Bem sabemos como toda a criação geme e sofre as dores de parto até ao presente. Também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos no nosso íntimo, aguardando a adopção filial, a libertação do nosso corpo. De facto, foi na esperança que fomos salvos. Ora uma esperança naquilo que se vê não é esperança. Quem é que vai esperar aquilo que já está a ver? Mas, se é o que não vemos que esperamos, então é com paciência que o temos de aguardar.
(Rom 8, 22-25)
Vinde, Senhor Jesus!
Vinde, Senhor!
Vinde ao vosso mundo, na forma que vós sabeis.
Vinde onde há injustiça e violência.
Vinde aos campos de refugiados, em Darfur e em Kivu do Norte e em tantos lugares do mundo.
Vinde onde dominam as drogas.
Vinde também aos ricos que vos esqueceram e que vivem só para si mesmos.
Vinde onde sois desconhecido.
Vinde ao vosso mundo e renovai o mundo de hoje, nossos corações.
Vinde e renovai a nossa vida, para que nós mesmos possamos ser luz de Deus.
Neste sentido rezamos com São Paulo: Jesus!
e rezamos para que Cristo esteja realmente presente hoje no nosso mundo e o renove.
(Bento BVI)
A Igreja diz-nos…
Eis chegado o tempo tão celebrado e solene que outrora os Patriarcas e os Profetas tão ardentemente desejaram; o tempo que a Igreja sempre tem celebrado solenemente, e que também nós devemos santificar em todo o momento com fervor, dando graças ao Pai eterno pela infinita misericórdia que nos revelou neste mistério: Ele enviou-nos seu Filho Unigénito, pelo imenso amor que tem aos homens, para nos convidar para o Céu, nos revelar os mistérios do seu Reino, nos mostrar a luz da verdade, nos ensinar o caminho da perfeição, nos enriquecer com os tesouros da sua Graça e, enfim, nos adoptar como filhos seus e herdeiros da vida eterna.
Ao celebrar todos os anos este mistério, a Igreja convida-nos a renovar perpetuamente a memória do amor infinito que Deus mostrou para connosco; e ao mesmo tempo nos ensina que o advento de Cristo não foi apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia nos é comunicada a todos nós, se quisermos receber, mediante a fé e os sacramentos, a graça que nos mereceu, e orientar de acordo com ela a nossa vida segundo os seus mandamentos.
A Igreja espera fazer-nos compreender que assim como Ele veio uma vez, revestido da nossa carne, a este mundo, também está disposto, se não oferecermos resistência, a vir de novo, em qualquer hora e momento, para habitar espiritualmente em nós.
Por isso, a Igreja, como Mãe, ensina-nos durante este tempo, com diversas celebrações, a receber de coração agradecido este benefício tão grande e a enriquecer-nos com seu fruto, de modo que o nosso espírito se disponha para a vinda de Cristo nosso Senhor, com tanta solicitude como se Ele estivesse para vir novamente ao mundo e com a mesma diligência e esperança com que os Patriarcas do Antigo Testamento nos ensinaram, tanto em palavras com em exemplos, a preparar a sua vinda.
(Das Cartas Pastorais de S. Carlos Borromeu)
Texto: Cadernos Ano Paulino, nº 3
Pintura: Josefa d'Óbidos - Adoração dos Pastores
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