quarta-feira, 30 de março de 2011

MANUEL CHILINGUTILA, MISSIONÁRIO ANGOLANO NA EUROPA – DE ANGOA A TURIM POR BEJA E LISBOA - Conclusão


De Angola a Portugal

A nomeação missionária do P. Chilingutila foi para...Portugal, país que pisou, pela primeira vez, a 4 de Fevereiro de 2008, dia feriado nacional em Angola que deu o nome ao Aeroporto Internacional de Luanda. Acompanhei-o nesta viagem, pois tinha ido orientar o Retiro e fazer uma Conferência no Capítulo Provincial dos Espiritanos de Angola. Senti nele a ansiedade típica de quem muda de mundo, habituado desde sempre a viver em contexto de guerra e sem qualquer noção da Europa que o esperava. O calor abafado de Luanda contrastava com o frio e a chuva que nos esperava em Lisboa. Foi o primeiro choque. Depois, pouco a pouco, foi-se habituando a esta terra e a esta Igreja onde viria a exercer o seu ministério como padre missionário.

De Castro Verde a Mértola

O Alentejo foi a sua primeira ‘terra de Missão’, indo montar a sua tenda em Castro Verde. Foi outro choque. Não imaginava que Portugal tivesse comunidades cristãs tão pequenas. Não lhe passava pela cabeça que, numa terra de missionários, houvesse povoações onde quase ninguém ia á Missa, onde Deus parecia não contar para nada. Mas gostou de estar com as pessoas, conversar com elas, acompanhá-las nas horas alegres e nas horas de sofrimento. Gostou do povo de Castro Verde que o acolheu bem. E quando estava a conhecer bem a realidade, quando já entrava na casa e na vida das pessoas, foi tempo de desarmar a tenda e partir outra vez. Por opção pastoral, os espiritanos deixaram Castro Verde e foram até Mértola, lá bem na raia de Espanha, para tomar conta de todo o município e suas comunidades. O P. Manuel sentiu que estava a recomeçar tudo outra vez, dois anos depois da sua chegada ao Alentejo. E lá partiu. Respondeu a novos desafios e arranjou novos amigos, sempre mais fora das paredes da Igreja do que dentro delas, quase sempre vazias.

Turim, com os Migrantes

Na Missão, como em tudo na vida, não fazemos o queremos nem o que programamos. Do Conselho Geral, de Roma, veio um apelo para que Portugal disponibilizasse um Padre para a nova comunidade a fundar em Turim, com o objectivo de acompanhar migrantes. Depois de alguma reflexão, o Conselho Provincial achou que o P. Chilingutila era quem reunia as melhores condições para responder a este apelo, bem na linha do carisma espiritano. Feito o convite, a resposta foi ‘sim’, como sempre na vida do P. Manuel.

Agora, em Lisboa, prepara-se para a nova Missão, estagiando no Centro Padre Alves Correia porque os migrantes, em Portugal como em Itália, sofrem dos mesmos males e precisam de apoios idênticos.

A Missão continua por terras de Itália.

Texto e Foto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

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