segunda-feira, 29 de junho de 2009

INÊS SOUTA, DA PORTELA A CABO FRIO E AO CHINGUAR - GANHAR NOVOS HORIZONTES

A família abriu-lhe o caminho da Igreja. Uma vez lá dentro, foi só ir navegando, de ano em ano de catequese, da primeira comunhão ao crisma. Chegou depois o tempo das escolhas, sempre difíceis nos tempos que correm no planeta jovem. A Paróquia da Portela tinha um catálogo bem recheado de propostas de caminhada juvenil e ela optou pelos Jovens Sem Fronteiras.

Foi crescendo, foi estudando e, com o tempo, vieram as experiências missionárias. Semana após semana, o grupo reunia e a participação na Eucaristia dava sentido á vida e força à ideia de um dia partir.

Nas favelas de Cabo Frio

Estava já com a Engenharia a mais de meio quando ousou partir. Naquele 2005, a ‘Ponte’ dos Jovens Sem Fronteiras apontava o outro lado do Atlântico. E mais: o epicentro do trabalho ia desenvolver-se em plena favela, em Cabo Frio, nas periferias do Rio de Janeiro. Não foi fácil decidir, convencer a família e preparar-se. Mas valeu a pena partilhar um mês inteiro com crianças e jovens sempre de sorriso aberto e comunidades activas a intervir em contextos de muita pobreza e exclusão. Lá, a Fé parecia mais forte, a medir pela alegria que se sentia em todos os encontros e celebrações. Pobres de meios, ricos de coração.

Na hora de regresso à Portela e ao Técnico, nada parecia igual. A sua exigência de vida e de Missão subiu muito a fasquia. Manteve-se muito activa no grupo e na Paróquia, participava em todos os momentos importantes do calendário do Movimento. E o coração batia mais forte, como que a dizer que a Missão não podia ficar por ali. E não ficou.

(continua no próximo Post...)

Texto: Tony Neves - In Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 26 de junho de 2009

APRENDER A MISSÃO COM S. PAULO - Conclusão


Para rezar

Espírito do Senhor,
Sem Ti
O mundo é uma máquina
Que ninguém consegue controlar.
A sociedade, uma arena
Onde cada um luta pelo seu espaço.
A família, um encontro
Acontecido no acaso de uma viagem
Sem um futuro a rasgar horizontes.
O homem, um sobrevivente
Como náufrago lançado à praia

Sem ti,
A Bíblia é um livro de memórias
De um tempo que já passou.
A Igreja, uma organização
De quem se não revê
No mundo que nos envolve..
O Evangelho uma bela história
A recordar um profeta
Que gostava de crianças
E contava histórias
Entre os lírios do campo
E o silêncio das colinas

Sem ti,
A autoridade é uma tirania
De quem se julga senhor da verdade
E dono de cada um.
A missão, uma ocupação de marketing
À procura de voluntários
Com quem queremos partilhar
Uma aventura que não cabe nas nossas vidas

Espírito do Senhor
Envia-nos um Paulo
Que tenha coragem de vir ao nosso encontro
A este Èfeso das nossas rotinas.
Dos nossos medos e da nossa mediocridade
E nos abra para esse Baptismo de fogo
Que é capaz de incendiar a nossas vidas
E fazer delas um Pentecostes permanente.

Texto: A. Torres Neiva

Foto: JCF

segunda-feira, 22 de junho de 2009

APRENDER A MISSÃO COM S. PAULO – Parte III

11. A escuta da Palavra de Deus é o primeiro caminho por onde passam os desígnios e os segredos de Deus. É ela que, pela força do Espírito Santo, nos revela pouco a pouco o mistério da missão. A Palavra de Deus deve percorrer os caminhos do mundo e da história que hoje são também os caminhos das novas tecnologias, da comunicação informática , televisiva e virtual.

A missão é o caminho da Palavra

12. Estar atento aos sinais dos tempos. Deus fala-nos de muitas maneiras: pela palavra revelada, pelos acontecimentos e pelas pessoas. A história é a agenda de Deus e é por ela que Deus nos fala e faz sinal. Deus assumiu a história ao incarnar no tempo e ao fazer dele o confidente dos seus desígnios de amor. Deus vai-se revelando pouco a pouco, percorrendo e acompanhando os caminhos dos homens. Quando Ele envia os seus missionários, parte com eles para a terra de missão.

O mundo criado é o primeiro cenáculo da missão

13. Acreditar que as marcas de Cristo Crucificado são as marcas por onde passa missão. Anunciar a missão é ser testemunha de Cristo morto e ressuscitado. Deus amou tal maneira o mundo que lhe deu o seu próprio Filho, para que todos tenham a vida nele. O sinal mais evidente que S.Paulo aponta para legitimar o seu apostolado é trazer no seu corpo as marcas de Cristo Crucificado.

As marcas de Cristo crucificado são o bilhete de identidade da missão.

14. A missão toma o rosto do missionário: ela passa pela sua paixão pela humanidade, pela sua ternura para com os homens e pelo calor humano com que sabe envolver o Evangelho. É um dom a tempo inteiro. S.Paulo fala da missão como maternidade e paternidade. “Podendo fazer sentir o nosso peso como apóstolo de Cristo, fizemo-nos pequenos entre vós, como um mãe que acalenta os filhinhos quando os alimenta”. A missão é um mistério de ternura que toma todo o ser do apóstolo, todo o seu tempo, todas as suas canseiras, toda a sua criatividade.

O missionário é o rosto da missão

15. As margens e as periferias são um espaço privilegiado para a missão. Os pobres e marginalizados são o lugar mais frequentado por Jesus. São os pobres que nos ajudam a descobrir os valores autênticos do reino de Deus. “Eu Te bendigo ao Pai porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos”. Não há entre vós muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos sábios: o que é fraco segundo o mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que é vil e desprezível no mundo é que Deus escolheu.”

Os pobres e excluídos são a prioridade da missão

16. A missão tem o seu pé na comunidade. A comunidade não é apenas uma estrutura de eficiência apostólica, mas é o alicerce do Reino de Deus. É ela que anuncia antes de mais nada os valores do reino de Deus. Deus criou a Igreja para manifestar ao mundo o mistério da sua vontade, para revelar ao mundo o seu plano de salvação. O plano de Deus é conduzir os tempos à sua plenitude, reunir tudo o que há no céu e na terra. O amor de Deus abraça todos os homens e todas as realidades terrestres. A comunidade é o sacramento desta comunhão.

A comunidade é o alicerce da missão.

17. A missão é comunhão e partilha entre as igrejas. Cada comunidade revela uma face do rosto de Cristo ou uma página do Evangelho. Só da comunhão de todas a igrejas é que o Evangelho está completo e o rosto de Cristo atinge a sua plenitude. S.Paulo aparecia na igrejas que fundara como ministro da comunhão, aquele que punha as comunidades em comunhão umas com as outras. Ele dirá aos Gálatas que se o Evangelho que ele anunciava aos gentios não tivesse sido aprovado pela comunidade mãe, ele teria a impressão de “estar a correr em vão”. Fora da comunhão das igrejas toda a actividade deixava de ter sentido.

A missão é partilha dos tesouros das igrejas

(Continua no próximo Post...)

Texto: A. Torres Neiva

Foto: JCF

sexta-feira, 19 de junho de 2009

APRENDER A MISSÃO COM S. PAULO - Parte II

6. Alargar a rede da colaboração missionária, distribuindo as tarefas e valorizando os carismas de cada um. S.Paulo rodeia-se de uma rede de colaboradores, presbíteros, cristãos, mulheres e homens, empenhados no “trabalho do amor”(ITim 5, 17) a quem Paulo trata com elevada estima e entranhado afecto, como documenta por exemplo, o chamado “Capítulo das Saudações”, no final da Carta aos Romanos (Rom 16, 1-5) São cerca de trinta os nomes de pessoas que S.Paulo chama seus cooperadores, que trabalham com ele na obra do Senhor.

