segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A MISSÃO EM TEMPO DE GLOBALIZAÇÃO

1. 0 mundo de hoje foi definido como aldeia global. Neste mundo sem fronteiras, as distâncias de tempo e de espaço quase desapareceram. Com o contínuo aperfeiçoamento dos meios de comunicação, com as novas gerações de telemóveis, telefax, e-mail e internet, as ideias, as imagens e os valores circulam vertiginosamente em todas as direcções. As grandes potências da técnica e da economia dominam e controlam todas estas estradas da comunicação para fazerem circular os seus produtos, a sua cultura e os seus interesses. (Exemplo de circulação de vestuário, discos, cassetes, vídeos, filmes ) As culturas minoritárias que não têm capacidade para competir com estes gigantes são automaticamente excluídas deste processo.

2. E processo de globalização é dominado por uma economia de mercado. Procura-se satisfazer o consumo imediato e criam-se necessidades para fomentar esse consumo. Assim, continuamente são lançados modelos novos que anulam os anteriores: máquinas, carros, electrodomésticos, produtos alimentares. A vida útil de uma máquina da primeira revolução industrial era de 50 anos; depois passou para vinte; hoje é de três anos. 50 por cento dos produtos que fazem o nosso quotidiano alimentar, não existiam há 25 anos atrás.

3. Este novo modelo de mercado fez com que se passasse da especialização à integração. O produto que vai para o mercado deixou de ser monopólio de um grupo ou de um pais, para ser o resultado de numerosas intervenções, de todo um conjunto diversificado de multinacionais, que alimentam as suas sedes em vários países. Este sistema faz circular a riqueza cada vez mais entre os países ricos, deixando de parte os mais pobres; estes só interessam como mão de obra barata: ou se sujeitam ou são excluídos.

4. Passou-se do muro ideológico ao muro económico. Se há hoje um dado indiscutível é que a miséria e a riqueza continuam a aumentar no mundo, assim como cresce o fosso que separa os dois. Esse fosso não é apenas uma distância económica entre a pobreza e a riqueza, mas manifesta-se pela construção de muros ou fronteiras entre os países pobres e os países ricos. A União Europeia e os Estados Unidos consolidam-se como uma fortaleza, fechando as portas aos imigrantes , militarizam as suas fronteiras e expulsam para os seus países de origem aqueles que eles mesmos ajudaram a empobrecer e que se vêm agora obrigados a emigrar para sobreviver. Por forca destes muros, há países com estoques de produtos a prazo que são destruídos por o prazo ter terminado e outros a morrer de fome.

5. Passou-se da opressão à exclusão. A economia mundial dirigida por elites financeiras exclui do processo todos os que não podem competir. Dezenas de milhões de desempregados nunca mais encontrarão trabalho, porque foram substituídos pelas novas tecnologias. Uma boa parte da humanidade já não serve nem sequer para ser explorada. A evolução da tecnologia torna sumamente precária a profissão que se aprendeu. Hoje já não há profissões para a vida inteira e as industrias ou se reciclam ou ficam excluídas da concorrência do mercado.

6. A mundialização da economia e dos mercados teve como efeito uma crescente migração dos povos excluídos do processo, um êxodo dos países pobres para os países ricos, dos campos para as grandes cidades que se tornam cada vez mais refugio de todas as periferias. A cidade tornou-se o porto de refúgio onde se agudizam todos os problemas: a solidão, a promiscuidade, a prostituição, a droga, o desemprego, a violência, o crime. Por um lado, a emigração mistura as populações, as raças e as culturas, provocando uma nova forma de pluralismo étnico, cultural e religioso; por outro este pluralismo toma-se espaço de conflitos sociais e fronteira de exclusão, como acontece em todos os países de maior fluxo migratório.

