quarta-feira, 30 de junho de 2010

P. ANTÓNIO CARLOS, COMBONIANO – DO MALAWI À AUDÁCIA - Conclusão


Missão no Malawi

O Malawi, na África Austral, foi a sua grande terra de Missão, para onde partiu em 97. Lá se foi inculturando e partilhando a vida simples de um povo pobre: ‘Habituei-me à comida tradicional do Malawi, a nsima, massa de farinha de milho, com um ovo cozido, ou uma perna de galinha, ou feijões ou verdura e com molho de tomate’. Aprendeu a língua local, o chichewa, que ia misturando com o inglês, língua oficial. A primeira malária fê-lo passar todo o Tríduo Pascal na cama.

Todas as viagens na área da Missão eram uma epopeia. Mesmo num jipe com tracção ás quatro rodas, às vezes, a viatura atolava e ficava na picada até que alguém viesse rebocar.

Sendo um país pobre, o povo do Malawi conseguiu fazer as suas transições políticas e sociais sem grandes convulsões e derramamento de sangue, sendo este o aspecto mais positivo da sua história. Também apreciou muito a capacidade e o gosto dos jovens para a música, o teatro e o canto: ‘Era espantoso vê-los dramatizar a paixão de Jesus na sexta-feira santa e cantar em grupos na nas grandes festas do ano litúrgico, no natal, na pascoa, nos casamentos, nas procissões’.

Mas também há aspectos muito negativos na vida do povo: ‘a escassez de comida em certos períodos do ano e a sida que mata muita gente jovem são dos piores flagelos que o povo sofre’.

Dirigir a Audácia

Em 2006 deixa o Malawi rumo a Portugal. Passa um ano de actualização na África do Sul e regressa a Portugal para dirigir a revista ‘Audácia’, um desafio enorme: Houve muita coisa que tive que aprender, jornalismo, fazer um revista para jovens e adolescentes, viver o estilo de vida em Portugal, uma vida mais stressante, sem dúvida. Todos os meses temos que pensar nos temas a publicar, o que não é fácil, tendo em conta o desfasamento de interesses entre o publico juvenil e uma revista de cariz missionário que propõe valores humanos e cristãos diferentes dos vividos pela sociedade’.

Voltar a África...

Gostou do que o Papa disse em Portugal e tem a certeza de que o seu futuro não passa por aqui: ‘Tal como o fomos no passado, também hoje somos convocados a ser missionários, uns aqui, outros além fronteiras. Eu assumo-me missionário independentemente de onde estiver, neste momento em Portugal, mas espero num futuro próximo regressar a África’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

Sem comentários: