quinta-feira, 21 de outubro de 2010

IRMÃ LURDES FARINHA, FRANCISCANA MISSIONÁRIA DE MARIA – AO RITMO DE S. FRANCISCO E DOS TEMPOS QUE CORREM - Conclusão


Katepa, em Malanje

Katepa, em Malange, era uma missão de risco. Foi lá que a Irmã Lurdes fez o seu baptismo de Missão em África: ‘O tentar entrar na cultura deste povo e na sua forma de expressar a sua fé, fez-me caminhar numa linha de acolhimento, de tentar partir da sua vida concreta, para com eles, abrir caminhos de desenvolvimento e de solidariedade’. Em tempo de fome, o seu trabalho na Caritas permitiu-lhe acolher os mais pobres. A Alfabetização de adultos também a ajudou a entrar na alma deste povo mártir.

De Benguela a Luanda

Dali seguiu para Benguela como Mestra de Noviças, mudança que lhe custou muito: ‘Foi um momento de turbulência interior. Era para mim difícil de entender a Formação como missão importante e fundamental. Era mais fácil e gratificante o trabalho com o povo simples das aldeias ou com o trabalho directo da CÁRITAS. Por outro lado, sentia-me já à vontade na Missão. Conhecia já o povo, a sua maneira de ser e de se expressar...Partir, novamente? Recomeçar?’.

Benguela acolheu-a seis anos. O compromisso na Formação das futuras FMM não lhe impediu um intenso trabalho pastoral na Missão da Nazaré, confiada aos Espiritanos. Foram tempos tão ricos como difíceis. A Formação e a Pastoral encheram-lhe o coração, mas a situação em que vivia o povo apertava-lhe a alma: ‘Vivíamos tempos difíceis de guerra ou com as suas consequências. Era necessário apelar à construção da paz, de deixar o desejo de vingança, de apelar à vivência do valor do perdão, da aceitação do outro como irmão, independentemente da sua tribo, raça ou condição social’.

Luanda acolheu a irmã Lurdes, 2 anos, num trabalho mais voltado para a juventude e de formação no Centro Catequético e Juvenil do Centro da Luz - na Paróquia de N. Sra de Fátima.

Missão em Portugal

Outro envio a esperava: de Angola para Portugal, parando em Barcelos: ’trabalhei no Internato com crianças e jovens com situações familiares e sociais muito complicadas e no economato da obra. Ao mesmo tempo, frequentei a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa, em Braga, para um tempo de reciclagem, fazendo a Licenciatura em Orientação Educativa’.

De Barcelos passou à Gafanha da Nazaré e daqui ao Porto onde seria surpreendida pela eleição para Superiora provincial, cargo que exerce a partir de Lisboa. É um elo de comunhão com mais de 6 mil Irmãs de 80 nacionalidades, a trabalhar em 76 países nos 5 continentes. Sobre Portugal, explica: ‘somos 203 Irmãs, em 26 comunidades, trabalhando desde as pequenas inserções paroquiais até às grandes obras de índole educativo/social’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Missão
Foto: JCF

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