quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

IRMÃ MADALENA VIEIRA, ESPIRITANA NA GUINÉ – BISSAU- SER FELIZ EM CABO VERDE, PORTUGAL, ANGOLA E GUINÉ - Conclusão


Angola, no coração....

Angola esperava por ela num dos momentos mais críticos da guerra civil, em tempo de marxismo-leninismo bravo. A Irmã Madalena chegou ao Lubango em 1981. Encontrou milhares de deslocados de guerra, vindos do interior da Província, a fugir das atrocidades da guerra. Para além do apoio humanitário, era importante garantir Escola e dar esperança de futuro ás novas gerações. Assim se lançou a Escola Arquidiocesana que chegou a ter 1400 alunos, da 2ª à 6ª classe. Construíram-se mais salas para a 7ª e 8ª classes. Mais tarde, apareceria o Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA), até ao 12º. A par deste investimento na Educação, a Irmã Madalena trabalhou no secretariado da Catequese e na pastoral da Comunidade de Lalula, nas periferias da cidade do Lubango. ‘Conseguir ajudar as pessoas era o desafio maior’ – confessa a Irmã que, em muitas ocasiões se sentiu triste e até frustrada por não responder às urgências de um povo martirizado pela guerra civil que teimava não terminar. A maior alegria, na hora do balanço, é a de ir recebendo cartas e notícias de Angola que dizem que alguns destes seus alunos são hoje quadros superiores do país, graças ao investimento que a Igreja fez na Educação. Nos angolanos, a Irmã Madalena sempre descobriu inteligência, simpatia, serenidade e capacidade de ultrapassar dificuldades. Estas atitudes facilitam o trabalho dos missionários.

Em 1996 foi escolhida para coordenar o trabalho das Espiritanas em Angola, vindo para Luanda durante 7 anos. A sua grande aposta, cujos efeitos hoje bem se sentem, foi na formação das jovens Espiritanas Angolanas. Terminado este trabalho, retirou-se para Portugal, onde a comunidade de Alcântara acolheu a sua alegria e disponibilidade.

Guiné, em chão Manjaco

A Guiné-Bissau foi o desafio que se seguiu e, a 1 de Dezembro de 2009, aterrava na capital para rumar em direcção do interior manjaco, ficando na Missão de Betenta. Chocou-a a pobreza extrema em que as populações vivem. Encorajou-a o compromisso do Espiritanos e Espiritanas em favor deste povo. Mantém forte a aposta na Educação, que ganhou estrutura com apoios, nos últimos anos, de numerosas instituições e amigos (recordo o Sol Sem Fronteiras, o IPAD, a FEC, as Escolas de Peniche...). O trabalho principal da Irmã Madalena tem sido a formação de Professores e a recuperação escolar de alguns dos alunos.

Uma queda obrigou-a a retirar da Guiné para uma cirurgia em Lisboa de que recupera. A vontade de regressar é enorme. Quer continuar a ser aquilo que sempre achou que faz parte do ADN de um/a missionário/a: pessoa de Fé, feliz, disponível, desinstalada, sempre pronta a servir.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

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