A missão é um dom partilhado

7. Privilegiar os grandes espaços por onde passa a vida das pessoas: os valores, os sistemas que integravam as suas vidas, como a cidade, a cultura, o trabalho, o quotidiano e os programas de cada um. S.Paulo pôs o evangelho a circular nas grandes correntes do pensamento e da cultura do seu tempo. Libertou o evangelho de uma cultura redutora para o abrir às grandes categorias culturais que marcavam a sociedade do seu tempo.

A história é a agenda da missão

8. Anunciar o Evangelho como quem anuncia uma boa notícia para a vida e o futuro das gentes, uma festa que as abre para a fraternidade e comunhão com toda a realidade envolvente. Para S.Paulo a missão era uma paixão-“Porventura não sois vós a nossa esperança, a nossa alegria, a nossa coroa de glória diante de Nosso Senhor Cristo no dia da sua vinda? Sim, vós sois a nossa alegria e a nossa glória”.

A alegria é a credencial da missão

9. Alargar a missão aos horizontes largos do Espírito Santo: procurar descobrir a largueza do Reino de Deus: nas culturas, nas religiões, nas tradições, nas esperanças. O discernimento dos caminhos do Espírito Santo é um dom que só na escuta, na leitura da história e na oração se pode conseguir Os Actos dos Apóstolos ensinam-nos que o Espírito Santo desce também sobre os pagãos e entra na sua casa.

A missão é partilha e diálogo

10. Servir-se de todas as técnicas de ponta ao serviço da missão, sem as confundir com a missão; esta não é conquista nossa, mas dom de Deus. As técnicas são apenas o frasco que canaliza o conteúdo. Não é o prestígio da linguagem ou da sabedoria humana que é capaz de ser porta-voz dos mistérios de Deus. A única escola da missão é a sabedoria de Jesus Cristo e este Crucificado. A nossa pregação só vale se não se apoiar nos argumentos decisivos da sabedoria humana mas se for uma demonstração do poder do Espírito Santo.

A missão é dom de Deus

(Continua no próximo Post...)
Texto: A. Torres Neiva
Foto: JCF

segunda-feira, 15 de junho de 2009

APRENDER A MISSÃO COM S. PAULO

A grande paixão de S.Paulo foi a missão. A descoberta de Cristo na estrada de Damasco identifica-se com a descoberta da missão “ Aprouve a Deus revelar-me o seu Filho, para que o anunciasse aos pagãos” – confessa ele na Carta aos Gálatas. Com D.António Couto, vamos acompanhá-lo nesta viagem que encheu toda a sua vida. Dela emergem algumas chaves de leitura que nos podem abrir algumas pistas para uma verdadeira leitura  da missão, como S.Paulo a concebia.

1. Fazer da missão uma entrega a Cristo, de tal maneira que possamos dizer que já não somos nós que vivemos mas é Cristo que vive em nós. A missão toma conta de nós a tempo inteiro; o seu primeiro espaço é a nossa própria identidade. A missão não é uma actividade dos tempos livres: ela, absorve-nos e torna-se a nossa razão de ser. Deus escolheu-nos desde a criação do mundo para sermos seus filhos e herdeiros do seu amor. Não se é filho só de vez em quando.

O missionário é a primeira terra de missão.

2. Acolher a missão, recolhidos no cenáculo, em contacto directo com a fonte, esperando o envio do Espírito Santo A missão nasce no seio  da Trindade. Ela não  é uma actividade nossa , é um dom de Deus que nos associa ao seu plano de salvação. Não somos missionários por nossa conta, mas por conta de Deus. É preciso entrar no “cenáculo” da sua intimidade para Ele nos confiar os desígnios do seu amor. A oração e a intimidade com Deus levam-nos ao coração da missão: o seio da Trindade onde a missão nasce.

Só os santos têm acesso à missão

3. Acreditar que é o Espírito Santo que nos abre os caminhos da missão e nos precede na descoberta desses caminhos.” O nosso Evangelho não vos foi pregado só com palavras, mas pelo poder  do Espírito Santo” Ela faz-nos dobrar  os joelhos diante  do Pai, do qual recebe nome toda a família  nos céus e na terra:  É Ele que nos  concede de acordo com a riqueza da sua glória  que sejamos cheios da força do seu Espírito É Ele que nos enraíza  no amor e nos dá a capacidade  de conhecer o amor de Cristo  que ultrapassa todo o conhecimento.

O Espírito Santo é o protagonista da missão 

4 Ir ao encontro das pessoas sem esperar que elas venham ter connosco. O itinerário do Pai que envia o seu Filho ao nosso encontro abre todos os caminhos da missão. É o Pai que nos escolhe e nos envia em seu nome “A evangelização deve começar não tanto por apresentar ideias, mas por apresentar encontros, de modo a facilitar o “encontro” com Cristo como base da identidade da missão”.

Sem encontro não há missão 

5. Anunciar o Evangelho a partir dos valores e das estruturas locais. A comunidade local foi o suporte da missão de S.Paulo. Incarnar a missão nas pessoas e nos valores locais .A missão não é importada nem exportada. Ela nasce do contexto e da vida das pessoas a quem é anunciada. Tem as suas raízes na comunidade local. A inculturação da mensagem foi a grande intuição de S.Paulo.

A localidade é o rosto  da missão

(Continua no próximo Post...)

Texto: A. Torres Neiva 

Foto: JCF

terça-feira, 9 de junho de 2009

Conclusão - NA MAIOR PARÓQUIA DA EUROPA - P. MÁRIO PAIS, ALGUEIRÃO- MEM MARTINS - MERCÊS

Com as pessoas, nos bairros 

Uma das áreas de maior desafio pastoral é o trabalho nos diferentes bairros: Coopoalme, Cavaleira, Ouressa, Sacotes, Nova Imagem, S. Carlos, S. José, entre outros: ‘É fulcral ir até aos bairros, até às pessoas, criar laços e relações, que sejam humanas, estáveis e duradoiras para lhes propôr a alegria do Evangelho e de se ser discípulo de Cristo Vivo na Igreja’.

Outra aposta é catecumenado de adultos, onde se inserem jovens, adolescentes e crianças. Totalizam neste momento cerca de 150, em caminhada catecumenal. Como conta o Pároco, ‘Temos anualmente nas celebrações catecumenais cerca de 60 adultos (entre os mais velos, jovens e adolescentes) ‘.


S. Tomé no coração

A Missão que corre nas veias do P. Mário e da Paróquia tem uma expressão concreta: a paróquia das Neves, na Ilha de S. Tomé, lá onde trabalham as Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição: Desde 2004 que este trabalho foi iniciado com a ida de equipas de leigos com o Pároco pelo período de 1 mês. Neste contexto, a Paróquia é parceira na criação das salas de informática, salas-empresa de costura, na criação da carpintaria de S. José, do bairro Social e da creche/jardim de infância. Para além disso, o Pároco tem colaborado com a Diocese na formação de catequistas e este ano irá, a convite do Sr. Bispo, orientar o retiro dos sacerdotes e religiosas do país.

Há ainda a cooperação com o Movimento das Equipas de Nossa Senhora. O Pároco tem acompanhado um casal das Equipas a fim de ajudar a implementar este Movimento laical para a família no país.

