quarta-feira, 18 de março de 2009

CABO VERDE NO MEU CAMINHO


Em boa hora pensei dedicar este último ano da minha vida a um trabalho missionário, na missão ad gentes, para renovação do meu ministério com uma nova actividade enriquecidora da minha vida cristã. Contactei os Missionários Espiritanos, através do Pe. Tony Neves, e foi-me feita a proposta de Cabo Verde, lá estive, numa comunidade com mais dois sacerdotes Espiritanos, na paróquia da Calheta de S. Miguel, na Ilha de Santiago, de Outubro de 2007 a Julho de 2008.

Fui recebido não como um estralho, mas como um irmão, tanto pela comunidade Espiritana, em Cabo Verde, começando pelo responsável do distrito, o Pe. João Baptista, com  todos os padres Espiritanos, com particular destaque para o Pe. Nuno Rodrigues, pároco da Calheta que me recebeu em sua casa, juntamente com o jovem Pe. Alfredo Inácio entretanto chegado de Angola em primeira afectação, como também pela igreja local, com o seu bispo, D. Paulino, todo o clero diocesano e particularmente por todos os fiéis da paróquia de S. Miguel.

Na Calheta de S. Miguel, encontrei uma paróquia grande, em expansão e população (cerca de 20 000 pessoas), com uma camada jovem muito significativa (80%), uma comunidade viva, que vive a sua fé num meio específico de Cabo Verde. Uma igreja jovem, com cerca de 500 anos de vida, que procura a fidelidade a Jesus Cristo, numa cultura que nem sempre caminhou à luz do Evangelho, mas sempre com a presença de muitos elementos cristãos. Uma igreja que, na Calheta de S. Miguel, vive a luta do dia-á-dia com muita gente empenhada na comunidade paroquial, desde os responsáveis de comunidade, aos ministros extraordinários da comunhão (68), à legião de Maria, aos escuteiros e demais grupos jovens, apostolado de oração, grupos de acção litúrgica e caritativos, a escola Pe. Moniz, uma comunidade que sonha e se empenha por um Cabo Verde e um mundo melhor. Uma comunidade que, com o seu pároco, Pe. Nuno e o Pe. Alfredo, me acolheu como mais um membro, um cristão, um padre, que vinha para partilhar as suas alegrias e sofrimentos, testemunhando e celebrando a mesma fé em Jesus Cristo, morto e ressuscitado.

(Continua no próximo Post)

 

Texto: Pe. António Felisberto in Em Missão – Ed. Especial Agência Eclesia, Out ‘ 08

Foto: DR

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