quarta-feira, 31 de março de 2010

SANTA E FELIZ PÁSCOA


As Obras Missionárias Pontifícias desejam a todos os colaboradores, benfeitores, familiares e amigos, votos de SANTA PÁSCOA e as mais abundantes bênçãos de Cristo Ressuscitado.

segunda-feira, 29 de março de 2010

ANDREIA REIS, DO SHALOM E EQUIPA D’ÁFRICA – MISSÃO DA PRISÃO A MOÇAMBIQUE - Conclusão


Com os reclusos

Realizou um estágio num Estabelecimento Prisional: ‘uma experiência única, da qual me recordo com muito carinho, da qual tenho saudades. É difícil trabalhar com esta população, é um desafio constante à nossa capacidade de empatia, de perdão e de compreensão. É uma experiência de amor’.

A Andreia partilha este ano passado na Prisão que considera muito gratificante, mesmo a nível profissional: ‘os resultados parecem não ser muitos nem muito apelativos, mas sei que, individualmente e à maneira de cada um deles, o meu trabalho terá o seu fruto, as horas de conversa confidencial terão os seus frutos. No fundo, eu sei ou quero acreditar que sei, que pelo menos um recluso, de entre os 700 que ali estavam, mude a sua vida, mude o seu destino’.

‘Equipa d’Africa’

Mas a grande Missão estava reservada para o ano 2009. Em Agosto, integrou o grupo da ‘Equipa d’África’ que partiu rumo ao norte de Moçambique. De Lisboa partiram cinco grupos. O da Andreia (ela e mais três) foi parar a Macomia, na Província de Cabo Delgado: ‘Fui inserida num lar de jovens, um lar com intuito de intervir na educação. Era um lar orientado por quatro Irmãs Missionárias: três da Colômbia e uma de Espanha. Estavam lá há cinco anos. Reabilitaram o lar, que estava abandonado, e começaram a albergar os jovens, que frequentam a 8º, 9º e 10º classe, na escola secundária pública de Macomia’.

A Andreia ficou fascinada com esta Missão, aponto de nos querer descrever um dia típico. Aí vai ele: ‘acordar às 5h30, com os cantos dos jovens. Às 6h00 participar nas laudes. Ás 6h30, tomar o pequeno almoço. Às 8h, caminhava até ao centro de saúde de Macomia, que ficava a mais de 30 minutos a pé. Lá ficava na pesagem e vacinação de bebés. Por volta das 11h30 regressava ao para o almoço com o meu grupo e as Irmãs. Ás 13h30 abria a "biblioteca" do lar, para os jovens requisitarem os seus livros, para às 14h começar as explicações. Por volta das 16h30, terminava o estudo obrigatório, e os jovens tinham tempo livro para "cumprir" (ou seja, ir ao poço buscar água, cortar lenha, ou arrumar camarata) ou para passear pela aldeia, ir ao mercado. Às 18h30 participava nas vésperas. Às 19h jantávamos. 19h30 ia deitar as meninas nas camaratas, contar histórias. A ‘Equipa de África’ reunia-se, então, para avaliar, programar e rezar’.

Na hora de balanço, a Andreia não esconde a felicidade destes dias: ‘foi tudo mágico, tudo de tal forma intenso e forte, que nem mil palavras dava para descrever. Daí eu ter descrito um dia típico, porque isso é fácil, não dói tanto como se eu tivesse que falar de todas as vidas que se cruzaram com a minha, de todas as histórias que me encheram o coração, de todos os rostos que não vou esquecer, de todos as imagens que me fizeram chorar em silêncio, de todo o amor que senti’.

A Missão continua aqui...

Hoje mantém-se activa no Shalom, apostada em testemunhar a sua Fé, no dia a dia de uma Psicóloga que continua convencida de que o mundo se muda com pequenos gestos.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 24 de março de 2010

ANDREIA REIS, DO SHALOM E EQUIPA D’ÁFRICA – MISSÃO DA PRISÃO A MOÇAMBIQUE

Queria ser Educadora ou Professora, mas formou-se em Psicologia Clínica. Entrou no Movimento Shalom, mas a sua grande Missão lá fora foi com a Equipa d’África, em Moçambique. Recorda a intensidade do estágio num Estabelecimento Prisional. Fez o caminho de Santiago e participou nos encontros Europeus de Taizé, em Lisboa, Milão e Zageb. A Missão continua...aqui em Portugal.

