quinta-feira, 28 de agosto de 2008

S. PAULO E O ESPÍRITO SANTO


4. O grande dom é o próprio Espírito Santo

Quanto aos dons do Espírito Santo, é preciso concentrar a nossa atenção não nos dons mas no doador. O grande dom é o Espírito Santo. Os dons e carismas não são mais que o brilho do Espírito Santo, que é o dom por excelência, o dom que encerra todos os dons. Não podemos separar o Espírito Santo dos seus dons como não podemos separar o carinho ou a ternura de um pai ou de uma mãe do próprio pai ou da própria mãe.

As manifestações do Espírito Santo são o Espírito Santo em acção. Esta acção é infinitamente suave, discreta e livre. O Espírito Santo sopra onde quer e como quer. Os dons do Espírito Santo são para o doador como os raios do sol são para o sol: não se identificam com Ele, mas não existem sem ele. Não podemos ter dons do Espírito Santo sem ter o próprio Espírito Santo. O Espírito Santo não dá esmolas: dá-se a si mesmo. O Espírito Santo é inseparável dos seus dons. Recebendo-o recebemos a fonte de todos os dons. Isto não implica que os dons sejam recebidos da mesma maneira e todos ao mesmo tempo. O Espírito Santo hoje anima-me em vista de tal missão, amanhã pode confiar-me outra. S. Paulo faz uma lista dos dons do Espírito Santo de maneira bastante livre: dá enumerações diversas. É sem dúvida mais uma amostra que um catálogo.

João Paulo II, na exortação que escreveu sobre os Fiéis Leigos, diz que se deve ao Espírito Santo todo um conjunto de coisas novas que acontecem hoje na Igreja: o novo estilo de colaboração entre sacerdotes, religiosos e leigos; a participação dos leigos na liturgia, o anúncio da Palavra de Deus, a catequese, a multiplicação dos serviços confiados aos leigos e por eles assumidos, o florescimento de grupos e associações de espiritualidade e empenhamento laical, a participação cada vez mais significativa da mulheres na vida da Igreja e o seu compromisso na sociedade.

A renovação pastoral missionária da Igreja exige valorizar e estruturar a grande variedade de dons e modos de servir a Missão da Igreja. Lembremos, por exemplo, os ministérios litúrgicos como o diaconado, o leitor, o acólito, o cantor, o monitor, os ministérios pastorais como o serviço da animação missionária, o animador vocacional, o serviço dos pobres. Há serviços seculares que se podem transformar em ministérios eclesiais como o ministério da saúde, da justiça e paz, reconciliação, solidariedade social, acolhimento aos marginalizados, visita aos doentes, acolhimento aos emigrantes, etc.

S. Paulo dá-nos uma amostra de ministérios necessários à Igreja de Corinto, mas cada Igreja pode ter necessidade de outros ministérios e serviços e o Espírito Santo sabe disso melhor que ninguém.

Pe. Adélio Torres Neiva, CSSp
In "S. Paulo e a Missão sem Fronteiras" - Ed. LIAM
(Fim do post)
Foto: 9 carismasespirituais

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