terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MISSÃO CRISTÃ: NOVOS PARADIGMAS - (3ª Parte)


O futuro

Que fica deste congresso? Fica certamente uma rica reflexão teológica e eclesiológica sobre a missão cristã, uma bela experiência de participação eclesial, que, espera-se, os bispos portugueses saibam colher, para reelaborar e oferecer à Igreja em Portugal numa linha de renovação do espírito missionário. A reflexão para fazer as contas e tirar conclusões para o futuro imediato coube a D. Manuel Quintas, até há pouco presidente da Comissão de Missões. Partindo da importância do testemunho e da centralidade da vivência cristã, e valorizando as potencialidades já presentes nas igrejas locais, ele sublinhou a necessidade de «assumir a missão como paradigma da acção pastoral» tanto a nível diocesano como paroquial, de «crescer na comunhão comprometendo-se na missão» e de «criar comunidades com dinamismo missionário». Nas suas conclusões, ele recolheu aspirações familiares aos missionários, que ecoaram mais suma vez neste congresso, como: a formação de grupos missionários nas paróquias, a dinamização dos secretariados missionários diocesanos, a formação missionária dos leigos e dos jovens. Nas suas conclusões ele augurou uma maior colaboração entre os vários protagonistas da missão e sugeriu a criação de «um observatório da missão», uma instância eclesial que seja capaz de acompanhar com espírito missionário e profético o caminho da Igreja e da sociedade.

O Congresso Missionário Nacional 2008 terminou como terminam os acontecimentos desta natureza: com uma reflexão final oferecida pelo presidente da Conferência Episcopal e a Celebração Eucarística no recinto do Santuário de Fátima, presidida pelo patriarca de Lisboa. D. Jorge Ortiga sublinhou a urgência da formação da consciência missionária das pessoas e das comunidades eclesiais e advogou uma «Igreja de rosto missionário» onde todos os membros sejam discípulos e missionários. D. José Policarpo, por sua vez, voltou à mensagem que deixou aos congressistas na abertura: a evangelização não é propriamente um programa, mas, mais bem, uma «loucura de amor que leva a igreja a não desistir de anunciar Cristo, mesmo contra corrente».

Pe. MANUEL FERREIRA

Missionário Comboniano

Texto: Revista Além Mar (Outubro 2008)

Foto: João Cláudio Fernandes

(Continua no próximo Post)

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