolo dos gentios, com o seu itinerário de conversão e missão, é para nós modelo a conhecer melhor e a seguir no zelo e na urgência de evangelizar.
Para além de momento privilegiado de reflexão e partilha, o Congresso foi também uma experiência de comunhão na dor com os nossos irmãos perseguidos na Índia e em outras situações de falta de liberdade religiosa.


Propostas


Sentimos o coração a arder e desejamos que toda esta riqueza possa contribuir para a Igreja em Portugal viver mais em Missão. Por isso, como Congressistas, propomos que:
1. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) promova uma melhor coordenação e integração das diversas áreas pastorais para todas serem fecundadas pelo dinamismo missionário e anseio de santidade.
2. A CEP, partindo do Congresso Missionário e do Ano Paulino, avive a vocação missionária de todos os cristãos e prepare um documento-base para a Missão em Portugal.
3. Cada Igreja Local incentive a criação de estruturas e dinâmicas que demonstrem a consciência e urgência do anúncio do Evangelho: Secretariado diocesano missionário, grupos missionários paroquiais, semanas de animação missionária, geminações, voluntariado, sacerdotes "fidei Donum", institutos de vida consagrada...
4. Cada diocese promova, oportunamente, um Congresso Missionário Diocesano.
5. Promova-se formação missionária às crianças, jovens, adultos, seminaristas, consagrados e sacerdotes, de acordo com o novo paradigma de Missão.
6. Fomente-se, com espírito de solidariedade e subsidiariedade, a comunhão e a partilha de fé, de pessoas - numa dinâmica de partir e receber - e de bens entre as diversas Igrejas.
7. Ajude-se cada cristão a crescer até à estatura de Cristo: Sacerdote que celebra a liturgia e oferece a sua vida pela salvação de todos; Profeta que proclama a Palavra de Deus e denuncia as injustiças e contravalores da sua sociedade e cultura; e Rei que serve com caridade os mais desprotegidos e excluídos.

Num mundo global e em mudança, à procura de sucesso mas infeliz, queremos viver em Missão e anunciar Cristo Vivo ao mundo, sendo profetas da esperança e rasgando novos horizontes.

Fátima, 7 de Setembro de 2008
Os participantes no congresso missionário nacional
Foto: João Cláudio Fernandes

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A MISSÃO E A MULHER EM S. PAULO

3. A face feminina da linguagem de Paulo

S. Paulo usa muitas vezes expressões e imagens femininas para definir o seu apostolado. A missão tem muito a ver com a maternidade e a paternidade. S. João diz-nos que a missão consiste finalmente em nos fazer filhos de Deus. Pela missão Deus cria-nos e faz-nos seus filhos. O prólogo do Evangelho de S. João faz nascer a missão no seio da Trindade – “No princípio era o Verbo… e o Verbo era Deus” - para fazer descer Deus até nós e nos fazer seus filhos. É esta teologia que esta subjacente nas cartas de S. Paulo.

Diz ele aos Tessalonicenses: Fizemo-nos pequenos entre vós como uma mãe que acalenta os filhinhos que anda a criar (1Tes 2,7). Para S. Paulo, anunciar o Evangelho incluía assumir por todo o povo que evangelizava todos os carinhos e toda a ternura de mãe.

Aos Gálatas: “Meus filhinhos, por quem sinto de novo as dores da maternidade, até que Cristo seja formado em vós” (Gal 4,19). Ser missionário implica correr o risco e as dores desta maternidade.

Aos Coríntios: “Foi leite que vos dei a beber e não alimento sólido, porque ainda o não podíeis suportar” (1 Cor 3,2). Esta imagem de amamentar aqueles a quem anunciamos o Evangelho é uma imagem que vai à raiz da nossa vocação materna para com eles.

Aos Filipenses. “Deus me é testemunha de quanto vos amo a todos com a ternura de Jesus Cristo” (Fil 1,8). A vocação missionária não é uma profissão, mas uma vocação que só o amor pode explicar.

