sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A MISSÃO PELA PALAVRA – LUÍSA ALMENDRA, IRMÃ E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA

É uma mulher da Palavra. Palavra de Deus, acima de tudo. É aí que se mostra como Religiosa do Sagrado Coração de Maria, académica e comunicadora. Os alunos de Teologia escutam-na na Universidade Católica. O grande público acompanha-a no Programa Ecclesia (RTP2), na Rádio Renascença ou nos muitos encontros em que é convidada, por esse país acima e abaixo.

Da Paróquia ao Convento

Nasceu em Lisboa e viveu grande parte da sua juventude inserida nas actividades promovidas pela Igreja Paroquial do Espírito Santo, Lisboa. Foi ali que conheceu as Irmãs do Sagrado Coração de Maria, Congregação que a acolheu em 1981.

Queria realizar-se como Educadora de Infância, pois o mundo das crianças a fascinava. Mas Deus trocou-lhe as voltas e foi parar a Coimbra a um lar de estudantes universitárias. Assim iniciaria o estudo de Teologia. Regressou a Lisboa, em 1986, onde pôde concluir a licenciatura em Teologia, mantendo o acompanhamento a estudantes universitárias.

A ‘paixão’ pela Palavra de Deus ganhou novo ‘fogo’ e perdeu (ou ganhou!) horas e horas na biblioteca a ‘devorar’ tudo quanto à Bíblia dizia respeito. Por isso, sem ela esperar, a Faculdade de Teologia propôs-lhe ir estudar Sagrada Escritura para Roma, a fim de, no regresso, ser leccionar na Católica, um ‘convite recebido com emoção e alegria’ – como ela confessa.

A profissão Perpétua, realizada ‘em Junho de 1990, num lindo domingo de Pentecostes’ abriu-lhe novos caminhos e, durante 3 anos, assumiu a direcção do ensino Pré-Escolar no Colégio do Sagrado Coração de Maria, Lisboa. Mas a sagrada Escritura continuava a ser o horizonte dos seus dias.

Missão em África

É nesse tempo que faz uma pequena experiência de Missão fora de portas: partiu para África, rumo à Zâmbia e ao Zimbabwe: ‘Foi um tempo de experiência missionária muito forte, que me levou ao próprio coração de «missão». Ali a Palavra de Deus assumia contornos de vida e de partilha únicos. As celebrações da Palavra chegavam a demorar horas, às quais se seguiam as catequeses, transformando o dia de Domingo numa imensa celebração da Palavra. O contacto com o povo africano, com as suas dificuldades mas com os seus extraordinários valores, ajudou-me a visualizar, de um modo singular, a universalidade da Fé cristã e a resposta de sentido que lhe era oferecida pela Palavra’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MISSÃO NA GRANDE PERIFERIA - JOÃO BRÁS, PÁROCO DE ALGUEIRÃO E MEM MARTINS (Conclusão)

O desafio da missão na cidade

Algueirão e Mem Martins, a mais populosa Paróquia da Europa, acolheu-o neste ano de 2009, tão importante pelo facto de comemorar os 50 anos da inauguração da Igreja Paroquial. Recebeu do P. Mário Pais uma enorme responsabilidade, pelo dinamismo impresso à comunidade. Foi uma passagem difícil de um contexto rural, onde conhecia toda a gente, para o anonimato típico de uma periferia da capital.

Encontrou uma Paróquia com cinco Comunidades com Missa Dominical: Algueirão, Mem Martins, Mercês, Telhal e Pichilingais. Herdou a preocupação pela construção de Igrejas em Mem Martins e Mercês.

Vive com mais dois padres. Ele é português; o P. Bernardo da Cunha é guineense; o P. José Almeida Freitas acaba de chegar do interior do Brasil. São apoiados por um Diácono, pelo P. Alberto, de S. João de Deus e por Comunidades de Irmãs. O dinamismo missionário tem todas as condições para ser forte.

Sobre os desafios missionários que lhe são lançados, o P. João recorda: ‘Somos três padres de três continentes. Temos a Comunidade do Telhal, no Hospital dos Irmãos de S. João de Deus, com a preocupação pelos doentes de foro psiquiátrico. Há ainda a Comunidade das Irmãs do Bom Pastor, em Pichiligais, que dirigem uma obra extraordinária de acolhimento e apoio a mulheres vítimas de violência doméstica’. E encontrou na Paróquia uma grande ligação a S. Tomé, que quer manter e aprofundar.

O P. João foi o rosto mais visível da Igreja Missionária no dia 18 de Outubro na TVI. Presidiu à Eucaristia do Dia Mundial Missionário, na Igreja do Algueirão. A Missão, neste dia tão importante, passou também pelo écran.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

MISSÃO NA GRANDE PERIFERIA - JOÃO BRÁS, PÁROCO DE ALGUEIRÃO E MEM MARTINS

Nasceu numa aldeia do interior da diocese de Lamego e é o responsável pela maior Paróquia da Europa, nas periferias da capital. Vive com uma equipa de Padres, onde um é brasileiro, outro guineense e ele português. Tem transformado em espaços de Missão as Comunidades com quem vive. Presidiu à Eucaristia na TVI no Dia Missionário Mundial 2009.

De Castro Daire a Lisboa

Almofala, em Castro Daire viu-o nascer em 1961. Com espiritanos na família e na aldeia, o Seminário de Godim, na Régua, seria o normal ponto de chegada de um menino de 10 anos para iniciar os estudos. Assim aconteceu. Como o caminho se faz andar, o João foi crescendo e amadurecendo a sua vocação. Passou por Braga e Barcelos. Ali fez o Noviciado e Profissão Religiosa. Depois, regressou a Braga para os estudos de Filosofia, vindo para Lisboa completar a Teologia. E, feitas todas as ponderações e discernimentos, optou por ser Padre Diocesano, entrando no Seminário dos Olivais. Seria Ordenado Padre no Mosteiro dos Jerónimos, em 1990, celebrando a Missa Nova na sua aldeia natal. Começava assim a sua vida de Padre de aldeia, um pouco ao jeito do Santo Cura d’Ars, para quem olhamos este ano de uma forma especial.

Por terras de Torres e Caldas

A-dos-Cunhados e Vimeiro, em Torres Vedras, teriam a sorte de ser o terreno onde o P. João deu os primeiros passos na sua pastoral sacerdotal. Era coadjutor, acumulando com a missão de professor de EMRC no Externato de Penafirme.

Em 1992, saltou para as Caldas da Rainha onde fez uma longa experiência de vida em comunidade sacerdotal. Durante nove anos foi o Pároco de A-dos-Francos, Landal, Painho e S. Gregório. Gente simples, povo bom, com quem o P. João estabeleceu uma relação muito próxima, sentindo-se sempre em casa. E foi com muito custo que, em 2001, deixou estas comunidades e partiu para Santa Catarina e Carregal Benfeito. O ambiente era semelhante ao que vivera nos anos anteriores e a sintonia com o povo excelente. Manteve o ritmo bem dinâmico e missionário das Paróquias e valorizou sempre muito a relação da Paróquia com a Igreja Universal, tendo-se realizado em S. Catarina inúmeras festas missionárias (com a LIAM...) e um Encontro Nacional dos Jovens ligados aos Missionários do Verbo Divino em 2008. Fernanda Ramalhoto testemunha: ‘o P. João é uma pessoa calma, ponderada, que gosta de escutar. A nós sempre nos recebeu muito bem e apoiou as várias iniciativas que lá fizemos. Os jovens Verbitas ficaram todos em casas de família e houve uma grande mobilização da comunidade’.

Durante a sua estada por terras das Caldas foi Assistente dos Cursos de Cristandade, Vigário-Adjunto e Vigário.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

NOS BASTIDORES DA MISSÃO - PATRÍCIA FONSECA, PLATAFORMA DO VOLUNTARIADO MISSIONÁRIO (CONCLUSÃO)

Missão nas periferias

Regressou à empresa, mas percebeu que o seu futuro não passava mais por ali e partiu para outra, integrando o curso Pós-Graduação em Serviço Social, no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Terminada a Pós Graduação, deixou a empresa (uma atitude pouco compreendida no seu círculo mais próximo) e mudou radicalmente o rumo da sua vida profissional. Conta: ‘Trabalhei com crianças e jovens de ascendência cabo-verdiana do Bairro Moinho das Rolas, em Porto Salvo (Centro Social e Paroquial Cristo Rei de Algés), com crianças de famílias desestruturadas das Galinheiras (Centro Social e Paroquial das Galinheiras) e na formação de adultos, na Santa Casa da Misericórdia de Sintra’.

Voluntariado Missionário

E eis que, no início de 2008 se abriu uma porta para uma Missão que lhe enchia as medidas: teve a oportunidade de integrar a Fundação Evangelização e Culturas (FEC), coordenando a Plataforma de Voluntariado Missionário. Encontrou o seu lugar: ‘Hoje sinto que encontrei o que procurava desde os tempos da Faculdade e que começou a ganhar forma mais concreta depois de ter regressado do Brasil. Sinto que todos os dias me entrego à missão, não a uma missão da linha da frente, para onde partem os missionários e os voluntários, mas a uma missão de retaguarda, aquela que, nos bastidores, impulsiona o dinamismo missionário, em especial o desenvolvido pelos leigos’. Acredita que o seu trabalho é importante pois ajuda a criar sensibilidade para as questões do desenvolvimento dos povos, contribuindo para a construção de um mundo mais justo e equitativo para todos.

Paralelamente, continua a colaborar com o Movimento e a Comunidade Shalom, em especial na assessoria e formação de jovens.

Confessa que a missão do Brasil durou apenas um mês, mas a marcou para a toda a vida: ‘durante esse mês, tomei uma consciência mais profunda da necessidade de cuidar e de lutar para que o mundo seja um lugar onde todos possam viver com dignidade’.

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil
Foto: DR

terça-feira, 17 de novembro de 2009

NOS BASTIDORES DA MISSÃO - PATRÍCIA FONSECA, PLATAFORMA DO VOLUNTARIADO MISSIONÁRIO


É o rosto do Voluntariado Missionário na Fundação Evangelização e Culturas (FEC). Para lá chegar percorreu um longo caminho, cheio de Missão.

Nasceu em Lisboa, cresceu em Paço d’Arcos até aos 12 anos. Em 1990, a mudança para o Monte Abraão transformou muito a sua caminhada de Fé e de vida: ‘Geograficamente não foi uma grande mudança, mas foi uma profunda reestruturação das minhas redes sociais, especialmente na renovação dos meus laços de amizade. Os meus pais, que sempre me deram educação católica, rapidamente me integraram na vida paroquial, dando continuidade à frequência catequética iniciada na paróquia de Paço d’Arcos. No Monte Abraão completei os 10 anos de catequese’.

Shalom, aqui e no Brasil

E, na linha do horizonte apareceu o Movimento da sua vida: o Shalom, onde iniciou caminhada em 1995, ao mesmo tempo que colaborava e participava em diversas actividades paroquiais.

Licenciou-se em Sociologia, trabalhou numa empresa e, com o Shalom (onde seria Coordenadora Nacional), partiria para o Brasil em 2002, no projecto ‘Cuidar o outro’, realizado em Sabará (Belo Horizonte): ‘Durante um mês, tive como tarefa visitar e acompanhar as famílias que viviam na favela da Roça Grande, juntamente com a assistente social, para diagnosticar as necessidades da população, sobretudo ao nível das carências alimentares. As minhas incursões pela favela aproximaram-me de um mundo que até ali só conhecia de ouvir falar, de ver na televisão, de ler nos jornais. As casas desordenadas, feitas de tijolo e chapas de zinco, construídas pelo morro acima, em caminhos de terra vermelha, fizeram-se mais perto e os seus moradores tornaram-se histórias de vida reais, que pude escutar. A dureza e as dificuldades nas trajectórias de vida, o ciclo de pobreza e exclusão vivida pelas famílias que visitei, fizeram crescer em mim a vontade de agir onde quer que esteja. Comigo partiram mais 10 jovens’. Sim, e um deles, o Luís, é desde 2008 o seu marido.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MISSÃO EM MUITAS FRENTES – SALVADOR SANTOS, ESPIRITANO, IRMÃO (CONCLUSÃO)


Regresso ao sul de Angola

Sim, e à primeira oportunidade, já estavam as malas feitas. Voltaria ao Munhino em 1985, em período de guerra total. A quinta produzia muitos bens alimentares que garantiram a sobrevivência do Noviciado Espiritano (lá instalado desde 1986) e matou a fome a muitas pessoas que viviam nas imediações. Quando, em 1995, Angola celebrou 20 anos de independência, o jornal ‘Público’ foi ao Munhino entrevistar o Irmão Salvador que disse: “As populações tratam-nos com muito carinho, com muito reconhecimento. Quando têm necessidades, quando estão aflitas é connosco que vêm ter, não é com os políticos. Se precisam de uma esferográfica, se precisam de um bocadinho de sabão, se precisam de uma peça de roupa, é a nós que se dirigem”. Sobre a situação social das pessoas, o Irmão Salvador reconhece que está mal: “A situação está a deteriorar-se do dia para a noite. Para o fim do ano, até virem as novas colheitas, vai haver muita fome”. Socorrer as vítimas desta guerra foi Missão assumida. Sobre as razões que levam a ficar quanto tudo parece convidar a partir, o Irmão Salvador diz: “Não sei o que nos prende a África. Sofremos, não temos as comodidades que temos em Portugal, não temos televisão, não temos segurança, mas não sabemos viver longe dela. Talvez pela ligação que aqui há às pessoas, à sua afectuosidade, às suas alegrias, às suas dores. É um mistério que nos ultrapassa. Sentimo-nos como que agarrados a isto para sempre”. É isso mesmo, a Missão não larga.

Missão em Lisboa

Portugal é ponto de nova chegada no ano 2000. Chamado à Casa Provincial, em Lisboa, cá está. Ecónomo-adjunto, garante o funcionamento de uma Casa que é Provincial, sede da Animação Missionária e das publicações, Procuradoria das Missões e centro de acolhimento aos Missionários. Enfim, uma grande estrutura que exige do Irmão Salvador muito um compromisso de 24 sobre 24 horas, sem dias nem noites, sem domingos nem feriados. Uma Missão que, mesmo longe das linhas da frente onde ele ainda quer voltar, lhe traz a felicidade de se sentir (e ser) um grande Espiritano com 45 anos de curriculum bem preenchidos.

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz da Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MISSÃO EM MUITAS FRENTES – SALVADOR SANTOS, ESPIRITANO, IRMÃO

Missionário Espiritano há 45 anos, Salvador Santos é Irmão, uma das formas de consagração na Vida Religiosa. Nasceu em Trancoso, na Guarda, em 1943. Tempos duros aqueles marcados pela pobreza que se sentia ainda mais no interior pobre e abandonado do país. Começou a trabalhar muito cedo e muito arduamente, na agricultura e na floresta. Recorda ainda as dificuldades que sentiu quando participou na equipa que abriu um caminho no mato, utilizando só a força humana para derrubar as árvores e rasgar a montanha.

Jovem de fé, sentiu o apelo à missão através de outros missionários que conhecia. Entrou no Seminário do Fraião, em Braga, quando já tinha 18 anos, iniciando a formação na Obra dos Irmãos. Lá professou em 1963, mantendo-se a trabalhar na quinta até 66, data em que foi desafiado a ir até ao Seminário da Silva, em Barcelos, onde funcionava o Noviciado. Explica: “Havia cerca de 20 noviços, apoiados por uma grande quinta que tinha de garantir a sobrevivência desta Obra e ainda apoiar a Missão da Congregação. Foram anos de muito trabalho, de manhã à noite…A minha sorte é que era um jovem e, com a motivação que tinha, as forças nunca faltaram”. Mas, missionário que era, tinha horizontes mais largos e recebeu com grande alegria a notícia da nomeação para Angola.

Munhino, no sul de Angola

A Missão do Munhino, em Sá da Bandeira, no sul de Angola, acolheu-o de braços abertos em 1971. O tempo era de paz e esta Missão tinha uma grande área de cultivo onde o Irmão Salvador investiu forte, sobretudo nos pomares e agricultura. Mas nunca deixou de parte a pastoral. Partilhava as tarefas de evangelização confiadas à Missão, visitando as comunidades, sendo catequista, sobretudo na comunidade do Km 14.

O Seminário da Silva

As férias em 1975, em Portugal, viraram-lhe a vida do avesso. Quando chegou a hora do regresso, as portas de Angola estavam fechadas. Voltou ao Seminário da Silva, agora com novos inquilinos: lá funcionavam também os antigos 6º e 7º anos, correspondentes aos actuais 10º e 11º anos. Foram cinco anos, apesar de tudo, bonitos: “A casa estava cheia, os jovens garantiam vida e animação, partilhavam em algumas das actividades da quinta (vindimas, silagem do milho…) e todos jogávamos futebol e voleibol. Foram tempos fantásticos, mas Angola continuava no coração”.

(CONTINUA DO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MISSÃO EM LISBOA, PRÍNCIPE E NAMBUANGONGO - DANIEL BATALHA, PÁROCO DE ALGÉS E MIRAFLORES - CONCLUSÃO


Príncipe e Angola

É no meio de tanto trabalho pastoral que, no ano 2000, que começa a rasgar novos horizontes à Missão. O Cardeal-Patriarca lançara o desafio: “A Igreja de Lisboa nunca será completamente fiel se não desenvolver a sua vocação missionária”. A Fundação Evangelização e Culturas (FEC) propôs o projecto de geminação de paróquias e a Ramada e Famões aderiram em força: “A paróquia da Ramada foi a primeira a avançar, geminando-se com a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, a única paróquia da Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, com quatro mil habitantes. Mais tarde, foi a vez da paróquia de Famões se geminar com Nambuangongo, uma missão na diocese de Caxito conhecida pela violência das lutas de guerrilha e pelo difícil acesso dos missionários. Era responsável por esta missão um sacerdote mexicano que conhecemos numa semana missionária na paróquia da Ramada, aquando da sua passagem por Portugal para aprender a língua portuguesa”.

O P. Daniel é um homem feliz porque, quatro anos após a sua saída destas Paróquias, as geminações mantêm-se activas e estão mais ricas com este projecto missionário assente na partilha.

Missão junto ao Tejo

Foi em 2005 que o P. Daniel teve de ‘partir’ de novo. Esperava-o uma paróquia mais antiga, num outro termo da cidade, Algés, mais urbana, mais madura, mas repleta de desafios missionários. É lá que se encontra actualmente: “Ser pároco no Termo de Lisboa, onde a prática religiosa raramente se aproxima dos 10% e onde um número cada vez maior de pessoas nasce, vivem e morrem fora de qualquer referência cristã, tem sido para mim uma experiência cheia de desafios”.

Espalhar este ‘fogo’

Está muito activo no Sector de Animação Missionária do Patriarcado desde 2003 e é lá, em Algés, que as reuniões se realizam: “O Sector tem-se empenhado em mobilizar uma rede de animadores missionários paroquiais, coordenados por um responsável vicarial, e a divulgar as ‘boas práticas’ missionárias que se vão realizando um pouco por toda a Diocese, a nível paroquial, e até vicarial”.

A Missão aqui e lá fora faz o P. Daniel acreditar numa Igreja solidária e sem fronteiras.

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MISSÃO EM LISBOA, PRÍNCIPE E NAMBUANGONGO - DANIEL BATALHA, PÁROCO DE ALGÉS E MIRAFLORES


Missão corre nas veias do Pároco de Algés e Miraflores. Nasceu em Mafra (Ribamar – Santo Isidoro), recebeu educação cristã, estudou e trabalhou por aquelas paragens até que, aos 15 anos, participou num encontro de jovens no Seminário de Almada. A vida mudou desde esse dia: “Interpelou-me profundamente o testemunho dos seminaristas. E da constatação ‘eles são como eu!’ à pergunta ‘porque não eu?’ foi um passo quase imediato”.

De Mafra ao Altar

“Um jovem pároco, o padre Joaquim Pedro, actualmente pároco em Torres Vedras, foi o instrumento que me guiou na resposta à voz do Senhor no meio do turbilhão dos meus sentimentos. Em 1982, com 16 anos de idade, entrei no Seminário diocesano de Almada”, conta.

Passou por Almada e Olivais, fez teologia na Católica e foi ordenado Padre nos Jerónimos, em 1990. A Missa Nova, em Santo Isidoro, traz-lhe recordações gratas mas dolorosas: “Era então o meu pároco o padre Francisco José, um colega de seminário recém – ordenado, que conquistou de imediato os paroquianos pela sua simpatia e piedade. Partiu muito jovem para a casa do Pai e dele guardo uma viva saudade e uma enorme gratidão”.

Trabalhou sete anos no Seminário de Almada: “Privar de perto com a caminhada vocacional de tantos jovens, com as suas alegrias e vacilações, era como tocar o próprio Deus que lhes fala ao coração como um amigo fala com o seu amigo”.

Finalmente, Pároco

Famões e Ramada, em Odivelas, foram as suas primeiras Paróquias. A Ramada dava os primeiros passos como comunidade paroquial e estava tudo por fazer: “Uma igreja para construir, serviços paroquiais para estruturar e uma multidão imensa a quem anunciar o Evangelho. Como em muitas paróquias do Termo de Lisboa, as comunidades cristãs são muito diversificadas: cristãos vindos do interior do país, com a riqueza das suas tradições e vivências de fé, os estrangeiros emigrantes, e uma multidão cada vez maior de pessoas sem ‘raízes’ e incapazes de ganhar raízes. A Igreja tem um papel único como ‘casa comum’, construtora de pontes e de comunhão”.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MISSÃO COM EMISSÃO - ANTÓNIO REGO, PADRE – JORNALISTA (CONCLUSÃO)

A Missão também se escreve

Para o Cónego Rego, a missão também se escreve. E muito bem. D. José Policarpo define-o assim: ‘Ele já nos habituou, com uma beleza literária de grande qualidade e coma sensibilidade dos acontecimentos, própria de um exímio comunicador, a leituras do momento que passa, em chave evangélica’. É isso mesmo. O P. Rego consegue explicar de forma simples e bela o que vai acontecendo no mundo e merece um olhar especial. Roberto Carneiro chamou-lhe ‘esteta da comunicação’ e ‘semeador da esperança’. Não é por acaso que ele aguentou, anos a fio, uma crónica semanal no ‘Diário de Notícias’. A sua colecção deu o livro ‘Palavras entre Palavras’.

Mensagem por ‘Reflexo’

Quando a Agência Ecclesia nasceu, a sua edição escrita abre sempre com um ‘Reflexo’, assinado pelo Cónego António Rego (agora partilhado por outros). Cada texto é uma pérola de literatura, como podemos ver nas colectâneas ‘Deus na Cidade’ (2004) e, muito recentemente, ‘Um ramo de Amendoeira’ (2009). No Prefácio, o Patriarca de Lisboa define o homem e a obra: ‘O cónego António Rego, na beleza da forma a que já nos habituou, na perspicácia de identificar aspectos sugestivos da actualidade, ajudou muitos a lerem a vida em chave cristã. Aconselho os leitores a não quererem ler este livro, mas a procurarem nele, de cada vez, a página que os ajudará, num momento concreto, a lerem a vida à luz do Evangelho. O livro todo é a amendoeira; aconselho a que se colham, um a um, os frutos e as flores’.

Uma vida com Missão

O seu vasto curriculum fala alto da competência do P. António Rego: Coordenador e Realizador de Programas Religiosos na TVI; Cónego da Sé de Lisboa; Director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais; Professor de Comunicação Televisiva na UCP; Consultor do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

Pela sua vida, concluímos que a Missão se escreve, se mostra, se diz, se faz.

Texto: Pe. Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

terça-feira, 3 de novembro de 2009

MISSÃO COM EMISSÃO - ANTÓNIO REGO, PADRE – JORNALISTA

Nasceu e cresceu nas Ilhas verdes dos Açores. Foi a olhar o mar que ouviu a voz de Deus. Entrou no Seminário e foi Ordenado Padre. Comunicador nato, cedo se revelou nele o fascínio pelos microfones e pela arte de passar para o papel o que lhe ia no coração.

O impacto do dizer

Formou-se em França em Comunicação Social e iniciou a sua aventura na Rádio muito jovem, com o programa ‘Hoje é Domingo’. Multiplicaram-se os títulos e as intervenções, andando entre a Rádio Renascença e a Radiodifusão Portuguesa. A sua voz é inconfundível, como a mestria com que constrói os textos que narra, fazendo das páginas do Evangelho uma história que dá gosto ouvir contar.

Por esse país acima e abaixo, faz conferências, participa em debates, anima sessões. Vimo-lo e ouvimo-lo, com muito agrado nas Jornadas Missionárias Nacionais, em Fátima (19 de Setembro) falar com garra e desassombro de S. Paulo e o Evangelho na Cidade.

A força da mensagem do écran

Dos microfones da Rádio passa aos écrans da Televisão. Primeiro na RTP (‘Setenta vezes Sete’), depois na TVI. É o primeiro Director de Informação deste canal privado aparecido no início dos anos 90. O jornalista Adelino Gomes dava a notícia da sua nomeação, intitulando-o o ‘um Padre com (e)missão’. Quando o Papa João Paulo II visitou Angola, em 1992, percorremos juntos o país e, em cada conversa, vinha á baila a preocupação por esta nova missão para a qual tinha sido convidado e sentia dificuldades em concretizar.

A sua aventura televisiva levou-o aos cinco continentes onde filmou o povo, as paisagens, os acontecimentos, os depoimentos das linhas da frente da Missão, lá onde a Igreja se envolve em grandes lutas pastorais, onde o povo sofre os efeitos da guerra e da pobreza, onde os direitos humanos não passam do papel, os o Evangelho é contado e vivido ao sabor e ritmo de outras culturas. Tudo isto foi aparecendo claro nas mais de 1500 reportagens televisivas que o Cónego António Rego já realizou por esse mundo fora. Cada Domingo, ao fim da Eucaristia, podemos ver o seu ‘Oitavo Dia’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST)

Texto: Tony Neves - iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF