quinta-feira, 30 de abril de 2009

IRMÃ MAFALDA, BAIRRO 6 MAIO: MISSÃO EM ÀFRICA... AQUI! - CONCLUSÃO

Um Centro Social especial...

O Centro Social do Bairro 6 de Maio é uma referência de intervenção social num meio imigrante e marcado por muita pobreza e exclusão social. Ali fez um pouco de tudo: Monitora de Apoio Escolar; Animadora Sócio-cultural; Membro do Grupo da Missão do Bairro; Técnica de Serviço Social; Coordenadora Pedagógica, Directora Técnica. Mas explica bem a sua forma de estar na vida e no Bairro: “Sou, acima de tudo, Missionária, pelo que para além do trabalho profissional, a minha entrega passa por fazer parte da Equipa de Pastoral da Missão do Bairro, por ser catequista, animadora num grupo de jovens e membro da Equipa de Pastoral Juvenil da Família Dominicana”.

Em 2008, foi nomeada para o Prémio “Mulher Activa”, lançado pela revista com o mesmo nome.

Viver o dia-a-dia dos pobres 

Assim, a Irmã Mafalda e a sua Comunidade vivem pobremente no Bairro, com objectivos pastorais claros: “Move-nos, o desejo de estar, acolher, caminhar com o povo, viver as relações de vizinhança, de solidariedade, de partilha do dia-a-dia, que inclui momentos de alegria e de dor; procurar, em conjunto, caminhos, saídas, perspectivas; conseguir que eles fossem os principais agentes da sua transformação”.

A maioria dos habitantes do Bairro são estrangeiros, pelo que a Missão das Irmãs é mais óbvia: “Ser presença e testemunho do amor de Deus e da Igreja para com este povo imigrante, pobre, desprezado, não acolhido, em geral, nem pelo Governo nem pelos portugueses”.

É duro viver num Bairro marcado pela violência, pelo sofrimento das pessoas. É impossível ficar insensível ao drama dos vizinhos. 

Mais alegrias que dificuldades...

Mas que fique claro: “São mais as alegrias do que as dificuldades: o sentir e saber que somos queridas, respeitadas e que a nossa presença e trabalho é valorizado não só pela população como a nível externo; os imensos e variados tipos de colaboração que experimentamos no dia-a-dia. O empenho dos funcionários, o serviço gratuito de muitos voluntários, o gosto com que os muitos parceiros se envolvem e expressam o desejo de trabalhar connosco, as ajudas monetárias e materiais; o êxito de algumas actividades, de alguns grupos, de pessoas que conseguiram sucesso nos estudos, na família, no emprego, na sociedade”.

Vale a pena fazer uma opção radical pelos mais pobres em nome do Evangelho.

A Irmã Mafalda termina com um acto de fé: “Acredito que chegará o dia em que deixarão de haver bairros como os nossos, porque as pessoas começaram a ter melhores condições de vida e a nossa sociedade se tornou mais justa e solidária”.

Texto: Pe. Tony Neves - Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: João Cláudio Fernandes

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