Cresceu a ouvir falar em viagens de sentido contrário: os Missionários iam daqui para lá. Ela acabou por inverter a direcção do leme e veio de Moçambique para Portugal. É cá, a partir de Lisboa, que exerce hoje a sua Missão, como Irmã Concepcionista ao Serviço dos Pobres.
Nasceu em Lourenço Marques em 1960. Dos nove irmãos, foi a única que quis ser ‘Irmã’, estando a estudar com as Irmãs Vitorianas.
Cresceu, como jovem, nos tempos quentes da revolução de Abril que deu abertura à independência de Moçambique e fez abalar a Igreja: “Foi um tempo difícil de dúvida, de desconfiança e de perguntas que ninguém sabia responder-me. Graças a Deus, nunca me afastei da Igreja e fazia parte do pequeno número que estava presente, que interrogava a Igreja sobre a resposta a dar aos ataques constantes à nossa fé e à nossa Igreja”.
O surgir de uma Vocação
Empenhada na pastoral da Igreja, no Maputo, não percebia porque é que “os missionários regressavam a Portugal, porque é que as Igrejas eram encerradas, porque, porque...”.
E foi nesta caminhada de busca de respostas que a jovem Tassy descobriu a Vocação à Vida Consagrada. Confessa: “a minha vocação surge como que um ‘clic’: o Senhor Cardeal, então arcebispo de Maputo, numa Eucaristia de crismas na minha paróquia, desafiou os jovens a uma vivência da fé mais comprometida com a Igreja, activos e empenhados nos vários ministérios da comunidade cristã”. E algo parecia clarificar-se nela: queria servir mais e melhor a Igreja.
Tempo de guerra civil
Era tempo de conflito entre a Frelimo e a Renamo e ela conheceu as dificuldades da guerra, em experiências missionárias no interior de Moçambique. Aprendeu a admirar os missionários, a ficar do lado deles, pois estavam a sofrer com as vítimas da violência e da pobreza.
Texto: Tony Neves - in Jornal Voz da Verdade / Perfil - 1Mar09
Foto: João Cláudio Fernandes
1 comentário:
Que bom Ir. Tassy gostei! Há sempre novidade!
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