A grande paixão de S.Paulo foi a missão. A descoberta de Cristo na estrada de Damasco identifica-se com a descoberta da missão “ Aprouve a Deus revelar-me o seu Filho, para que o anunciasse aos pagãos” – confessa ele na Carta aos Gálatas. Com D.António Couto, vamos acompanhá-lo nesta viagem que encheu toda a sua vida. Dela emergem algumas chaves de leitura que nos podem abrir algumas pistas para uma verdadeira leitura da missão, como S.Paulo a concebia.
1. Fazer da missão uma entrega a Cristo, de tal maneira que possamos dizer que já não somos nós que vivemos mas é Cristo que vive
O missionário é a primeira terra de missão.
2. Acolher a missão, recolhidos no cenáculo, em contacto directo com a fonte, esperando o envio do Espírito Santo A missão nasce no seio da Trindade. Ela não é uma actividade nossa , é um dom de Deus que nos associa ao seu plano de salvação. Não somos missionários por nossa conta, mas por conta de Deus. É preciso entrar no “cenáculo” da sua intimidade para Ele nos confiar os desígnios do seu amor. A oração e a intimidade com Deus levam-nos ao coração da missão: o seio da Trindade onde a missão nasce.
Só os santos têm acesso à missão
3. Acreditar que é o Espírito Santo que nos abre os caminhos da missão e nos precede na descoberta desses caminhos.” O nosso Evangelho não vos foi pregado só com palavras, mas pelo poder do Espírito Santo” Ela faz-nos dobrar os joelhos diante do Pai, do qual recebe nome toda a família nos céus e na terra: É Ele que nos concede de acordo com a riqueza da sua glória que sejamos cheios da força do seu Espírito É Ele que nos enraíza no amor e nos dá a capacidade de conhecer o amor de Cristo que ultrapassa todo o conhecimento.
O Espírito Santo é o protagonista da missão
4 Ir ao encontro das pessoas sem esperar que elas venham ter connosco. O itinerário do Pai que envia o seu Filho ao nosso encontro abre todos os caminhos da missão. É o Pai que nos escolhe e nos envia em seu nome “A evangelização deve começar não tanto por apresentar ideias, mas por apresentar encontros, de modo a facilitar o “encontro” com Cristo como base da identidade da missão”.
Sem encontro não há missão
5. Anunciar o Evangelho a partir dos valores e das estruturas locais. A comunidade local foi o suporte da missão de S.Paulo. Incarnar a missão nas pessoas e nos valores locais .A missão não é importada nem exportada. Ela nasce do contexto e da vida das pessoas a quem é anunciada. Tem as suas raízes na comunidade local. A inculturação da mensagem foi a grande intuição de S.Paulo.
A localidade é o rosto da missão
(Continua no próximo Post...)
Texto: A. Torres Neiva
Foto: JCF
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