Aos Romanos, Paulo é ainda mais explícito: para descrever o processo doloroso da renovação cristã diz: “Na verdade sabemos que toda a criação tem gemido e sofrido as dores da maternidade até ao presente. E não só ela mas também nós próprios que possuímos as primícias do Espírito, gememos igualmente em nós mesmos, aguardando a filiação adoptiva, a libertação do nosso corpo” (Rom 8, 22-23).

E não esqueçamos que S. Paulo emprega inúmeras vezes a palavra “Espírito” que em hebraico é uma palavra feminina. Espírito é a ternura maternal de Deus.

Pe. Adélio Torres Neiva, CSSp
In "S. Paulo e a Missão sem Fronteiras" - Ed. LIAM
(Fim do post)
Foto: João Cláudio Fernandes

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A MISSÃO E A MULHER EM S. PAULO


2. O lugar da mulher nas comunidades de Paulo

No contexto da cultura judaica daquele tempo a mulher não podia participar na vida pública A função da mulher limitava-se ao espaço doméstico e à vida familiar. De facto, como vemos no caso de Marta e Maria do Evangelho, a mulher é quem coordenava o trabalho da casa. Assim, a mulher só podia participar na vida da comunidade se a comunidade se reunisse no interior da casa. E assim aconteceu, pois as comunidades fundadas por Paulo, a partir de um determinado momento, reuniam-se nas casas. Eram as chamadas Igrejas domésticas. Em quase todas as igrejas domésticas, mencionadas nas cartas de Paulo, aparece o nome de uma mulher em cuja casa a comunidade se reunia:

- na casa Priscila e Áquila, tanto em Roma (Rom 16,5) como em Corinto (1 Cor 16,19). Eram comerciantes que se deslocavam pelas grandes cidades.
- na casa de Filémon e Ápia (Flm 2).
- na casa de Lídia, negociante de púrpura, em Filipos (Actos 16,15).
- na casa de Ninfa, na Laodiceia, que chegou a receber uma carta de Paulo, que não foi conservada (Col 4, 15).
- na casa de Filólogo e Júlia (Rom 16, 15).
- na casa de Nereu e de sua irmã (Rom 16, 15).
- na casa de Olímpio (Rom 16, 15).

Lembra Carlos Mesters que, para avaliar a novidade desta iniciativa de Paulo, convém recordar que, naquele tempo, os judeus não permitiam que se criassem comunidades ou sinagogas só de mulheres. Exigiam que, no mínimo, houvesse dez homens para se poder formar uma comunidade. Devido a isso, não havia sinagoga em Filipos, pois ali os cristãos eram apenas um grupo de mulheres. Reuniam-se num oratório, “fora da cidade”, para rezar (Actos 16,13). Assim, Paulo teve a coragem de ir contra o costume do seu povo e permitiu que o grupo de mulheres de Filipos formasse uma comunidade (Actos 16, 13-15).

No entardecer da vida, Paulo procura esboçar um plano de actividade feminina ao serviço da Igrejas. Depois de Febe (Rom 16,1-2), adivinha-se a presença em Éfeso de outras diaconisas encarregadas de assistir aos pobres e aos enfermos (1 Tim 3,11) e um grupo de viúvas igualmente consagradas à oração e ao serviço da Igreja (1 Tim 5,9-10).

O trabalho destas mulheres não foi o dos presbíteros nem o dos evangelistas que eram ministérios instituídos: mesmo assim tiveram grande influência na expansão do Evangelho. Não só contribuíram com a sua profissão mas também com as suas viagens: Áquila e Priscila inserem-se no anúncio do Evangelho em todas as viagens que fazem e por todos os lugares por onde passam.


Pe. Adélio Torres Neiva, CSSp
In "S. Paulo e a Missão sem Fronteiras" - Ed. LIAM
(Continua no próximo post)
Foto: Arquivo OMP