50 anos da Igreja Paroquial

Por cá, prepara-se a grande festa do jubileu da construção da sua igreja paroquial. Foi iniciada, sendo pároco o Pe. Alfredo Ferreira, neste momento já jubilado, a viver em Sintra. A 15 de Agosto de 1959 foi lançada a 1ª pedra e a 15 de Agosto de 1960 foi inaugurada pelo então Patriarca de Lisboa D. Manuel Gonçalves Cerejeira. Por isso, a 15 de Agosto de 2009, o Sr. D. Tomaz Nunes, Bispo Auxiliar e Vigário Geral, vai dar início a este jubileu paroquial, presidindo à Eucaristia às 11h, seguido de almoço partilhado e convívio.

Dado o dinamismo missionário desta Paróquia, a Eucaristia do Dia Mundial das Missões, a 18 de Outubro, será transmitida em directo da Igreja Paroquial de Algueirão, pela TVI. Avizinham-se tempos de grande Missão lá para as bandas de Sintra.

(Fim do Post)

Texto: Tony Neves - Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 8 de junho de 2009

NA MAIOR PARÓQUIA DA EUROPA - P. MÁRIO PAIS, ALGUEIRÃO- MEM MARTINS - MERCÊS


Mário Pais nasceu em Peniche há 48 anos. Bebeu da fonte franciscana nos primeiros anos da sua formação académica, entrando depois em Évora como seminarista da Diocese de Beja. Acabaria por regressar às origens, chegando ao Seminário dos Olivais em 1982.

Padre desde 1986, exerce funções de Prefeito no Seminário de Caparide até 1991, quando recebe nomeação de Pároco e Reitor do Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal (concelho do Bombarral), acumulando com a Paróquia do Outeiro da Cabeça (concelho de Torres Vedras). Carcavelos (concelho de Cascais) foi outra das etapas importantes da sua vida presbiteral. Ali exerceu missão de 1996 a 2002. 

Finalmente, Algueirão

E chegou a Algueirão – Mem Martins-Mercês (concelho de Sintra) em 2002, onde permanece a liderar uma equipa de padres que se ocupa da maior paróquia da Europa (cerca de 120 mil pessoas!).

É terra de Missão até porque, como conta o P. Mário ‘a presença e participação activa e comprometida de cristãos ronda os 6%. É uma comunidade totalmente urbana, sendo a maior parte das pessoas migrantes internos e externos, vindos de todas a partes de Portugal e de todos os continentes. São desafiantes as franjas da paróquia onde se encontram diversos bairros com fisionomias diversificadas’. Até a constituição da equipa dos padres mostra o rosto missionário da Paróquia: P. Bernardo Cumba (Guiné-Bissau), P. Filipe Sousa e Diác. Ilídio Sousa. E, nestes sete anos, o P. Mário já teve coadjutores da Polónia, da Índia  e de Institutos de Vida Consagrada.

Respostas à crise 

A opção pastoral da equipa liderada pelo P. Mário assenta nos pequenos grupos: ‘a Paróquia tem ao dispor da população um conjunto de propostas pastorais, quer para os jovens, como para adultos em grupos diferentes, totalizando cerca de 40 grupos’.Em tempo de crise, ou fora dela, a aposta social é sempre vital para uma comunidade cristã. Algueirão não é excepção: tem o Centro Comunitário, a Associação de Fiéis “Diakonia”, a Conferência Vicentina e o grupo numeroso de Visitadores de doentes e idosos. 

(Continua no próximo post...)

Texto. Tony Neves - Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Conclusão - “NÃO PODIA FICAR PARADA! - ANDREIA, LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO”

Shalom e Taizé 

Assim pensou, assim fez, começando pela missão ao pé da porta. No Shalom, o seu empenhamento subiu de escalão: ‘E foi assim que me fui me empenhando cada vez mais no Shalom na organização e participação das mais diferentes actividades. Também fui animadora num encontro. Fui às Jornadas Mundiais da Juventude de Roma em 2000 e às de Colónia em 2005, e Taizé também marcou muito o meu percurso. Fez-me viver a diferença na fé que no fundo também já era um apelo à missão. Na paróquia também fui catequista durante 4 anos’ – uma já bem longa missão aqui.

Ao nível académico, apostou no Serviço Social e, já finalista, começou a formação dos Leigos para o Desenvolvimento: ‘Foram 9 meses de crescimento espiritual muito intenso e de criação de laços fortes com as pessoas da formação’. E estava prontinha a dar corpo a um sonho antigo. Partir em Missão lá fora.


Finalmente, Moçambique

Lichinga, no Niassa - Moçambique acolheu-a de braços abertos em Novembro de 2006. Foi tudo muito intenso, com rosas e espinhos à mistura, com dificuldades na vida de comunidade e nos trabalhos a concretizar. Mas foi bom demais: ‘Mudou-me o coração. Sou a mesma sim, mas de maneira diferente. Nunca mais poderei olhar o mundo e as pessoas da mesma forma. E estou mais viva que nunca. E nunca fui tão feliz. Mas daquelas felicidades que permanecem mesmo com as tristezas e as dores que a vida traz. Há sempre Luz, há sempre Esperança porque há sempre Deus’.

O trabalho foi intenso: ‘trabalhei em dois projectos distintos de órfãos: num orfanato de meninas das Irmãs Servas de Maria e com um grupo de Mamãs com fazia visitas a órfãos do nosso bairro. A minha pastoral era dar catequese na Cadeia Civil e também gostava de ajudar a Sara da minha comunidade nas visitas e comunhão aos doentes’.

A Missão continua

De regresso a Portugal, a Missão continua agora marcada pela experiência em Moçambique: O que mais marca são sempre as pessoas a quem nos ligamos profundamente, ultrapassando as barreiras da língua, da cultura, da cor, das vivências. Quando há Amor, tudo o resto cai por terra’.

A Missão continua aqui em Portugal.

(Fim do Post)
Texto: Tony Neves - Jornal Voz Verdade
Foto: JCF

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"NÃO PODIA FICAR PARADA!" - ANDREIA, LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO


Andreia Carvalho nasceu há 25 anos em Almeirim, mas aos 4 anos já estava em S. Domingos de Rana. A Missão entrou-lhe pelos ouvidos, ou melhor, pelo coração: ‘Quando tinha 12 anos, ouvi um missionário (Espiritano) falar na Missa da catequese e o meu coração vibrou. Não me esqueci mais desse momento e o sonho foi crescendo comigo. Aos 15 entrei para o Movimento Shalom e a motivação foi ganhando mais sentido e fundamento. Parecia que já era Deus que me chamava mesmo’. 

Graça do Jubileu

Tinha 16 anos quando, nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Roma, encontrou a Lina, dos Leigos para o Desenvolvimento, com experiência missionária em Moçambique. Este encontro marcou mais um virar de página na história missionária da Andreia. Conta: ‘Falei bastante com ela porque era assistente social que era também o curso que eu queria seguir. E prometi-lhe que ia com os Leigos assim que terminasse o curso! ‘

 A Andreia tem uma Fé profunda que a obriga a ligar a convicção aos compromissos: ‘Não acredito em fé sem obras. Se acreditamos, se Jesus é mesmo exemplo para nós, isso tem que mudar a nossa vida e sobretudo, tem que nos levar aos outros. Não podia ficar parada! ‘. E, com este espírito, preparou-se para partir.

Dar de graça

Partilhar com quem não tem a riqueza que resultou das oportunidades que teve...foi o grande motor que levou a Andreia a partir: ‘Se Deus me deu tantas graças como uma família, casa, possibilidade de estudar, de ser livre, de ter amigos, de viajar entre tantas outras coisas... então a minha responsabilidade mínima é tentar levar um pouco aos outros as oportunidades que eles não tiveram, mas que eu tive. Está escrito no Evangelho "Dai de graça, porque de graça recebeste." e é das minhas passagens de referência. Eu sou privilegiada e posso ajudar os outros. Como não fazê-lo? ‘.

 (Continua no próximo Post...)

Texto: Tony Neves - Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR