segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

SER MISSIONÁRIO NO JAPÃO


Desde há cerca de um ano e meio, concluído o curso de dois anos de língua japonesa, fuí nomeado pelo Arcebispo de Osaka para vir trabalhar em conjunto com um sacerdote japonês, de 72 anos, nestas duas paróquias de Takatsuki e Ibaraki. Eu vivo em Takatsuki e ele em Ibaraki, mas rodamos no trabalho, que fazemos e procuramos programar juntos com o Conselho dos fiéis.

Takatsuki é uma cidade de cerca de 440 mil habitantes e 1600 católicos e Ibaraki cerca de 220 mil pessoas e 800 católicos, o que está dentro da média nacional japonesa de menos de 1 % de católicos (0,33%). Mais do que paróquias em sentido territorial são duas comunidades, de origem muito recente, pois nasceram há menos de 50 anos, situadas entre Osaka e Quioto a antiga capital do Japão. Talvez por essa localização, são duas cidades muito aprazíveis e das quais gosto particularmente.

Evidentemente que, aquando da Primeira Evangelização do Japão por aqui passaram alguns missionários europeus, nomeadamente o Padre português Luis Frois, sj, que para além de notável acção apostólica desenvolvida escreveu várias obras sobre a Evangelização destas paragens e sobre um famoso samurai cristão, Justo Takyama Ukon, que acabou por ser exilado, aquando das perseguições aos cristãos, morrendo exilado nas Filipinas. Tem aberto o processo de beatificação.

Muito haveria a dizer sobre a Primeira Evangelização do Japão, iniciada no século XVI, por S. Francisco Xavier e concluída de forma muito trágica no Séc. XVII com a expulsão de todos os missionários e atroz perseguição aos cristãos, muitos dos quais acabaram por ser martirizados, de que é testemunho o Venerável Pedro Kibe e seus 187 companheiros mártires, que serão beatificados a 24 Novembro próximo, em Nagasaki ou S. Paulo Miki e seu companheiros.

Continua no próximo Post.

In Edição especial Agência Ecclesia – Em Missão, Out '08

Texto: P. Domingos Areais

Foto: DR

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