sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SALTO DE MOÇAMBIQUE PARA O BRASIL - CÁTIA ANTUNES, IRMÃ DA APRESENTAÇÃO DE MARIA

A Cátia descobriu as Irmãs da Apresentação de Maria no Porto Alto. Fez Educação de Infância e, aos 22 anos, partiu para Moçambique em Voluntariado Missionário. Nesta linha da frente percebeu que Deus lhe apontava o caminho da Vida Consagrada. Após longo discernimento, professou em 2007. A 14 de Novembro, voou para o Brasil onde a espera a Missão no Estado de Goiás.

No Dia Mundial das Missões de 2002, foi-lhe lançado o desafio em jeito de convite: eram precisas duas jovens para partir rumo ao norte de Moçambique para uma missão de voluntariado. Tinha 21 anos e pediam-lhe que ajudasse a abrir um jardim de infância nas periferias de Nampula. O convite assentava-lhe que nem uma luva, pois estava a terminar o curso de Educação de Infância. Concluiu o Curso, fez as malas e partiu no ano seguinte.

O fascínio das crianças

Educação de Infância, porquê? Ela partilha as razões que a levaram a este curso: ‘Antes de descobrir a minha verdadeira vocação, achava que a minha vocação era trabalhar com crianças. Um dia vi na televisão um daqueles anúncios de luta contra a fome, com uma imagem de uma criança africana como centro. Senti um clique e pensei: é mesmo isto – crianças - são frágeis e posso ser muito útil, sobretudo para aquelas que não têm ninguém. Lembro-me que na altura pensei que pudesse abrir um orfanato e coisas do género. Era muito jovem, mas penso que essa foi a semente lançada. Isso influenciou grandemente a escolha do curso que tirei’.

Missão em Nampula

A sua relação com as Irmãs da Apresentação de Maria já vinha de longe: ‘Quando tinha 16 anos fomos viver para Porto Alto, onde conheci as Irmãs da Apresentação de Maria. Até essa altura nunca tinha visto uma Irmã ao ‘vivo e a cores’. Comecei a participar nos encontros da pastoral vocacional promovidos pelas Irmãs e começou uma relação de amizade muito bonita que, com o tempo, cresceu e se transformou. Com elas, comecei uma nova fase da minha caminhada com Cristo que, sem esperar, me levou a Cristo e a algumas respostas que tanto me inquietavam’.

A Missão transformou-a por dentro e rasgou-lhe novos horizontes: ‘Ser missionário não é fazer, é ser, não é dar, mas dar-se, onde Deus nos coloca, onde nos envia; é ser canal que recebe e dá Deus, numa gratuidade sem limites. Os outros não precisam das coisas que temos para lhes dar, mas precisam de nós, porque somos nós que damos sentido e conteúdo às coisas: o pobre que não tem nada também não precisa de nada, mas o pobre que não tem Deus… precisa de alguém que O leve…’. Partiu para Nampula em 2003.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR


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