Psicologia Clínica

Quando era pequena queria ser educadora de infância. Depois, cresceu e foi querendo ser outras coisas: professora do ensino básico, do ensino secundário, da Universidade... Mas foi no 12º ano (quando tinha mesmo que escolher a sério!) que percebeu que a sua vida exigia que estivesse com as pessoas. Daí o avançar para a Psicologia. A opção da ‘Clínica’ veio porque ela percebeu que é muito importante conhecer o ser humano com profundidade. Sentiria ainda um apelo a optar pela população de risco, por uma questão de vocação. Sentia-se chamada a partilhar a sua vida e o seu saber com as pessoas mais excluídas. E assim se tornaria numa Psicóloga Clínica.

‘Shalom’

A caminhada de Fé também foi abrindo caminhos á Andreia. Celebrado o Crisma, entrou no Movimento Shalom, dando continuidade à Catequese. Trata-se de uma Movimento Missionário que aposta muito na Espiritualidade. Era isso que ela queria e partiu para uma aventura que, até hoje, sempre lhe abriu horizontes novos à vida.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST....)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 22 de março de 2010

FAUSTINO MONTEIRO, FORMADOR DE VOLUNTÁRIOS – INFORMÁTICO E MISSIONÁRIO - Conclusão

JSF e Solsef

Chegou de uma Missão no Huambo e foi eleito Presidente Nacional dos JSF. Avalia assim: ’destaco a importância do trabalho feito ao nível dos grupos paroquiais, procurando colocar a Missão bem dentro do coração da paróquia. A disponibilidade dos JSF para a Missão "lá fora", foi e deverá ser sempre o reflexo da sua missão na sua igreja paroquial. Descobri a importância do aprofundamento da fé a vários níveis: da oração, do compromisso, da formação, do encontro com os outros’.

Deixou a presidência e voltou ao ritmo normal e simples do seu grupo paroquial, sendo convidado, anos mais tarde, para presidir à Organização Não Governamental para o Desenvolvimento ‘Sol Sem Fronteiras’ (Solsef) que concretiza projectos de solidariedade e desenvolvimento em países pobres, sobretudo no espaço lusófono. Partilha: ‘a passagem por uma ONGD constituiu a maturidade de uma caminhada. Se nos JSF o foco residia, essencialmente, na Animação Missionária, uma ONGD, abria as portas a todas as "pessoas de boa vontade". Este mergulho numa outra dimensão, exige pessoas bem preparadas tecnicamente e conhecedoras dos mecanismos das políticas de desenvolvimento. Um desafio a que os cristãos não podem e não devem ficar alheios’.

Formar Voluntários Missionários

O voluntariado missionário traz desafios muito concretos à Igreja Missionária. O Faustino conta porquê: ‘Desde logo, porque os leigos passam a ser, para além de apoiantes, jogadores convocados e prontos a entrar em campo. Para tal, a preparação é importante, ao nível pessoal, intelectual, eclesial e profissional. Uma realidade que está agora a ganhar alguma maturidade dentro da própria igreja. O contributo que dou será sempre segundo a regra dos 3 P's: pouco, pequeno e possível. Mas acrescento mais uma letra, o E, de Entusiasta’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 19 de março de 2010

FAUSTINO MONTEIRO, FORMADOR DE VOLUNTÁRIOS – INFORMÁTICO E MISSIONÁRIO

Nasceu nas montanhas de Santo Antão, em Cabo Verde, mas veio aos quatro anos para Portugal. Viveu as dificuldades da vida de qualquer imigrante. Formou-se como Engenheiro Informático. Fez duas Missões em Angola e passará esta Páscoa em Moçambique. Foi Presidente dos Jovens Sem Fronteiras e da ONGD Sol Sem Fronteiras. É membro da Equipa do Voluntariado Espiritano.

Dois mundos, dois caminhos

Entrou na Faculdade e nos Jovens Sem Fronteiras ao mesmo tempo, abrindo, na sua vida, dois caminhos que nunca abandonou: ‘dois mundos que se abriram à minha frente. Um que me dotava de uma maior consciência universal e sem fronteiras e outro que mergulhava na tecnologia, que por vezes me parecia fria e distante, um mundo um pouco fechado sobre si mesmo. Da mesma forma que se pode ficar míope quando se focam os olhos durante demasiado tempo para um ecrã, pode-se ficar míope para o mundo real quando se vive em demasia uma realidade virtual’.

Huambo e Kalandula

Embora a sua Engenharia seja outra (não é Civil!), o Faustino é construtor de ‘pontes’, ele mesmo fruto de uma relação África-Europa. Ao candidatar-se a uma experiência de Voluntariado Misionário, foi Angola que lhe saiu na ‘rifa’: ‘conhecia um pouco da realidade: as missões (através sobretudo dos missionários espiritanos), os povos, a guerra... Da primeira vez no Huambo, em 1997, vivia-se uma espécie de paz armada. Retenho na memória as muitas histórias que nos contavam: histórias de coragem, de resistência, de testemunho de fé, de compromisso. Essa experiência tornou-me bastante mais sensível aos problemas dos outros, sobretudo aos que vivem na outra margem. A margem onde se encontram os excluídos, os explorados, os que contam muito pouco na lógica actual do mundo. Em 2003 regressei, desta vez a Kalandula, Malange. Uma missão mais do interior, onde, apesar dos muitos problemas, se respirava liberdade e onde redescobria a beleza das coisas simples.

Das duas experiências, retenho a visão que a janela do avião me proporcionava. Esta ideia de ser sem fronteiras: um olhar que do alto se deixa apaixonar e junto das pessoas partilha essa visão. Um olhar que sonha e que do sonho procura realizar. Um ‘olhar mais longe’, mas que foca mais de perto o coração da humanidade’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 17 de março de 2010

EMANUEL OLIVEIRA, EDITOR DO PROGRAMA ‘LUSO-FONIAS’, NA RR – MISSÃO COM PARTILHA SOLIDÁRIA - Conclusão

Missão na Rádio

O último desafio a que respondeu, no início de 2010, foi a edição e produção do programa ‘Luso-Fonias’, realizado na Rádio Renascença e difundido numa série de Rádios Católicas da Lusofonia, sobretudo em África. Faz equipa com o Tiago Tavares. Em Portugal, é emitido ao sábado, às 12h, na Rádio SIM (RR) e em diversas Rádios de Inspiração Cristã. O objectivo é claro: ‘Procura promover a lusofonia uma vez que nele à espaço para as rádios parceiras dos países lusófonos poderem apresentar os seus trabalhos’.

Nova Família

Casou com a Ana, em Vila Franca do Rosário, a 1 de Maio. O Emanuel partilha esta nova etapa da vida em família: ‘Têm sido 9 meses muito felizes de entrega e partilha em casal. Juntos vivemos o nosso primeiro Natal com a alegria de quem se sente muito abençoado pelo Senhor que nos convida sempre a segui-Lo e a escutá-Lo. Juntos temos partilhado as dificuldades, mas também as alegrias do trabalho que nos ocupa grande parte da semana. Temos também partilhado o cansaço e a entrega de cada actividade que semanalmente preparamos com os nossos Lobitos do Agrupamento 1188 do Milharado.

Metidos em tantos trabalhos e aventuras, a vida não pára: ‘Sabemos que o Senhor nos está sempre a pedir para darmos ainda mais do que já damos. Juntos vamos aprendendo a acolher e a seguir e o menino Jesus à imagem de duas pessoas que também estiveram presentes no dia do nosso casamento: Nossa Senhora (1 de Maio, início do mês de Maria) e S. José (Operário)!’.
É também comentador das celebrações da Rádio Renascença e faz alguns trabalhos de web design e design gráfico para paróquias e serviços eclesiais.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: site RR

segunda-feira, 15 de março de 2010

EMANUEL OLIVEIRA, EDITOR DO PROGRAMA ‘LUSO-FONIAS’, NA RR – MISSÃO COM PARTILHA SOLIDÁRIA

Nasceu numa família que o fez crescer na Fé. O Seminário ajudou a perceber a vocação a que Deus o chamava. Casou em 2009 com a Ana. Coordena o projecto ‘Presentes Solidários’ no Natal. É o novo editor e produtor do programa ‘Luso-Fonias’, realizado na Rádio Renascença.

A importância do Seminário

Nascem em Cascais e tem um padre por padrinho: o P. Agostinho Pereira da Silva, que foi pároco de S. Domingos de Rana e de Tires e teve direito ao nome da Avenida que liga estas duas povoações. A família também o ajudou a crescer na fé e na dedicação à Igreja.

Frequentou a Catequese e a Escola Salesiana de Manique até ao 9º ano. Entrou para o Pré-Seminário de Lisboa no 7º ano, chegando, com 14 anos, ao Seminário de Caparide onde inicia um caminho de discernimento que durou oito anos: ‘um tempo muito feliz de descoberta do Senhor, da riqueza de viver em comunidade, da aprendizagem do serviço como modelo de felicidade, de entrega a todos os desafios que Ele me ia propondo, de descobrir a Alegria e a Esperança que só a Fé podem dar ao Homem, de olhar para o mundo com um olhar transfigurado pela beleza da Eternidade e do Amor’.

Presentes Solidários

Vencido pela convicção de que Deus o chamava à vida matrimonial, continuou a sua caminhada fora do Seminário, mas bem dentro da Igreja. A organização da Celebração do Corpo de Deus, em 2008, pô-lo em contacto com o Dr. Jorge Líbano Monteiro que o convidou a entrar na Fundação Evangelização e Culturas (FEC).

O seu trabalho mais sucesso é o projecto dos Presentes Solidários, uma campanha de angariação de fundos da Fundação Evangelização e Culturas que já vai na sua quarta edição: É uma campanha que apoia directamente projectos de desenvolvimento nos países lusófonos. Este ano, conseguimos angariar mais de 5.000 Presentes, num total de cerca de 60.000 euros’. Os presentes vão ao encontro das necessidades reais das comunidades e são comprados e entregues pessoalmente no terreno por entidades que estão a trabalhar com a FEC. O Emanuel explica quais foram os Presentes do Natal 2009: ‘um kit de construção para Angola, um painel solar para Cabo Verde, uma lata de leite em pó para a Guiné-Bissau, uma cabra para Moçambique, um Kit Yanomami para o Brasil, uma cadeira para São Tomé e Príncipe, um Kit Sementinha Saudável para Timor-Leste e uma bolsa do voluntário para Portugal. Foram cerca de 1000 pessoas a aderir a esta iniciativa, às quais se juntam cerca de 20 empresas e uma dezena de paróquias’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil
Foto: DR

sexta-feira, 5 de março de 2010

P. ANTÓNIO COLIMÃO, DA ÍNDIA PARA LISBOA – CONSTUIR A COMUNIDADE E A IGREJA DE S. FRANCISCO XAVIER - Conclusão

Na peugada de S. Francisco Xavier

Chegou a Belém em 1991. A Missão de construir uma comunidade era um enorme desafio. Para agravar, é-lhe confiada a Capelania da Prisão de Caxias.

Com a calma e serenidade que caracteriza a alma indiana, o P. António Colimão vai levando, dia a pós dia, o barco a bom porto. A comunidade cresce, com ponto de encontro num simples pré-fabricado, atrás do grande edifício do Estado Maior das Forças Armadas. Está feliz porque considera que a sua Paróquia é um espaço de acolhimento e quem chega de novo sente-se em casa, bem integrado. O dinamismo missionário está presente e, a 7 de Fevereiro, na Igreja de Caselas, D. Joaquim Mendes crismou 45 membros desta Comunidade, na sua maioria jovens.

A Igreja da polémica

A construção da nova Igreja tem tido honras de grandes notícias nos meios de comunicação social. O terreno foi oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa, mas o projecto do Arq.Troufa Real divide opiniões: Em forma de barco e um campanário a lembrar um minarete, há quem ache muito bonito e quem o ataque com violência. O processo foi apreciado por quem de direito, foi aprovado e, com a paciência do P. António, está a ser construído.

Fui lá com o Pároco ver as obras. A parte subterrânea está concluída e já se vêem alguns pilares do corpo da Igreja. O problema é o dinheiro, mas este não assusta o P. Colimão. Recentemente regressado de mais uma visita à Índia, no âmbito da Associação Fraternidade Damão-Diu, conta como o povo de cotiza para construir capelas e Igrejas e tudo dá certo, apesar da pobreza das populações. Assim, lançou campanhas, promoveu eventos e pôs tudo nas mãos de Deus.

Quaresma especial

A Quaresma começou em grande, como já acontece há 19 anos. Após a cerimónia da imposição das cinza, a comunidade ficou para o jantar: caldo verde, pão e fruta. No fim, fez-se uma colecta. Lançou também uma iniciativa original: pediu a uma jovem indiano que desenhasse um Cristo coroado de espinhos e fez um ‘Estandarte da Paixão’. As famílias são convidadas a expô-la nas suas casas ou varandas e o lucro vai para a construção da Igreja. A confiança do P. António traduz-se nestas palavras: ‘Houve muito barulho exterior, mas a comunidade está serena e unida. Vesti a camisola e faço-o com alegria. A comunidade paroquial está comigo. Há que ultrapassar com fé e confiança esta dificuldade’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quinta-feira, 4 de março de 2010

P. ANTÓNIO COLIMÃO, DA ÍNDIA PARA LISBOA – CONSTUIR A COMUNIDADE E A IGREJA DE S. FRANCISCO XAVIER

Nasceu em Damão, foi ordenado em Bombaim e veio parar a Carcavelos. Desde 1991 está em S. Francisco Xavier a construir uma Comunidade e uma Igreja marcada pela polémica. Sente que a Comunidade está com ele e esta Igreja, do Arq. Troufa Real, é a sua filha que acompanha a crescer, pedra sobre pedra. Abriu a Quaresma com cinzas e um jantar solidário, tradição de há 19 anos. Lançou o ‘Estandarte da Paixão’ porque, como se diz na Índia, ‘não há coroa sem espinhos’.

De Damão a Carcavelos

Damão viu-o nascer, numa família de 11 filhos. A Mãe faleceu após o parto da última filha, tinha o António 12 anos. Foi o primeiro grande choque da sua vida. Entrou no Seminário da Sociedade Missionária de S. Francisco Xavier do Pilar onde fez todos os estudos e foi Ordenado Padre em 1964, em Bombaim, durante o 38º Congresso Eucarístico Nacional.

Foi Missionário e Professor do Seminário Maior, valorizando muito os dotes musicais que Deus lhe deu.

A sua família fugiu toda para Portugal quando a Índia invadiu Goa, Damão e Diu. Por isso, em 1970, o P. António veio visitar os seus e ficou. Trabalhou uns meses na Ajuda, mas seria em Carcavelos, a coadjuvar o P. Aleixo, que se prepararia para ser pastor em Lisboa. Lá esteve até D. António Ribeiro o nomear para a Cruz Quebrada em 1983.

Missão na Cruz Quebrada

Cruz Quebrada era uma paróquia muito especial. Tinha a comunidade ‘branca’, pouco participativa, com uma Igreja grande e nova, mas pouca gente envolvida. Tinha o Bairro do Alto de S. Catarina, um bairro de lata, com uma populações caboverdiana e indiana, que enchia as salas de catequese e a Missa das Crianças, ao fim de semana. O P. António foi um construtor de pontes entre estas duas realidades tão diferentes e tão distantes uma da outra. O dinamismo pastoral que imprimiu foi grande e deixou saudades na hora em que D. António Ribeiro lhe lança um novo desafio: S. Francisco Xavier.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 3 de março de 2010

JOÃO LUÍS E PAULA, COMPROMETIDOS EM CAMPOLIDE - MISSÃO PELO ECUMENISMO E PELA FAMÍLIA - Conclusão

Taizé, uma referência

A caminhada eclesial deve muito à Comunidade Ecuménica de Taizé: ‘Foi aí que fizemos uma semana de silêncio antes de casarmos e colaborámos activamente na preparação do Encontro Europeu ocorrido em Lisboa em 2004. Nela se cruzava ainda outros aspectos que ambos prezávamos: uma oração profunda, o cultivo do silêncio, a procura de uma grande simplicidade sem descurar a beleza e preservar o sentido do mistério que abre para o encontro, sempre único, com Cristo’.

Empenho Ecuménico

O João Luís faz parte, desde a fundação, em 1999, do Grupo Ecuménico Juvenil que, a nível nacional reúne representantes dos Departamentos Juvenis das Igrejas do COPIC e da Igreja Católica: ‘O caminho foi sendo construído com grandes encontros nacionais (os FEJ’s) mas também com outros eventos, como o campo de trabalho ecuménico na Casa de Saúde do Telhal, os CD’s Ecuménicos ou a Peregrinação Ecuménica a Taizé. Pequenos sinais de caminhos de comunhão, de partilha e de trabalho em conjunto. Em Setembro de 2007, seria já possível, no Encontro Ecuménico Europeu ocorrido em Sibiu, na Roménia, onde participei como delegado, animar um worshop e manter um pequeno stand onde foi apresentado o trabalho ecuménico que, em Portugal, se desenvolvia ao nível juvenil’

Missão em Campolide

Ambos estão hoje comprometidos na paróquia de Campolide, sobretudo na animação litúrgica: ‘Desde muito novo me envolvi, ao nível do canto, na procura de uma beleza que, na música e no texto, me ajudasse e ajudasse outros ao encontro com Jesus, quer nas celebrações das comunidades cristãs por onde passei, quer nas celebrações com os jovens, quer hoje, na comunidade de Campolide, onde colaboro na animação da liturgia e trabalho, a meio tempo, no atendimento a todos quantos procuram, por um ou outro motivo, a paróquia’.

Concluem: ‘É aí que os nossos filhos, participando connosco na Eucaristia, vão entrando nesta comunhão dos filhos de Deus que é a Igreja e na relação com um Deus que vão aprendendo a tratar como Pai’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: Lúcia Pedrosa

segunda-feira, 1 de março de 2010

JOÃO LUÍS E PAULA, COMPROMETIDOS EM CAMPOLIDE - MISSÃO PELO ECUMENISMO E PELA FAMÍLIA

O João é do mundo da História e a Paula da Informática. Ambos fizeram da Pastoral Juvenil uma paixão. Lá perceberam que Deus os chamava a constituir Família.

O Ecumenismo faz parte das suas vidas e Taizé é uma referência obrigatória. Por isso, com Família completa, estiveram no Porto, no II Encontro Ibérico de Jovens, promovido pela Comunidade de Taizé.


O fogo da pastoral Juvenil

O João Luís nasceu em Maceira – Torres Vedras e a Paula em Moçambique. Ele é doutorando em História Medieval e ela é formada em Informática de Gestão. A Pastoral Juvenil do Patriarcado aproximou-os. Conta o João Luís: ‘Conhecemo-nos no SDPJ em 1996, quando ambos entrámos para a Equipa Central. O caminho feito eclesialmente passou a andar a passo com um caminho pessoal de descoberta e de decisão sobre um projecto que achámos, a partir de determinado momento, que podia ser dito e construído no plural. Os tempos de serviço na Pastoral Juvenil, que se haveriam de prolongar até 2005, foram marcados por momentos muito fortes, quer ao nível diocesano, quer nos encontros internacionais em cuja organização a diocese se envolveu: Jornadas Mundiais da Juventude de Paris (1997), Roma (2000), Colónia (2005)’.

A Pastoral Juvenil permitiu-lhes escrever das páginas mais bonitas das suas vidas. Foram muitos anos, muitos eventos, muitas alegrias, algumas preocupações: ‘Ficou na nossa memória o comboio especial com 1000 jovens a caminho da capital francesa ou os 32 autocarros que rumaram para o encontro com João Paulo II por ocasião do Grande Jubileu do Ano 2000’

Um casamento com festa especial

Os tempos foram passando, a relação consolidou-se e, após longo namoro, casaram em 2003: ‘Foi um dia muito especial, como é natural, e um pouco fora do comum, pois fomos nós quem preparou o lanche volante que aconteceu após o casamento num pavilhão da localidade onde nasci – onde cada um se servia das mesas postas previamente – e com fotógrafos recrutados entre os nossos amigos’. Participaram na celebração padres e pastores protestantes.

A Madalena e o Francisco

Deste amor, há dois frutos muito queridos: a Madalena e o Francisco que agora os acompanham nas suas vidas de fé e nos seus empenhos de Missão: ‘o nascimento dos nossos filhos marcou uma viragem importante na nossa vida. Não só nos ritmos e horários como também na necessidade de reinventar os espaços e tempos a quatro e a dois. Exigiu também uma maior atenção um ao outro e o perceber como o amor poderia ser, sempre de novo, um sinal de uma Presença de Deus’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST....)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR