quinta-feira, 14 de maio de 2009

DA ERICEIRA AO QUÉNIA - BETA ALMENDRA, COMBONIANA

Foi na Ericeira que se fez mulher de Fé. Ali nasceu, foi baptizada e se empenhou na Igreja, a partir do grupo juvenil da Paróquia. Catequista, responsável pelo grupo de jovens, bem cedo foi percebendo que a sua Missão poderia passar por outras paragens. Adorava jogar futebol (‘o meu sonho era de ser jogadora de futebol! ‘). Fez um bacharelato em Contabilidade e Administração no ISCAL (Lisboa), mas Deus queria que ela fizesse outras contas.

Entrou para as Missionárias Combonianas, em 1992, professando em 1996. A sua formação foi-se fazendo, em Itália e no Porto, onde concluiu o Curso de Ciências Religiosas na Universidade Católica. A sua Missão em Portugal, até 2000, foi na Animação Missionária, a partir da sua comunidade no Porto.

A viragem do século e do milénio marcou uma mudança de rota na vida missionária da Irmã Beta: recebeu nomeação para o Quénia, país onde chegaria em 2001, após um ano a aprender inglês em Londres.

Quénia...às portas da Etiópia

Marsabit foi a Diocese do norte do Quénia que lhe caiu em sorte. Ali, mesmo na fronteira com a Etiópia, numa área marcada pela seca extrema, trabalhou com dois povos semi-nómadas: os Borana e os Gabra: ‘Parti muitas vezes ao seu encontro, ficando com eles 1 semana, 15 dias, 1 mês’. O trabalho com estes povos nómadas era em nome da Comissão Justiça e Paz da Diocese. Porque faltava a água para os pastos, abundavam os conflitos. A lógica da sobrevivência não é amiga da paz. Ali, a Irmã Beta percebeu que o ‘perdoar’ é verbo cristão, pois não faz parte de todos os dicionários culturais. Lá, onde estava, falar de perdoar era estranho porque, segundo a lógica local, ‘o inimigo é para matar! ‘. Assim, a sua tarefa era um grande desafio com objectivos muito difíceis de concretizar. Mesmo neste contexto de extrema pobreza, fome e muita violência à mistura, a Irmã Beta gostou muito do seu trabalho missionário. 

Entre a Pastoral e o Futebol

Na Paróquia onde vivia, foi-lhe ainda confiada a pastoral com adolescentes e jovens, com visitas às escolas. Ia lançando iniciativas de formação para apoiar os professores de educação moral no ensino oficial. Mas, a sua maior ousadia foi no desporto-rei. O gosto pelo futebol colidia com a mentalidade daquele povo que não admitia que fosse praticado por mulheres. Mas a Irmã Beta não se deixou intimidar pela tradição e pôs muitas adolescentes a jogar à bola.

Com as restantes Irmãs Combonianas, apostava na promoção da Mulher, um trabalho imenso, quase tudo por favor, ali naquela longínqua costa oriental da África.

(Continua no próximo Post...)

Texto: Tony Neves - in Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

1 comentário:

Natyelha disse...

Irma hoje, na preparaçao para o crisma na ericeira, quando a senhora começou a contar como foi tocada por Deus para seguir este caminho, sentia calafrio, e vinha-me as lagrimas aos olhos, depois tudo aquilo que disseste me tocou tao, e foi se tornando um incomodo tao grande. que eu nao consegui ir embora e apertava cada vez mais a vontade de falar consigo, mais nao tive coragem, ento sentei-me, e passas-te por mim, mais nao tive a coragem de lhe falar. senti-me mesmo tocada, mais tenho muito medo, nao sei por onde começar, nao tenho a certeza que quero. me ajuda
Meu mail é este( natyelha-fofa@hotmail.com), reponda-me alguma coisa se puder, preciso de ajuda e creio que podes me ajudar.
muito obrigada!