7. A degradação do ambiente. O primado dos valores da produção leva a minimizar os valores da gratuidade, as pessoas não rentáveis economicamente, a degradação do ambiente, o consumo de recursos não renováveis. Cada dia que passa desaparece uma espécie vegetal que precisa de milhares de anos para ser recuperada.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Pe. Adélio Torres Neiva

Foto: DR

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

P. CASIMIRO OLIVEIRA, ESPIRITANO, PROCURADOR DAS MISSÕES – A MISSÃO DE APOIAR OS MISSIONÁRIOS - Conslusão

Dundo, em tempo de guerra

Angola voltou a acolhê-lo em 1982, na hora do seu regresso ao Dundo, onde encontrou uma contexto completamente diferente. Angola vivia uma terrível guerra civil e ao Dundo não chegava quase nada. O isolamento e a pobreza marcavam a vida das populações. O governo tentava impor o marxismo, o que dificultava muito a intervenção dos missionários. Foram apenas 3 anos, muito duros, mas muito felizes: ‘senti que voltava a ser missionário junto do povo mais pobre. Senti a admiração e apoio destas populações que se interrogavam sobre o porquê de um padre europeu estar ali a passar por graves privações em tempo de muito sofrimento’.

Procurador das Missões

Lisboa voltou acolhe-lo quando foi nomeado, por três anos, Procurador das Missões, fazendo equipa com o irmão Silva Gonçalves. Mas, de três em três, mantém ainda hoje o cargo que ele considera uma das imagens de marca da intervenção missionária dos Espiritanos Portugueses. Desde há muitos anos que os Espiritanos asseguram este serviço de apoio aos missionários que estão em África, sobretudo em Angola. Nos tempos críticos da guerra civil, seguiram toneladas e toneladas de ajuda humanitária através da Procuradoria das Missões. E a logística das Dioceses, Seminários e Missões foi, muitas vezes, garantida por este serviço missionário. Conclui o P. Casimiro: ‘neste trabalho, sinto-me um missionário da linha da frente’.

Menino Deus e Vale de S. António

Nunca largou a Pastoral. Todos os dias, de manhã bem cedo, vai de eléctrico até às imediações da Sé e do Castelo para celebrar a Eucaristia na belíssima Igreja do Menino Deus. Todos os Domingos e Dias Santos, a Capela do Vale de Santo António o acolhe de braços abertos para a celebração da Missa. Ali se reúne uma comunidade de fé bem enraizada, onde toda a gente conhece toda a gente e se entreajuda nas horas mais difíceis e faz festa nas horas mais felizes.

O estar a caminho dos oitenta não é registo que o preocupe... A Missão do P. Casimiro continua em Lisboa.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Missão

Foto: JCF

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

P. CASIMIRO OLIVEIRA, ESPIRITANO, PROCURADOR DAS MISSÕES – A MISSÃO DE APOIAR OS MISSIONÁRIOS


Procurador das Missões, o P. Casimiro é um dos rostos mais visíveis da comunhão que se vive entre as Igrejas de Portugal e de Angola. Ali foi missionário em duas etapas. Estudou Missiologia em Roma. Foi Vigário Geral e Ecónomo da Diocese de Malanje. Foi Provincial de Portugal em tempos muito difíceis. A caminho dos oitenta, consegue acumular a Procuradoria, com o economato da Casa Provincial e uma intensa actividade pastoral fora de portas...

De Santa Maria da Feira a Angola

Nasceu nas terras de Santa Maria da Feira. Professou em 1952 e foi Ordenado Padre pelo Cardeal Cerejeira no Seminário dos Olivais.

Angola...como quase todos

Como boa parte dos jovens Espiritanos do seu tempo, partiu para Angola indo parar à terra dos diamantes. Viveu no Dundo oito anos: ‘foram os grandes anos da minha vida como missionário em contacto directo com o povo simples. Investimos muito na catequese e na escola’.

Do Dundo saltou para Malanje, para ser o Vigário-Geral e Ecónomo da Diocese que tinha como Bispo D. Pompeu Seabra. Lá trabalhou intensamente até 1974, primeiro com D. Pompeu e depois com D. André Muaca. Define o primeiro ‘como um homem simples, simpático e próximo dos seus missionários e catequistas que se sentiam sempre em casa quando vinham ao Paço a Malanje. Atingido por um doloroso cancro, deixou um testemunho de coragem e de fé na forma como enfrentou a doença. Faleceu em 1973’. De D. Muaca guarda a imagem de simpatia e bondade que o caracterizou sempre, mesmo depois de ser nomeado Arcebispo de Luanda.

De Roma a Provincial em Lisboa

Roma acolheu o P. Casimiro em 1974. Estudou Missiologia na Universidade Gregoriana. Depois, a missão continuou em Lisboa, sendo nomeado Superior da Comunidade na Estrela. Eleito Provincial, assumiu o cargo num tempo muito difícil, na hora em que regressaram de Angola cerca de 200 Espiritanos. Muitos sentiram-se escorraçados, outros chegaram traumatizados e havia que conversar com eles, apontar-lhes hipóteses de trabalho pastoral. Deste período conturbado, o P. Casimiro guarda sentimentos opostos: ‘foi muito difícil gerir uma Província onde não conhecia a maioria dos confrades e ajudar a integrar os muitos que chegaram de Angola. Devo confessar que foi o meu tempo de padre mais angustiante e menos realizador’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST…)

Texto: Tony Neves in Jornal Voz Verdade - Missão

Foto: Dr

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

CENTRO MISSIONÁRIO ARQUIDIOCESANO DE BRAGA (CMAB)


1. Em consonância com os nºs 20 e 21 da recente Carta Pastoral da CEP “Como Eu vos fiz, fazei vós também” – Para um rosto missionário da Igreja em Portugal, constitui-se nesta Arquidiocese o “Centro Missionário Arquidiocesano de Braga (CMAB), com as atribuições e competências sugeridas nos referidos números da Carta Pastoral, nomeadamente: a) promover e coordenar a formação, animação e cooperação missionária de todos os cristãos; b) promover a criação de “Grupos Missionários Paroquiais” (GMP); c) dar a conhecer e dar a estimular à participação em iniciativas missionárias; d) ajudar a estabelecer um conhecimento e relacionamento mais fecundo entre as comunidades locais e os seus missionários; e) velar por um melhor conhecimento, implantação e colaboração com as Obras Missionárias Pontifícias (OMP); f) promover as iniciativas achadas oportunas para sensibilizar e levar os cristãos a viver a sua vocação missionária.

2. O CMAB é constituído por sacerdotes, religiosas e leigos, que representam o sentir missionário do espaço Arquidiocesano, e a sua composição poderá ser reformulada periodicamente e sempre que necessário. Para este primeiro exercício, integram o CMAB os seguintes elementos:

P. Manuel Joaquim de Sousa Lobato, Delegado Arquidiocesano das OMP

P. Jorge Filipe Vilaça Barbosa

Marta Vilas Boas

Paulo Sérgio Torres Reina dos Santos

Ir. Ana Luísa dos Anjos Prego, FMM

Ir. Ana Cândida, Missionárias do Espírito Santo

P. Wandali Bava (CSSp)

Maria Silvina Freitas Martins

P. Joaquim Domingos Luís (SVD)

Ana Isabel Leite Moura Martins de Almeida

Maria Fernanda Leite Melo

Sandra Mafalda Pereira Paulo Eusébio

3. Nomeio Directora do CMAB a Dr.ª Marta Vilas Boas, que deverá coordenar todas as iniciativas de modo a dar às nossas comunidades um verdadeiro rosto Missionário no seguimento das Orientações da Carta Pastoral dos Bispos de Portugal.

Braga, 06 de Novembro, Festa de São Nuno de Santa Maria, de 2010.

D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga - Arcebispo de Braga

Foto: JCF

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

P. MANUEL ABREU, MISSIONÁRIO DO VERBO DIVINO – MISSÃO VERBITA EM TRÊS CONTINENTES - Conclusão


Brasil, Angola, Moçambique...

Rubim, no norte do Brasil, acolheu-o entre 75 e 77. Este grande país latino-americano o voltaria a acolher de 87-89 e em 1993, quando estudou e trabalhou em S. Paulo. Mas o seu grande continente seria a África. Angola acolheu-o de 1982 a 1987 e de 1994 a 1997, quando dedicou a sua vida á missão em Luanda, sempre em tempo de cruel guerra civil, quando a capital era o último refúgio para quantos conseguiam fugir do interior do país que estava a ferro e fogo.

O apelo de Moçambique chegou aos Superiores dos Verbitas que decidiram fundar uma Comunidade em Monapo (no corredor Nampula – Nacala) e eis que o P. Manuel Abreu é convocado para a primeira equipa missionária. Para lá parte em 1997. Em 2002 desceu para Maputo onde trabalhou até 2008, ano que marca a sua saída de África, ao fim de uns longos e felizes 33 anos de intensa Missão.

África, terra de sorrisos...

A África é fantástica no acolhimento e na capacidade de conquistar corações: ‘Trago de África asaudação efusiva em gesto e grito e sorriso; sorrisos incomparáveis, lindos alegres e simples. Trago na memória bebés de peito que ainda não falam, mas no colo da mãe já levantam a mãozinha para saudar. A alegria apesar do sofrimento, a simplicidade, a procura do Evangelho, a saudação, acolhimento dos africanos que conheci nas comunidades e nos caminhos, é algo divino. Te olham nos olhos, te falam e se ofendem se te ausentas sem dizer nada. E quando voltas depois de uma ausência, te dizem bem vindo’.

Difícil despedida...

Confessa que foi muito difícil o regresso a Portugal: ‘Quando comecei a vislumbrar que os meus anos em África poderiam estar a chegar ao fim, senti um peso aflitivo, como quem deixa o ambiente de vida identificada e feliz. Tentando agarrar as pontas dos 33 anos desde a primeira chegada a África, e sabendo que a maior parte dos anos foram vividos no meio da guerra e miséria, não duvido que é Dom de Deus e carinho do povo, eu ficar a gostar tanto da África, da Igreja em África’.

Conclui: ‘No último domingo, como residente em África, à comunidade paroquial de Santo António que para mim representava todas as comunidades dos 33 anos, eu disse: vou ter saudades dos vossos olhos que me olham e dos vossos ouvidos que estão atentos para procurar ouvir a Palavra de Deus; o vosso carinho e lembrança são para mim a força de Deus que levo para continuar a Missão’.

Missão em Portugal...

Regressou á Cidade-Berço onde esteve apenas um ano. Acaba de ser chamado a Lisboa onde anima a Comunidade de Formação de futuros Verbitas, trabalha com os Leigos ligados á família do Verbo Divino e é membro do Sector de animação Missionária do Patriarcado de Lisboa.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Missão

Foto: DR

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

P. MANUEL ABREU, MISSIONÁRIO DO VERBO DIVINO – MISSÃO VERBITA EM TRÊS CONTINENTES


‘Cidadão do mundo’, iniciador de novos projectos missionários, traz o sorriso da África no coração. Por lá andou 33 anos, aguentando a guerra de Angola e o tempo de reconstrução de Moçambique. Conclui que, em África, vale a pena ser missionário quase só para passar e saudar. Agora, a Missão é em Lisboa.

De Vila Verde a cidadão do mundo...

O P. Manuel Abreu, Verbita, é cidadão do mundo. Conta: ‘Todo o ser humano é fruto de várias culturas. E quanto mais mistura bem relacionada, mais humanos nos tornamos. Considero-me um cidadão missionário lusanbrasmo (português-angolano-brasileiro moçambicano)’.

Nasceu em Vila Verde (Braga) e cedo entrou para os Missionários do Verbo Divino (SVD) que tinham Seminário em Guimarães. Depois do Noviciado, professou em Fátima onde seria também Ordenado Padre em 1967.

Apostou forte na formação. Após estudos iniciais em Portugal, formou-se em Teologia na Alemanha. Com o andar dos tempos, aprofundou a formação em Espiritualidade (na Colômbia, no Equador e na Alemanha) e fez um Mestrado em Estudos Bíblicos, na Universidade de S. Paulo.

‘Batedor’ da Congregação...

Tem o perfil de ‘batedor’, pois a Congregação o escolheu e enviou a abrir comunidades: ‘Tive a graça de estar no começo de trabalhos novos SVD (Angola, Brasil norte, Moçambique) ‘. Bateu três continentes, tudo em nome do anúncio do Evangelho. O seu percurso missionário fala por si: começou em Guimarães (1969). Dali seguiu para Fátima (1970-75). Saiu de Portugal em 1975, para Angola, sendo colocado em Caungula, Angola. Sofreu muito à chegada a este novo país, quando quase todos partiam e o ambiente era hostil para os europeus. Ouviu alguém gritar-lhe: “vai embora, vai embora na tua terra”. Mas, com o andar dos tempos, sempre se sentiu em casa e deu para perceber o alcance desta recepção pouco hospitaleira: ‘Essas palavras duras, compreensíveis após 500 anos de colonialismo, foram totalmente superadas e transformadas nos anos seguintes’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST …)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Missão

Foto: DR

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PAULA SILVESTRE, PROFESSORA NO CADAVAL: MISSÃO DO OESTE A CABO VERDE - Conclusão


Foi em 2008 que achou reunidas as condições para partir. Os sucessivos apelos do Papa à Missão não a deixaram indiferente. Entrou no Voluntariado Missionário e fez a Formação coordenada pela Fundação Evangelização e Culturas. Participou nos Encontros e no Retiro do Voluntariado. Na hora de decidir, a proposta da Calheta de S. Miguel Arcanjo, na Ilha de Santiago, foi a vencedora.

Espiritanos da Calheta

A Paula viajou para a Praia acompanhada de dois jovens padres Espiritanos: o P. Nuno e o P. Fernando. O P. Nuno, há 12 anos na Calheta, apresenta a Comunidade com quem a Paula vai partilhar a vida e a Missão: “Somos uma comunidade na ‘moda’, pois somos e vivemos, não só internacional e culturalmente na diversidade, mas também na diferença geracional. Dois portugueses, um angolano e um congolês. O mais velho, o nosso P. Ferreira da Silva, com a sua bonita idade de 80 anos, muitos deles passados em Angola e outros tantos aqui em Cabo Verde; o P. Nuno Miguel, com quase 12 anos de missão, sempre na Calheta; o P. Alfredo, angolano, ainda nos seus primeiros anos de sacerdócio missionário e o Cristophe, congolês, em estágio missionário.

O mundo jovem e a Educação

O secretariado paroquial da juventude tem realizado várias actividades: dias paroquiais da juventude, marchas jovens, acções de formação, campo de férias, acampamentos, intercâmbios juvenis, momentos de oração, caminhadas de sensibilização.

É a paróquia de todo o Cabo Verde que tem dado mais vocações sacerdotais e religiosas. Já conta com 8 sacerdotes naturais, entre diocesanos e espiritanos e muitas irmãs religiosas.

Da missão espiritana faz parte também a Escola Padre Moniz, sendo responsabilidade todo o seu funcionamento. “Escola fundada por um Espiritano e que agora nos compete assegurar e manter vivo este projecto. Com 250 alunos, desde o 7º ao 12º anos, apoiamos alunos desfavorecidos e fora do sistema educativo, permitindo assim, a progressão nos seus estudos”.

A Paula já aterrou em Cabo Verde onde a Missão tomará conta durante um ano. No aeroporto deixou claro: “Eu não vou ser mais missionária em Cabo Verde do que sou aqui”.

Texto e foto: Tony Neve iN Jornal Verdade - Missão

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PAULA SILVESTRE, PROFESSORA NO CADAVAL: MISSÃO DO OESTE A CABO VERDE


Sempre quis partir, mas a Missão foi acontecendo cá dentro, entre Mafra e o Cadaval. Empenhou-se na Pastoral Juvenil. É professora. Pediu agora uma licença sem vencimento e partiu, domingo passado, para Cabo Verde por um ano. Lembrou no aeroporto: “Não serei mais missionária em Cabo Verde do que sou aqui”.

Queria partir...

O desafio a partir em Missão já vinha da juventude. E, verdade seja dita, é missionária aqui desde tenra idade. Aos 13 anos, já era catequista em Mafra. Na Universidade foi membro activo do Movimento Católico de Estudantes, tendo como Assistente o então P. Manuel Clemente, hoje Bispo do Porto. Com o andar dos tempos, foi assumindo novas responsabilidades pastorais, na coordenação da preparação de grupos para o Crisma e até na Catequese de Adultos.

O fim dos anos 80 marcou-a pela intervenção na Pastoral Juvenil como membro do Secretariado Diocesano (SDPJ). Guarda com especial ternura a recordação das preparações e da participação nas Jornadas Mundiais da Juventude em Santiago de Compostela (1989) e na Polónia (1992).

A Missão de ensinar...

Trabalhar com jovens mantém-se como o grande desafio da sua vida, pois decidiu seguir o caminho da docência. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses e Franceses, em 1989, e a sua vida mudou. Depois da passagem rápida por duas Escolas, viria a montar a sua tenda na Escola Secundária do Cadaval. O calendário apontava o ano de 1992 e, até hoje, esta tem sido a sua grande terra de Missão. Passou a integrar o dinamismo pastoral da Paróquia de S. Tomé de Lamas onde a sua disponibilidade é total: a preparação de grupos para a celebração do Crisma, o Ministério Extraordinário da Eucaristia e tudo o mais que seja preciso fazer na comunidade. Desde 2005, Ano da Eucaristia, coordena um tempo de oração Semanal pelas Vocações e santificação dos Sacerdotes.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST…)

Texto e Foto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Missão

terça-feira, 2 de novembro de 2010

DIOCESE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO VIVE A MISSÃO


… a Diocese seja uma verdadeira escola e casa da comunhão, toda ela missionária e de rosto materno.” (D. Antonino, a 12 de Outubro de 2008, dia da tomada de posse)


Desde que chegou à Diocese de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino, tem procurado pôr em prática uma das passagens mais emblemáticas da sua homilia, quando assumiu o múnus pastoral, em Outubro de 2008.


Em Março seguinte, fez a nomeação do Secretariado Diocesano das Missões, composto por dois sacerdotes, uma religiosa, um casal e uma jovem. Conhecer a realidade e descobrir metas, fazer propostas, criar a consciência missionária e promover dinâmicas para um empenho das gentes e das estruturas, foram passos dados desde cedo. Contactar com outros que já tinham partido à descoberta (secretariados diocesanos, grupos missionários, jornada nacional) foi um outro passo necessário e encorajador.


Começamos por fazer um levantamento das congregações missionárias (masculinas e femininas) que trabalham na Diocese, uma busca das povoações que viveram a Missão Popular (33 paróquias, com perto de 400 comunidades) e das acções missionárias, promovidas por grupos de jovens, durante as férias de verão.


A primeira acção mais visível aconteceu com a realização da 1ª Jornada Missionária, em Abrantes, em Outubro de 2009. Acorreu muita gente e a dinamização contou com grupos missionários (JSF, Ondjoyetu, JMV, Caminhantes da Paz) e com o P. Tony Neves (Missão Ad gentes) e o P. Álvaro Cunha (Missão Popular). Foi um tomar o pulso à capacidade de mobilização e resposta.


A partir da mensagem do Papa para o dia das Comunicações Sociais “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra”, em que lança um desafio e um apelo para que as novas vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas se tornem instrumentos da Palavra, é criada a página “Secretariado Diocesano das Missões”, com o endereço http://sdmissoesportalegrecastelobranco.pt.vu, um espaço de informação, formação e cruzamento de notícias, da diocese, dos movimentos e grupos missionários, onde se podem encontrar acontecimentos, mensagens, propostas.


A proximidade com o clero local, com secretariados e obras, a entrega atempada e abundante do material próprio do Dia das Missões, tem ajudado a uma partilha maior do âmbito da acção do Secretariado.


O surgir da Carta dos Bispos “Para um rosto missionário da Igreja, em Portugal” motivou já a proposta de um tempo de formação para os Sacerdotes, aquando da Semana de Formação, em Janeiro próximo. A formação do Grupo Missionário Diocesano está a dar os primeiros passos e será a nova aposta.

No sábado, 23 de Outubro, aconteceu a 2ª Jornada Missionária, em Alcains. Foi um momento forte, vivido por grandes e pequenos, em vários ateliers e tempos de formação. Eram mais de 700 participantes. Os adultos trabalharam a Carta dos Bispos; os mais novos, figuras e modelos de missionários e o desafio sempre novo: “Ide e anunciai!”.


Algo se fez, mas muito mais há a fazer. A Missão não se esgota: é sempre nova e exigente. A seara é imensa: Urge abrir horizontes, meter pés ao caminho, desbravar terrenos e continuar a semear. É essa a nossa tarefa, é esta a nossa aposta.


P. Agostinho Sousa – Director Diocesano das OMP

Foto: DR