quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ANTÓNIO MOREIRA, MISSIONÁRIO EM ANGOLA – MISSÃO NUM PAÍS DE CONTRASTES - Conclusão


Tudo arrasado

O calvário continuou. O P. António Moreira foi levado para o Huambo onde chegou com uma magreza que o tornava irreconhecível. Seguiu num voo da Caritas para Luanda, sendo evacuado depois para Portugal onde se tratou e ...pouco tempo depois, regressou ao Kuito donde nunca mais saiu....

O Paço Episcopal, onde residia com o Bispo, ficou queimado. Nenhum documento da Diocese de salvou. Um crime contra a história. A cidade teve a mesma ‘sorte’. Quase tudo foi destruído e o que sobrou foi pilhado. Quando as pessoas regressaram a casa, encontraram o lugar dela e pouco mais. O Kuito tornou-se uma ‘cidade fantasma’, como as televisões do mundo inteiro mostraram, quando puderam lá chegar os primeiros jornalistas.

O tempo foi passando, o povo foi recuperando, as estruturas estão a ser reabilitadas, a Igreja está viva e muito interveniente numa era marcada pela reconstrução, a começara pela reconstrução dos corações.

Progresso e contrastes

A guerra acabou, os tempos são outros: ‘Angola está a passar pelas transformações mais rápidas e profundas de toda a sua História. É a construção de vias rápidas de comunicação, como estradas e caminhos-de-ferro; o apetrechamento e modernização de aeroportos; a construção de hospitais, postos de saúde; a implantação de Universidades e Escolas’. Mas há contrastes gritantes. O P. António partilha: ‘Eu trabalho numa Missão que está perto da cidade do Kuito. Esta Missão serve umas dezenas de aldeias, onde os habitantes vivem nas mesmas condições que viviam há umas dezenas de anos atrás. Sem estradas boas, com casas rudimentares, meios de cultivo tradicionais. Saio da Missão, chego ao aeroporto da cidade, onde encontro um aeroporto novo, moderno, com uma pista de quase 3 kms de comprimento onde aterra, 3 vezes por semana, um boing 737 que leva uns 150 passageiros. As pessoas que o frequentam fazem-se transportar em bons automóveis. Na cidade, há ruas bem asfaltadas mas, nos bairros, continuam as ruas cheias de buracos, com lama por todos os cantos, onde às vezes é difícil de passar’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

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