quarta-feira, 11 de março de 2009

MAIS IMPORTANTE 'ESTAR' DO QUE 'FAZER' - Conclusão

‘Estar’ é mais importante que ‘fazer’!

Trabalhou muito e bem, como o dizem os Espiritanos e Espiritanas com quem partilhou o dia a dia complicado de uma Missão pobre. Trabalhou muito na Escola e com os jovens, numa área com 77 comunidades, onde o ensino está de rastos, apesar da paz já ter chegado a Moçambique há alguns anos.

É modesta, mas profunda, na avaliação que apresenta: ‘Não foi tanto com o fazer que cresci, mas sim com o estar. Por isso, fiz muita coisa, mas sobretudo estive:


Estive no meio de um povo, o povo macua, que do nada faz tudo, com uma generosidade imensa e com um sorriso constante no rosto. Estive no meio de um povo onde os batuques ditam o ritmo e genuidade de cada um impera. Estive no meio de um povo que me ensinou a voltar a ser criança, a me espantar com tudo o que me rodeia. Estive no meio de um povo que me ensinou a olhar o mundo com outros olhos.

Estive na no meio de um equipa missionária que me acolheu com um espontaneidade e uma alegria indescritíveis. Estive no meio de uma equipa missionária que me ensinou outra forma de encontrar Deus. Estive no meio de uma equipa missionária que me ensinou a viver em comunidade e a lidar com as diferenças de cada um.

Estive onde sinto que Deus me quis. E espero continuar agora a seguir o Seu caminho, certa de que este ano que passei me fará andar mais forte e com mais confiança’.

Na hora do regresso

É difícil apagar as pegadas de um ano de intensa missão no norte abandonado de Moçambique. Continua, dois meses após o regresso, a sonhar com este povo que nunca mais poderá abandonar. Vem com a cabeça cheia de projectos, alguns dos quais (por exemplo, a construção de um Internato que acolha meninas e lhes possibilite estudar) vão mesmo avançar.

Chegou, teve dificuldades a adaptar-se, novamente, aos ritmos e costumes ocidentais, e começou a roda-viva de entrevistas e envio de curricula para voltar ao mercado de trabalho. Missão quase impossível...mas só ‘quase’. Porque, a 4ª feira de cinzas permitiu-lhe virar uma nova página, sendo o primeiro dia do resto da vida laboral desta jovem Engenheira do Ambiente. Está já a trabalhar e muito feliz, na área académica da sua predilecção.

E a Missão está-lhe no sangue...Por isso, não vai parar de anunciar o Evangelho. Vai continuar a ‘partir’.

Texto: Tony Neves - In Jornal Voz da Verdade - Perfil - 8 Março'09

Foto: DR

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