A família abriu-lhe o caminho da Igreja. Uma vez lá dentro, foi só ir navegando, de ano em ano de catequese, da primeira comunhão ao crisma. Chegou depois o tempo das escolhas, sempre difíceis nos tempos que correm no planeta jovem. A Paróquia da Portela tinha um catálogo bem recheado de propostas de caminhada juvenil e ela optou pelos Jovens Sem Fronteiras.
Foi crescendo, foi estudando e, com o tempo, vieram as experiências missionárias. Semana após semana, o grupo reunia e a participação na Eucaristia dava sentido á vida e força à ideia de um dia partir.
Nas favelas de Cabo Frio
Estava já com a Engenharia a mais de meio quando ousou partir. Naquele 2005, a ‘Ponte’ dos Jovens Sem Fronteiras apontava o outro lado do Atlântico. E mais: o epicentro do trabalho ia desenvolver-se em plena favela, em Cabo Frio, nas periferias do Rio de Janeiro. Não foi fácil decidir, convencer a família e preparar-se. Mas valeu a pena partilhar um mês inteiro com crianças e jovens sempre de sorriso aberto e comunidades activas a intervir em contextos de muita pobreza e exclusão. Lá, a Fé parecia mais forte, a medir pela alegria que se sentia em todos os encontros e celebrações. Pobres de meios, ricos de coração.
Na hora de regresso à Portela e ao Técnico, nada parecia igual. A sua exigência de vida e de Missão subiu muito a fasquia. Manteve-se muito activa no grupo e na Paróquia, participava em todos os momentos importantes do calendário do Movimento. E o coração batia mais forte, como que a dizer que a Missão não podia ficar por ali. E não ficou.
(continua no próximo Post...)
Texto: Tony Neves - In Jornal Voz Verdade - Perfil
Foto: DR
1 comentário:
Enviar um comentário