sexta-feira, 30 de julho de 2010

MIGUEL RIBEIRO, MONTE ABRAÃO – MISSIONÁRIO ORDENADO A 10 DE JULHO

Estudou Engenharia, fez duas missões de um mês em Angola e decidiu avançar para uma experiência de voluntariado. Estava em Malange quando deu a notícia de que queria ser Padre. Regressou, fez a Teologia e, a 8 de Setembro, emitiu os seus Votos Perpétuos. A Missão vai correr-lhe nas veias durante toda a vida. Foi ordenado Diácono na Sé do Porto a 8 de Dezembro 2009 e Presbítero em Monte Abraão, a 10 de Julho.

O berço da vocação

Descobriu o caminho da missão na catequese paroquial, no Monte Abraão, pois as catequistas estavam ligadas aos Missionários da Consolata. Feito o crisma, entrou para os Jovens Sem Fronteiras (JSF): ‘ Aí fui aprofundando o que tinha sido semeado durante os anos de catequese, e construindo (sem dar conta) uma base sólida para a minha consagração à missão’.

Foi na Paróquia que aprendeu a “ouvir” Deus: ‘Sempre foi uma comunidade à escuta do que se passa nas igrejas de outras partes do mundo. A isso não será alheio o trabalho do primeiro pároco, o Padre Fernando de Cima, ele próprio missionário em Angola. O falecido Padre Francisco José incentivou ainda mais a oração quotidiana pelas vocações. O Padre Jacob continua este trabalho e acolhe-me como um filho da terra, apesar da pouca ajuda que hoje posso dar na comunidade por me encontrar a estudar no Porto. Dos paroquianos sempre recebi manifestações de um carinho muito grande, junto com um enorme apoio material e espiritual’.

Missão aqui e em África

A primeira Missão do Miguel foi no Alentejo, em Sobral da Adiça numa Semana Missionária no Verão de 1995. Nos anos seguintes, foi até Angola, realizando ‘Pontes’ em Malange e Huambo. Marcado por estas experiências quis fazer uma Missão mais longa e partiu em 2002 para Malange: ‘Desta vez fui sozinho e integrei-me no trabalho da paróquia da catedral onde trabalham ainda os espiritanos e onde já estavam há mais de um ano duas JSF que me ajudaram muito na integração inicial. Os trabalhos principais que eu tinha eram as aulas de Matemática e Física no Seminário Propedêutico Espiritano e a implementação de uma bomba de água num local remoto, accionada por um painel foto voltaico’.


A ‘voz de Deus’

E aí, no coração de Angola, sentiu que Deus o mandou trocar um futuro de engenheiro pelo de padre. O Miguel conta como foi: ‘Angola vivia então num novo (e espero que definitivo) período de paz, que possibilitou a livre circulação de pessoas, sem medo de cair numa emboscada e serem assaltadas ou morrer. O mesmo aconteceu com os missionários um pouco por toda a Angola. No caso da Missão de Malange, o Padre Manuel Viana que era o Superior, recomeçou a visitar comunidades do interior da diocese onde já não ia há cerca de 5 anos devido à guerra. No regresso, contava-nos a maneira como muita gente caminhava 2-3 dias só para vir ao encontro do missionário que chegava e não podia ir às aldeias todas. Muitas dessas pessoas encontravam-se em situação de grave carência e fisicamente fragilizadas, mas para poder celebrar novamente a Eucaristia, nada disso contava! Aquele relato ficou a fazer-me “comichão na alma”. Pensei que Moisés terá sentido algo parecido quando o Senhor lhe disse no Horeb que escutava o grito do Seu povo. Naquele contexto, o povo de Deus também gritava pois queria celebrar a Eucaristia e não podia por faltarem missionários. A angústia era tanta que mesmo no meio de grave carência física ninguém olhava a dores para poder reviver o momento em que o céu se une à terra no sacramento eucarístico. Ainda tentei, mas não consegui ficar indiferente’.

Missionário para sempre

Regressou a Portugal e entrou no Seminário Espiritano em Setembro de 2003. A 8 de Setembro de 2009, emitiu, em Barcelos, os Votos Perpétuos como Missionário do Espírito Santo, com uma presença muito forte da comunidade de Monte Abraão e dos JSF: ‘Sinto uma certa tremideira por me achar perante uma grande responsabilidade ao assumir publicamente que quero viver para sempre os votos de pobreza, castidade e obediência segundo a Regra de Vida Espiritana. É algo impossível de assumir se não existir antes uma caminhada de fé e uma grande vontade de abandono à vontade de Deus’.

Quanto ao futuro, não faz planos:Não sei se o meu futuro será em Angola, na China ou em Portugal. Espero apenas que a Igreja local onde eu trabalhar encontre em mim alguém sempre disponível para servir. Não vai ser fácil, mas já sei como se faz: é na comunhão com Jesus Cristo!‘.

Foi ordenado Diácono por D. Manuel Clemente, a 8 de Dezembro de 2009 na sé do Porto e Padre, na Igreja do Monte Abraão, na tarde de 10 de Julho, por D. Carlos Azevedo.

Texto: Tony Neves
Fotos: JCF

quarta-feira, 28 de julho de 2010

BEATRIZ MORGADO, MONTE ABRAÃO – SAÚDE E MISSÃO DE MÃOS DADAS - Conclusão

Missão cá dentro e lá fora

Os Jovens Sem Fronteiras são o Movimento da sua vida. Lá chegou em 1995 e nunca mais largou esta onda missionária: ‘Estes jovens procuram, através do seu trabalho, sensibilizar, alertar e criar dinâmicas que lhes permitam ser bons cristãos e cidadãos responsáveis, empenhados e solidários, e dando particular atenção a projectos de desenvolvimento nos PALOP, principalmente nas áreas da Educação e da Saúde’.

Participou em muitas missões, cá dentro e lá fora. Fez Semanas Missionárias em Portugal, esteve num campo de férias com toxicodependentes em Espanha, andou a pé o Caminho de Santiago, mas os horizontes da Beatriz foram sempre mais largos. Assim, foi até Cabo Verde em 2002, realizar uma experiência missionária na Calheta de S. Miguel. Partiu para Angola em 2006 e 2007 para uma experiência nas áreas da Saúde e da Pastoral, no Huambo: ‘trabalhei com os profissionais de saúde - enfermeiros, alguns líderes da comunidade e grupos de mulheres, na formação sobre Noções Básicas de Saúde, VIH/SIDA e Tuberculose Pulmonar. Trabalhamos também num orfanato – Mewnho-Ukola - com as crianças e adolescentes e com as responsáveis’.

Desafios de Bento XVI

Viveu intensamente a visita do Papa e guarda no coração algumas afirmações: ‘Bento XVI disse que ‘é importante que os cristãos não se envergonhem de dizer que o são’… e para que esta afirmação seja real, tem que ser amadurecida não só em palavras, mas nas acções e atitudes na vida. É isso que procuro fazer. Acredito no que o Papa realçou, ‘que os leigos têm que rever e reinscrever a sociedade’ e é esse o desafio que quero manter na minha vida sempre’.

Balanço e projecto

Ao fazer o balanço do que já viveu, a Beatriz partilha: ‘A minha vida pessoal, profissional e cristã foi crescendo e amadurecendo ao longo destes anos. Sinto que ainda muito tenho a aprender… não é mau de todo… é sinal que até não sou assim ‘tão velha’ e que existem muitos desafios e objectivos pela frente’.

A 1 de Agosto parte com mais 15 jovens para o Brasil, onde coordenará o ‘Projecto Ponte 2010’, a concretizar nas periferias pobres da capital do Estado de Minas Gerais. Este verão, a Missão acontece em Belo Horizonte.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

segunda-feira, 26 de julho de 2010

BEATRIZ MORGADO, MONTE ABRAÃO – SAÚDE E MISSÃO DE MÃOS DADAS

Enfermeira a caminho de Médica, vê a Saúde como espaço de intervenção do ‘Bom Samaritano’. Foi Presidente Nacional dos Jovens Sem Fronteiras. Realizou missões em Portugal, Angola e Cabo Verde. Está de malas feitas para o Brasil, onde viverá um intenso mês de Agosto nas periferias pobres de Belo Horizonte.

A responsabilidade do Baptismo

Nasceu numa família cristã e celebrou o Crisma aos 14 anos: ‘Lembro-me que foi um passo muito pensado, e duvidado… como quase todos os adolescentes. Saía de uma etapa “cinzenta” da minha fé… na qual procurava encontrar respostas racionais e objectivas para um “deus” que me haviam partilhado e que eu não conseguia palpar. Aceitei, contudo, fazer o Crisma, apoiada em duas premissas: 1. Deus é Amor… e do Amor eu não duvido nunca; 2. Se não tivesse dúvidas era porque estava amorfa, e não procurava encontrar respostas.

Então rendi-me à pequenez que ainda hoje tenho, e ousei um compromisso de ser Cristão, pelo meu Sim’.

O mundo da Saúde

Fez Enfermagem e começou a trabalhar num Hospital de Lisboa, até hoje: ‘por lá passam muitos “Cristos”: sem abrigo; emigrantes ilegais; jovens toxicodependentes, a quem tentamos ajudar a ver a vida por outros prismas; jovens, com a minha idade, a morrerem com SIDA; idosos abandonados pela família; … e tantos outros Cristos...’.

Lançou-se, em 2004, num Mestrado em Ciências da Educação com especialização em Educação Intercultural: ‘ foi uma forma ‘académica’, mas também activa, de enlaçar estas áreas – ao trabalhar as representações que adultos africanos infectados com VIH/SIDA têm da doença e as implicações na Educação para a Saúde. Alarguei conhecimentos sobre a interculturalidade e a Saúde, enquanto os integrava no meu percurso de vida’.

Está no 3º ano do Curso de Mestrado Integrado em Medicina: ‘A Saúde, a Educação, e a Missão, são áreas que me apaixonam e se foram entrelaçando na minha vida, quer pessoal, quer profissional, quer cristã’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ÓSCAR DANIEL, RÁDIO RENASCENÇA – A MISSÃO A PARTIR DO ESTÚDIO - Conclusão

Missão pela Rádio

Na Renascença, podemos ouvi-lo a qualquer hora. Mas tudo começou com a sua presença em programas da noite, a fazer companhia a quem está acordado: ‘surgiu, pouco tempo depois, a oportunidade de trabalhar nas madrugadas. Eu era um jovem de vinte e poucos anos, encontrei uma realidade muito rica em termos humanos. Era um programa de inter-actividade, durante vários anos fui a companhia de inúmeras pessoas que procuravam na rádio uma companhia para a sua solidão. Tive momentos difíceis porque, pude conhecer muitos dramas humanos. Lembrei-me muitas vezes do que disse o meu Prefeito no seminário, o Pe Manuel Ferreira, quando se despediu de mim: ‘aconteça o que acontecer na tua vida, não percas esse dom que Deus te deu, a capacidade de ouvir o outro’. Isso foi o mais importante nas muitas emissões de madrugada’.

Portugal continua a escutá-lo e a dialogar com ele: ‘ ainda vivo momentos muito ricos no meu percurso radiofónico. Entre a meia-noite e as duas, converso com os ouvintes da RR sobre os mais variados temas’.

Com D. Manuel Clemente

O programa ‘Dia do Senhor’, domingo, das 10 às 11h, coloca frente a frente Óscar Daniel e D. Manuel Clemente: ‘O trabalho com o Bispo do Porto, ao longo destes anos tem sido muito importante no aprofundamento da minha fé. Hoje num mundo e sociedades de contrastes tão marcantes, o cristão deve ser a representação viva da pessoa, vida e acções de Cristo no mundo. Onde está um cristão tudo tem de ser diferente’.

Com Bento XVI

Casou-se em Dezembro de 2009, abrindo uma nova frente na sua Missão: a de construir uma nova família. 2010 trouxe-lhe a alegria de intervir na programação especial da Visita de Bento XVI a Portugal. Foi um dos animadores da multidão que esperava pelo Papa no Terreiro do Paço: ‘ Eu sou um admirador confesso deste Papa. O seu desafio, constantemente lançado para a relação harmoniosa entre fé e razão, é na minha opinião, um desafio importantíssimo nos nossos dias. E quem ler a ‘Caridade na Verdade’ ficará logo consciente que este é um Papa importante para o nosso tempo. Confesso que me interpelou a ideia deixada por Bento XVI para ‘fazer de cada mulher e homem cristão uma presença irradiante da perspectiva evangélica no meio do mundo’. Esta ideia define o cristão como sinal de esperança no mundo, sendo a esperança um sentimento cada vez mais perdido’.

Missão dita

Óscar Daniel está convencido de que a Missão também se diz ao microfone e se difunde em FM ou em www.rr.pt.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ÓSCAR DANIEL, RÁDIO RENASCENÇA – A MISSÃO A PARTIR DO ESTÚDIO

Nasceu na Ilha do Maio, mas cresceu entre o Faial e Lisboa. Estudava Direito quando a Renascença o foi ‘pescar’. Tornou-se numa das vozes de referência da Emissora Católica. Conversa todos os domingos com D. Manuel Clemente.

Maio, Açores, Lisboa

Nasceu em Cabo Verde, mas os Açores foram as ilhas da sua infância. Do Faial passou para Lisboa onde viveu uma adolescência feliz. Decidiu entrar no Seminário aos 13 anos, indo morar para Vila Viçosa. O Seminário Maior de Évora foi espaço de discernimento: ‘Este tempo foi muito importante, logo no início foi-me dito que eu estava lá para descobrir uma vocação, que poderia ser da vida sacerdotal ou não. Foi um período de grande crescimento humano e espiritual. O seminário ensinou-me que onde quer que estejamos podemos servir a Deus’.

Do Seminário á RR

Amadureceu a sua opção vocacional e percebeu que Deus o chamava para outra vocação. Saiu do Seminário aos 18 anos, regressando a Lisboa: ‘Confesso que foi um tempo angustiante, porque eu queria ter a certeza que não eram as dificuldades da vida de um padre que estavam a pesar na minha decisão, mas a certeza que Deus chamava-me para outra vocação que não o sacerdócio’.

Iniciou o curso de Direito, mas Junho de 1994 vai ficar-lhe gravado para sempre no coração: ’A Renascença abria vagas para locutores, concorri e fui seleccionado. Começou assim a minha aventura na rádio. Não tinha qualquer experiência em rádio, tudo o que aprendi foi na Renascença. Costumo dizer que sou um produto da escola que aqui encontrei’.

E assim nasceu o homem da comunicação que hoje é, uma das vozes de referência da Emissora Católica.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quinta-feira, 15 de julho de 2010

P. MANUEL AUGUSTO FERREIRA, COMBONIANO – ANIMAR E COMUNICAR - Conclusão

Ásia à vista...

Desafiaram-no, em 1988, a fazer parte do primeiro grupo de missionários combonianos que rumava para a Ásia e foi parar a Manila. Lá lançaria uma revista missionária mensal, como parte de um projecto de animação missionária a desenvolver nas Filipinas: ‘World Mission’ sai em Inglês e está centrada mais na Igreja na Ásia e nos desafios da missão no continente das grandes religiões. O meu trabalho deu-me a ocasião, preciosa, de conhecer a Igreja em muitos países deste continente: Macau, China, Coreia do Sul, Japão, Taiwan, Tailândia, Sri Lanka…’.

Provincial e Geral

A missão na Ásia foi interrompida em 1996 quando foi eleito Provincial de Portugal, sol de pouca dura, pois seria eleito Superior Geral em 97, indo parar a Roma: ‘Aqui a tarefa foi conhecer e amar, animar, os meus colegas, num serviço feito de visitas, de reflexão e de acção de condução do instituto. Acabado este serviço, ofereci-me para voltar para a Ásia e de lá fui chamado, pelo meu sucessor em Roma, para voltar à direcção de Além-Mar, e assim deixar partir o Pe José Vieira, que se oferecera para o projecto da Rádio Bakhita, em Juba, no Sudão’.

‘Além Mar’ é uma revista conceituada, mas não uma tarefa fácil: ‘ é um trabalho entusiasmante seguir a actualidade eclesial e os caminhos da missão cristã no mundo de hoje’.

Bento XVI

Sobre o impacto missionário da Visita de Bento XVI a Portugal, o P. Manuel augusto, que também é presidente da MissãoPress, diz: ‘o que o Papa falou e fez entre nós veio certamente confirmar esta perspectiva missionária na leitura do seu pontificado, e na interpretação da sua visita. Como nos recordou o Papa, «as expectativas mais profundas do nosso mundo e as grandes certezas do Evangelho cruzam-se na irrecusável missão que nos compete».

A Missão que se escreve...

Vê ‘Além Mar’ como uma missão: ‘Sinto a alegria de contribuir, com o meu trabalho na Além-Mar, para que os cristãos portugueses – os jovens, os leigos, os sacerdotes e os consagrados – agarrem essa missão, tenham tempo para «escutarem e por ela se deixarem fascinar» pelos caminhos do respeito e do diálogo, da beleza do testemunho cristão autêntico’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

segunda-feira, 12 de julho de 2010

P. MANUEL AUGUSTO FERREIRA, COMBONIANO – ANIMAR E COMUNICAR

Formou-se entre Portugal, Espanha e Roma. Ordenou-se e foi director das publicações combonianas nos tempos quentes do pós-25 de Abril. Foi missionário na África e na Ásia. Exerceu as complicadas missões de Provincial e Superior Geral. A paixão pela comunicação fê-lo director da ‘World Mission’ nas Filipinas e, agora, da revista ‘Além Mar’.

Da Aldeia ao Altar

Cresceu na aldeia, mas cedo chegou à cidade de Viriato, quando entrou no Seminário Comboniano, em Viseu: ‘Fui para o seminário com a ilusão de todos os adolescentes na altura: descobrir o mundo, a vida, a Igreja, conhecer Cristo, a aventura da vida dos seus missionários’. Achou que era aquele o seu caminho e ficou. Fez Noviciado em Espanha e teologia em Roma. Terminados os estudos, estava pronto para partir para uma das linhas da frente da missão comboniana: ‘Ordenei-me no ambiente das ondas provocadas pela revolução de Abril de 1974, regressando a um Portugal diferente’.

Da ‘Além-Mar’ ao Quénia

Padre de fresco em tempo quente, dirigiu ‘Além Mar’ e ‘Audácia’: ‘Assumi com muita ilusão a direcção das revistas. Pude viajar e conhecer o mundo missionário ligado aos combonianos e não só. Comecei a escrever também no Expresso, para acompanhar a actualidade eclesial em Portugal e fora’.

Só em 1983, as portas da missão lá fora se lhe abriram de par em par e partiu rumo ao Quénia, para trabalhar numa das periferias de Nairobi: ‘aqui tive o meu baptismo missionário, entre o empenho na missão neste conhecido bairro de lata e o acompanhamento de um grupo de irmãos missionários em formação’.

Pensava que o Quénia seria a sua terra de missão…mas assim não foi.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: JCF

terça-feira, 6 de julho de 2010

NUNO ROSÁRIO FERNANDES, PADRE – DOS MICROFONES AO ALTAR - Conclusão

Com Bento XVI

Não é exagerado dizer que todo o mundo o viu na Praça do Comércio, pois foi ele quem proclamou o Evangelho na Eucaristia que Bento XVI celebrou em Lisboa: ‘ Foi um momento único que ficará gravado para sempre, mais do que na memória, no coração’. Foi, depois, a Fátima: ‘Desta visita do Santo Padre queria destacar algo que ouvi na Igreja da Santíssima Trindade e que me marcou profundamente e de tal forma que, juntamente com o diácono Miguel que vai ser ordenado comigo, escolhemos para frase do nosso convite de ordenação. É uma frase que me parece muito profunda e que traduz muito bem o que é ser padre hoje e a missão que lhe está confiada: ‘Somos livres para ser santos; livres para ser pobres, castos e obedientes; livres para todos, porque desapegados de tudo; livres de nós mesmos para que em cada um cresça Cristo.’”

Padre, a partir de hoje

A ordenação Presbiteral do Nuno é este domingo nos Jerónimos. Ele já sabe o que o espera: ‘A realidade que irei encontrar daqui a uns meses, certamente, será a de uma Igreja que espera um padre que seja amigo, pai, e pastor. Por isso penso que é necessário no padre saber cultivar a amizade, e nessa ver o amor de Deus; saber ser pai como aquele que ama o filho sem olhar para a sua condição e limite; e o saber ser pastor que conduz pelo melhor caminho, mesmo que esse possa ser por vezes doloroso; e cuidando de cada uma das ovelhas como única como se fosse a única de um rebanho e não uma entre muitas’.

Padre com (e)missão

Tantas vezes ouvimos os seus comentários em Eucaristias. Agora, vamos vê-lo a presidir ao mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Cristo a quem decidiu entregar toda a sua vida como Padre. Homem da comunicação e do altar, o Nuno prepara-se para uma Missão onde os meios de comunicação se apresentam como o primeiro areópago dos tempos modernos – como disse J. Paulo II.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade

Foto: DR

sexta-feira, 2 de julho de 2010

NUNO ROSÁRIO FERNANDES, PADRE – DOS MICROFONES AO ALTAR

No dia 27 de Junho, nos Jerónimos, foi Ordenado Padre. Jornalista de formação, cresceu no Cadaval, amadureceu a vocação nos Paulistas e concluiu caminhada formativa nos Olivais. A sua voz de comentador litúrgico tornou-se uma referência. O mundo viu-o a proclamar o Evangelho na Eucaristia presidida por Bento XVI em Lisboa. A Missão de comunicar continua... agora como Presbítero.

Do Cadaval a jornalista

O Nuno tem uma longa caminhada de Fé. Nasceu em Lisboa, mas cresceu no Cadaval: ‘Antes de iniciar o meu caminho vocacional nos Paulistas, eu era catequista e animador de um grupo de jovens. Trabalhei na pastoral juvenil da vigararia Cadaval-Bombarral; fui sócio-fundador da Associação Juvenil Salvator Mundi do Bombarral e membro da equipa que deu início ao Festival da Canção Cristã dos Jovens da Vigararia; na paróquia fui leitor, cantor salmista e acólito’.

Queria ser jornalista e, por isso, entrou no Curso de Ciências da Comunicação na Autónoma.! O mundo da comunicação levou-o a escrever em diversas publicações e a ter mesmo um programa de rádio (a ‘Grande Herança’ era realizado em conjunto com o Cónego José Traquina que acaba de celebrar as suas Bodas de Prata sacerdotais – parabéns!).

Dos Paulistas aos Olivais

Entrou nos Paulistas em 96, tendo concluído o Curso de Jornalismo em 98: ‘Nessa época, fui chefe de redacção e depois jornalista redactor da ‘Família Cristã’, onde trabalhei vários anos. Fiz ainda estágio na redacção de informação da RDP – Antena 1 – e comecei a colaborar também com a Rádio Renascença, nos comentários litúrgicos às celebrações eucarísticas transmitidas pela rádio, missão que cumpri até ao passado dia 13 de Junho, em Fátima, com grande alegria’. Deixaria a família paulista em 2005, indo trabalhar para a Agência Ecclesia até entrar nos Olivais em 2006. A par dos estudos em teologia, fez experiência pastoral nas Paróquias de Nossa Senhora dos Navegantes do Parque das Nações (dois anos) e na Paróquia de Cristo Rei de Algés-Miraflores (2 anos).

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST....)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR