As indicações dadas por Jesus durante a sua vida pública, por ocasião da escolha e do envio dos discípulos, são mais precisas quanto aos objectivos da missão: eles são enviados a proclamar que o Reino de Deus está próximo, a curar os enfermos, a ressuscitar os mortos e a expulsar os espíritos maus (Mt 10, 7-8). Todas estas actividades serão mais tarde abrangidas pela expressão “anunciar a Boa Nova.” Os discípulos são enviados para realizarem o projecto libertador iniciado por Deus em Jesus Cristo, continuando a sua obra salvífica, sendo portadores de palavras e de gestos que criam comunhão e promovem a paz e a reconciliação entre as pessoas. Do mesmo modo, são enviados a curar as doenças do corpo e da alma, levando a esperança aos excluídos da sociedade e dos sistemas políticos, económicos e religiosos e congregando-os sob o olhar amoroso de Deus.
Quando, hoje, a Igreja se reúne para celebrar um envio missionário, toma consciência de que aqueles que são enviados não vão em nome próprio, mas em nome da comunidade e em nome de Cristo. Não somos trabalhadores por conta própria. Tais celebrações são uma ocasião excelente para fazer animação missionária. Felizmente, hoje em dia, a celebração do envio de missionários tem lugar nas paróquias às quais pertencem ou às quais estão ligados por laços afectivos e de compromisso apostólico. Através desse acontecimento a comunidade cristã toma consciência de que está a enviar um dos seus membros. Aliás, no seguimento de uma genuína tradição apostólica, toda a comunidade está envolvida no processo do envio. Recordemos, a propósito, esta sugestiva passagem dos Actos dos Apóstolos: “Estando eles a celebrar o culto em honra do Senhor e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: ‘Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que Eu os chamei.’ Então, depois de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e deixaram-nos partir” (Act 13, 2-3). Toda a comunidade, atenta à voz do Espírito, é protagonista na selecção e no envio dos missionários.
Pe. José Antunes
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Foto: João Cláudio
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