A Cátia descobriu as Irmãs da Apresentação de Maria no Porto Alto. Fez Educação de Infância e, aos 22 anos, partiu para Moçambique
No Dia Mundial das Missões de 2002, foi-lhe lançado o desafio em jeito de convite: eram precisas duas jovens para partir rumo ao norte de Moçambique para uma missão de voluntariado. Tinha 21 anos e pediam-lhe que ajudasse a abrir um jardim de infância nas periferias de Nampula. O convite assentava-lhe que nem uma luva, pois estava a terminar o curso de Educação de Infância. Concluiu o Curso, fez as malas e partiu no ano seguinte.
O fascínio das crianças
Educação de Infância, porquê? Ela partilha as razões que a levaram a este curso: ‘Antes de descobrir a minha verdadeira vocação, achava que a minha vocação era trabalhar com crianças. Um dia vi na televisão um daqueles anúncios de luta contra a fome, com uma imagem de uma criança africana como centro. Senti um clique e pensei: é mesmo isto – crianças - são frágeis e posso ser muito útil, sobretudo para aquelas que não têm ninguém. Lembro-me que na altura pensei que pudesse abrir um orfanato e coisas do género. Era muito jovem, mas penso que essa foi a semente lançada. Isso influenciou grandemente a escolha do curso que tirei’.
Missão em Nampula
A sua relação com as Irmãs da Apresentação de Maria já vinha de longe: ‘Quando tinha 16 anos fomos viver para Porto Alto, onde conheci as Irmãs da Apresentação de Maria. Até essa altura nunca tinha visto uma Irmã ao ‘vivo e a cores’. Comecei a participar nos encontros da pastoral vocacional promovidos pelas Irmãs e começou uma relação de amizade muito bonita que, com o tempo, cresceu e se transformou. Com elas, comecei uma nova fase da minha caminhada com Cristo que, sem esperar, me levou a Cristo e a algumas respostas que tanto me inquietavam’.
A Missão transformou-a por dentro e rasgou-lhe novos horizontes: ‘Ser missionário não é fazer, é ser, não é dar, mas dar-se, onde Deus nos coloca, onde nos envia; é ser canal que recebe e dá Deus, numa gratuidade sem limites. Os outros não precisam das coisas que temos para lhes dar, mas precisam de nós, porque somos nós que damos sentido e conteúdo às coisas: o pobre que não tem nada também não precisa de nada, mas o pobre que não tem Deus… precisa de alguém que O leve…’. Partiu para Nampula em 2003.
(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)
Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil
Foto: DR
Sem comentários:
Enviar um comentário