sexta-feira, 5 de março de 2010

P. ANTÓNIO COLIMÃO, DA ÍNDIA PARA LISBOA – CONSTUIR A COMUNIDADE E A IGREJA DE S. FRANCISCO XAVIER - Conclusão

Na peugada de S. Francisco Xavier

Chegou a Belém em 1991. A Missão de construir uma comunidade era um enorme desafio. Para agravar, é-lhe confiada a Capelania da Prisão de Caxias.

Com a calma e serenidade que caracteriza a alma indiana, o P. António Colimão vai levando, dia a pós dia, o barco a bom porto. A comunidade cresce, com ponto de encontro num simples pré-fabricado, atrás do grande edifício do Estado Maior das Forças Armadas. Está feliz porque considera que a sua Paróquia é um espaço de acolhimento e quem chega de novo sente-se em casa, bem integrado. O dinamismo missionário está presente e, a 7 de Fevereiro, na Igreja de Caselas, D. Joaquim Mendes crismou 45 membros desta Comunidade, na sua maioria jovens.

A Igreja da polémica

A construção da nova Igreja tem tido honras de grandes notícias nos meios de comunicação social. O terreno foi oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa, mas o projecto do Arq.Troufa Real divide opiniões: Em forma de barco e um campanário a lembrar um minarete, há quem ache muito bonito e quem o ataque com violência. O processo foi apreciado por quem de direito, foi aprovado e, com a paciência do P. António, está a ser construído.

Fui lá com o Pároco ver as obras. A parte subterrânea está concluída e já se vêem alguns pilares do corpo da Igreja. O problema é o dinheiro, mas este não assusta o P. Colimão. Recentemente regressado de mais uma visita à Índia, no âmbito da Associação Fraternidade Damão-Diu, conta como o povo de cotiza para construir capelas e Igrejas e tudo dá certo, apesar da pobreza das populações. Assim, lançou campanhas, promoveu eventos e pôs tudo nas mãos de Deus.

Quaresma especial

A Quaresma começou em grande, como já acontece há 19 anos. Após a cerimónia da imposição das cinza, a comunidade ficou para o jantar: caldo verde, pão e fruta. No fim, fez-se uma colecta. Lançou também uma iniciativa original: pediu a uma jovem indiano que desenhasse um Cristo coroado de espinhos e fez um ‘Estandarte da Paixão’. As famílias são convidadas a expô-la nas suas casas ou varandas e o lucro vai para a construção da Igreja. A confiança do P. António traduz-se nestas palavras: ‘Houve muito barulho exterior, mas a comunidade está serena e unida. Vesti a camisola e faço-o com alegria. A comunidade paroquial está comigo. Há que ultrapassar com fé e confiança esta dificuldade’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

Sem comentários: