segunda-feira, 25 de outubro de 2010

REDESCOBRIR A MISSÃO (II Parte)

AE - Que dinâmica se pretende gerar com o conceito de Centro Missionário Diocesano?

AC - Pretende-se ajudar a tornar normal aquilo que tem sido considerado excepcional. Normal é anunciar o Evangelho ao estilo de Jesus. Normal não é, como se tem pensado e ainda se continua a pensar, formar os cristãos numa certa doutrina e para uma certa prática da vida cristã, verificada pela frequência dos sacramentos, mormente pela chamada «prática dominical». Note-se que se tem feito e se está a pensar continuar a fazer deste ponto o barómetro da vida cristã e católica no nosso país. Na verdade, a nossa identidade, aquilo que nos deve identificar, a nossa graça, aquilo que é sempre primeiro e que nunca pode ser segundo é anunciar o Evangelho ao estilo Jesus e no seguimento de Jesus. Isto supõe uma reviravolta no itinerário de toda a formação cristã, que deve ser missionária desde o início, e não apenas nas suas últimas etapas, em jeito de conclusão. Neste sentido, na sua Mensagem para o 83.º Dia Missionário Mundial (18 de Outubro de 2009), o Papa Bento XVI lembrou «às Igrejas antigas como às de recente fundação» que «a missão ad gentes deve ser a prioridade dos seus planos pastorais», como já tinha lembrado, na Mensagem para o 82.º Dia Missionário Mundial (19 de Outubro de 2008), citando o Decreto Ad Gentes, n.º 38, que o «seu compromisso [dos Bispos] consiste em tornar missionária toda a comunidade diocesana».

Se a Igreja particular, com o seu Bispo à cabeça, é o sujeito primeiro da missão, ao Centro Missionário Diocesano, instituído pelo Bispo Diocesano, competirá ajudar o Bispo a dinamizar e sensibilizar missionariamente toda a Diocese, de modo a manter alta a consciência missionária e a efectiva capacidade evangelizadora de toda a comunidade diocesana. As competências deste Centro derivam, portanto, das atribuições que lhe forem confiadas pelo Bispo. Mas é fácil ver que a sua influência se pode fazer sentir em todos os âmbitos da formação, acolhimento, partilha e entreajuda, comunhão e comunicação entre as Igrejas, ajudar a dar a conhecer e a manter vivos no terreno o espírito e a acção das Obras Missionárias Pontifícias, promover a celebração e vivência do Dia Missionário Mundial e do Dia da Infância Missionária, bem como do Outubro Missionário, manter vivos os Grupos Missionários Paroquiais ou Inter-Paroquiais, dar a conhecer e sensibilizar à participação em iniciativas de formação missionária já existentes a nível nacional, tais como o Curso de Missiologia e as Jornadas Missionárias. Deste Centro devem fazer parte membros dos Institutos Missionários e Religiosos presentes no espaço diocesano, mas também Padres e fiéis leigos diocesanos.

AE - Esta iniciativa já está lançada na Arquidiocese de Braga. Como tem decorrido esta experiência?

AC - É verdade que a iniciativa já está lançada em Braga. Houve um primeiro encontro do Senhor Arcebispo com o Delegado Arquidiocesano das OMP e representantes dos Institutos Missionários, em que ficou decidido avançar para a formação do Centro Missionário Arquidiocesano de Braga. Seguiu-se depois outro encontro mais alargado com a minha presença em representação do Senhor Arcebispo, em que se definiu a forma de composição deste Centro, com pessoas a indicar pelos Institutos Missionários e pela Arquidiocese. A próxima reunião será para confirmar a constituição do Centro e definir os principais caminhos a trilhar. Só a partir de então, o Centro assumirá funções efectivas.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST…)

Texto: Agência Ecclesia

Foto: JCF

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