quarta-feira, 13 de outubro de 2010

MARGARIDA ALVIM, REDE FÉ E DESENVOLVIMENTO: DA ENGENHARIA FLORESTAL AO COMBATE À POBREZA - Conclusão

...à Rede Fé e Desenvolvimento

Surgiu um novo desafio: trabalhar à distância com a Fundação Evangelização e Culturas (FEC), dando início da Rede Fé e Desenvolvimento, um projecto apoiado pela Campanha do Milénio das Nações Unidas, que pretende sensibilizar e mobilizar a Igreja Católica para as questões do desenvolvimento, actuando no mundo e em diálogo com as outras confissões religiosas e restante sociedade civil: “Este trabalho, para além de me ter permitido a conciliação com a missão em casa, contribui, mais uma vez, muito para o meu próprio desenvolvimento, como cidadã e como crente. Só tenho a agradecer a Deus e à FEC esta oportunidade”.

O local e o global...

Considera que os seus compromissos actuais a equilibram na vida: “A Rede Fé e Desenvolvimento transporta-me para o Mundo, o trabalho que agora tenho numa pequena empresa florestal põe-me os pés na terra. Desenvolvimento global e local estão assim cozinhados em mim. E quando estou com todos os pequenos proprietários, na sua generalidade já idosos, queixando-se do abandono generalizado da nossa terra onde já não compensa produzir nada, e da forma como se sentem excluídos das ajudas agrícolas (porque a elas não conseguem aceder, pela sua pequena dimensão e falta de formação) e impotentes perante problemas tão graves como os incêndios florestais, oiço um eco em todos aqueles que nos países tão mais pobres que o nosso estão também excluídos, sem segurança alimentar, sem acesso aos mercados, à educação e saúde básica. Ajudar e descobrir parcerias locais, associações, tem eco nas parcerias globais para o desenvolvimento que os ODM pedem. O desequilíbrio na distribuição da riqueza existe lá e também cá, e o Evangelho de Jesus põe o dedo nesta ferida. Por isso, ser seguidor de Cristo é fazer esta Missão nossa, a de fazermos com que todos os homens tenham direito a desenvolver-se…e isso passa pelo nosso próprio desenvolvimento”.

A Igreja em voz alta...

A Margarida acredita que a missão da Rede Fé e Desenvolvimento lança desafios à Igreja: “Ela deve ter uma voz mais activa e forte no exercício da sua cidadania. Porque tem autoridade para o fazer, porque faz parte da sua Missão e porque como crentes, temos a obrigação acrescida de intervir na construção de uma sociedade mais justa, e isso passa pelo acompanhamento das políticas, pela acção, pela sensibilização, pelo desmascarar injustiças, pelo fazer pontes”.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Missão

Foto: JCF

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