quarta-feira, 2 de março de 2011

SIMÃO MONIZ, MISSIONÁRIO NO BRASIL – A MISSÃO FELIZ DO “PADRE DOS VAGABUNDOS”. - Conclusão


Por mais ‘sobriedade’

A Pastoral da Sobriedade nasceu de um grupo de ‘Mútua Ajuda’ que precisava de um director espiritual. O P. Simão aceitou e as coisas foram acontecendo. Explica: ‘Trata-se de um trabalho com dependentes químicos e seus familiares. Tem diversas áreas de intervenção: prevenção, recuperação, reinserção social e intervenção política’. O trabalho feito em Governador Valadares foi reconhecido como um modelo a nível nacional e, por isso, o P. Simão foi convidado para assessor eclesiástico nacional. Agora, está de pé o objectivo de lançar grupos de ‘Mútua Ajuda’ em todas as Dioceses. É urgente – defende o Missionário – a criação de Comunidades Terapêuticas, casas de recuperação onde são recolhidos e acompanhados os dependentes que querem tratamento.

O mundo das prisões

Outro investimento do P. Simão é a Pastoral Carcerária. Ao chegar a Governador Valadares, percebeu que quase todas as famílias da Paróquias têm reclusos. Por isso, ele vai à cadeia, visita os presos e faz a ligação entre estes e seus familiares. Celebra a Eucaristia e outros Sacramentos e disponibiliza-se a escutar os reclusos. Também está atento ao que lá se passa e tenta fiscalizar e denunciar injustiças que lá acontecem. Está atento para ver se há quem precise de acompanhamento médico ou apoio jurídico, sobretudo quando as penas chegam ao fim.

Comunidades de alto risco

A Pastoral mais directa é nas Comunidades dos bairros de S. Geraldo e Mãe de Deus, nas periferias pobres de Governador Valadares. São áreas complicadas. S. Geraldo está na chamada ‘zona boémia’, área de prostituição e botecos. ‘Mãe de Deus’ é um bairro atravessado pela auto-estrada, com problemas sérios no que diz respeito ao tráfico de droga e prostituição, com muita violência com casos de morte quase diários: ‘a princípio, ia á Igreja e vinha embora, sem sequer poder dar uma volta pelo bairro. Agora que j+a sou conhecido, não sinto problemas de segurança. Costumo dizer que as pessoas com quem trabalho me protegem sempre. Há tempos, alguém falou de mim assim: ele trabalha com vagabundos, é o ‘padre dos vagabundos’ que protegem o ‘seu’ padre!’

Sente-se muito feliz a partilhar a sua vida e missão com um povo fantástico que o acolheu de braços abertos e onde se sente sempre em casa.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz da Verdade – Perfil

Foto: DR

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