sexta-feira, 27 de março de 2009

ARSÉNIO ISIDORO, UM PADRE ENTRE A RAMADA E O PRÍNCIPE


Eu não exigi este projecto; ele é que tem exigido de mim!“, confessa o padre Arsénio, pároco da Ramada – Odivelas, que mantém muita viva uma Geminação com a Ilha da Príncipe.

O padre Daniel Batalha, com o seu coração balanceado para a Missão lá fora, construiu esta geminação e o padre Arsénio, em 2005, limitou-se a apanhar o comboio em andamento. Este – recorda – trazia experiências missionárias dos tempos de seminarista, com missões realizadas em Alcoutim e no Nordeste brasileiro. O seu trabalho com as Equipas de Jovens de Nossa Senhora e as Equipas d’África também deram sensibilidade à Missão. 

Sair para quê?

Mas, na Ramada, o primeiro impacto foi de susto: “Ir para África fazer o quê, se há tanto que fazer aqui?”. Após esta luta interna inicial, o novo pároco começou a dar mais de si e tornou-se um apaixonado pela paróquia-irmã de Nossa Senhora da Conceição da Ilha do Príncipe. Duas vezes por ano, lá vai até África acompanhar a evolução do “Projecto Pague” (assim se chama), pois há pessoal contratado, um ritmo de construção de um edifício por ano que exige que se acompanhem as obras e se controle o conjunto do projecto.

Esta ‘Missão lá fora’ partiu do dinamismo missionário criado ‘cá dentro’. E a comunidade partiu. Já lá vão sete anos de intensa relação, com muitas ‘Missões’ de leigos, jovens e menos jovens, que vão dando o que têm por aquela população pobre do Príncipe. Mas vão ganhando muito, no plano humano, com a simpatia e a capacidade de sofrer e resistir deste povo tão abandonado. Alguns jovens partiram apenas por um mês ou dois. Agora, a aposta já vai mais longe, com missões de um ou dois anos (estão actualmente dois no Príncipe), pondo a render os talentos e a formação profissional que têm. E muitas das acções de formação são dadas pelos técnicos do Centro Comunitário.

(Continua no próximo Post)

Texto: Pe. Tony Neves , in Jornal da Verdade – Perfil.

Foto: DR

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