segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

D. PEDRO ZILLI, PRIMEIRO BISPO DE BAFATÁ – TRABALHAR POR MAIS FUTURO NA GUINÉ-BISSAU

Nasceu no Estado de S. Paulo, cresceu no Paraná. Padre do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME), foi nomeado Missionário para a Guiné-Bissau, onde chegou em 1985. Bafatá seria a primeira Missão onde voltaria em 2001 como primeiro Bispo desta recém-criada Diocese. D. Pedro Zilli partilha a sua vida e Missão neste país pobre e instável, onde a Igreja investe nas áreas da Pastoral, da Educação, da Saúde, da Comunicação, da promoção da Paz e do Diálogo InterReligioso. Veio a Lisboa intervir nos 20 anos da Fundação Evangelização e Culturas.

Da América para África

Deixou o grande Brasil, pela primeira vez, em 1985. Bafatá era uma povoação de interior de um país muito pobre. Teve dificuldades de integração, sobretudo por causa da língua. Mas vivia o dia a dia com o povo e sempre se sentiu acolhido. Pouco tempo depois, já estava em casa. A sua integração mede-se por estas palavras: ‘Houve um dia em que percebi que, ao falar da Guiné, falo sempre em primeira pessoa. Digo: ‘somos 10 a 15% de cristãos’...

De Bafatá a... Bafatá

Em 89 foi para a Missão de Susana onde esteve 5 anos. Depois, foi nomeado Superior Regional do PIME, vivendo em Bissau de 93 a 97.. Findo o mandato, foi nomeado formador de novos missionários no Brasil. Foi na sua terra natal que recebeu o convite para ser Bispo de Bafatá. Recorda: ‘nunca me passou pela cabeça que Bafatá viesse a ser uma Diocese e, muito menos, que eu fosse escolhido para ser o seu primeiro Bispo’.

Diocese de raiz

D. Pedro conhecia bem a terra, os missionários e o povo. Encontrou comunidades bem organizadas no meio de muçulmanos, evangélicos e seguidores da Religião Tradicional que aceitam fazer caminhada de fé com os católicos, em profundo diálogo e respeito. Tudo isto ajudou ao arranque de uma Diocese que não tinha nenhuma estrutura. A Casa Paroquial tornou-se Casa Episcopal e o Bispo viveu os primeiros tempos em comunidade com os outros Padres: ‘Perguntavam-me: ‘quantos Padres moram consigo? ‘ E eu respondia: ‘Eu é que moro com dois Padres! ‘‘. As estruturas foram nascendo com o tempo, á medida que os apoios foram chegando. D. Zilli agradece, entre outros apoios o de uma renúncia quaresmal do Patriarcado de Lisboa. O ‘pessoal missionário’ está a aumentar: ‘quando cheguei tinha nove padres e cerca de 30 irmãs e agora Padres já são 22. Tive a alegria de já ter ordenado 4 Padres diocesanos e acabo de ordenar um Diácono. Não me queixo’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST…)

Texto: Tony Neves iN Jornal da Verdade

Foto: DR

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

JOSÉ ALMEIDA, IRMÃO JESUÍTA – EDUCAR PARA OS VALORES NO COLÉGIO S. JOÃO DE BRITO - Conclusão

Um longo caminho

Daí para cá, não parou mais. Nada mais elucidativo que mostrar algumas datas do seu curriculum: ‘1993-1996, em Braga (estudos de filosofia e teologia) na UCP (Faculdade de Teologia); 1996 a 1998 em Lisboa – Magistério no colégio S. João de Brito (trabalho na pastoral e como prefeito dos alunos); 2000 a 2003, em Roma (licenciatura em ciências da educação com especialização em pastoral juvenil e catequética), na Univ. Pontifícia Salesiana; 2003 a 2006 em Cernache, Coimbra – no colégio do CAIC como professor de religião, Coordenador da Pastoral juvenil Intercolegial e vice- promotor vocacional dos Jesuítas; 2006 a 2007, em Salamanca (terceira provação), última etapa da formação formal de um Jesuíta antes integrar plenamente o corpo apostólico da Companhia de Jesus’.

Depois desta ‘peregrinação’, chegou ao Colégio S. João de Brito, em Lisboa, em 2007. Esta Escola, que aparece sempre nos primeiros lugares do ranking da Educação em Portugal, é uma espécie de ‘quartel general’ do irmão José. Ele é director do Secundário do Colégio; trabalha na pastoral juvenil e vocacional; faz trabalho pastoral no bairro do Pragal (Almada) onde existe uma comunidade de inserção da Companhia de Jesus; é membro da COMFORM/CIRP.

Como se sente?

Quando a Missão é muito plural, podemos-nos sentir um pouco perdidos e rebentados. O irmão José, responde assim á pergunta: ‘Sinto-me continuamente desafiado por Deus – que me continua a chamar – para colaborar na missão de Jesus Cristo que é a de ser alguém que passa pelo mundo fazendo o bem, comprometido no serviço gratuito e disponível aos homens; isto é “em tudo amar e servir”’.

Sente-se feliz. Para ele, como Jesuíta, ‘a felicidade é semente que foi lançada à terra, é conquista, é a certeza de que o possível foi feito. É aquilo que vem depois de um dia em que não fomos medíocres. Feliz é aquele que abre o seu coração às necessidades dos irmãos e não improvisa grandezas’.

A Maior Glória de Deus

É o lema dos Jesuítas do mundo inteiro e faz sentido que seja o lema de todos os crentes. Explica o Irmão José: ‘ Foi este desejo de mais, de chegar mais longe, a mais pessoas e a mais culturas, que impulsionou o crescimento da Companhia nos primeiros anos. Francisco Xavier partia para Oriente e morria às portas da China’

Numa entrevista recente dirigida aos alunos do Colégio de S. João de Brito, o Irmão José respondeu: ‘Desde que entrei no colégio, tenho duas grandes preocupações e agora ainda ficaram maiores. A primeira, são os alunos, porque gosto muito de me fazer próximo para os ajudar a crescer, ser amigo e ao mesmo tempo exigente. A segunda, é que vocês façam uma experiência de vida significativa, com tudo o que vos é proposto, que mantenham os valores do colégio. Tenho a certeza que assim serão muito mais felizes’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

JOSÉ ALMEIDA, IRMÃO JESUÍTA – EDUCAR PARA OS VALORES NO COLÉGIO S. JOÃO DE BRITO

De Oliveira de Azeméis ao Colégio S. João de Brito, o Irmão José Almeida percorreu um longo caminho. Jesuíta, divide o seu dia pela direcção do Secundário do Colégio, a pastoral juvenil e o compromisso com a comunidade do Pragal. Feliz porque realizado, propondo aos alunos desta Escola de referência que sigam os valores do Evangelho, para ‘maior glória de Deus’.

Dos moldes à Vida Consagrada

Nasceu e cresceu em Oliveira de Azeméis. Foi animador de jovens. Descobriu primeiro os Irmãos de S. João de Deus. Depois, os Missionários da Boa Nova. Mas a opção final foi pelos Jesuítas, como Irmão. Era técnico de moldes, mas não se sentia realizado no mundo da metalurgia: ‘Sentia que a minha vida devia ser tomada a sério e que Deus me tocava o coração de modo diverso ao qual eu não podia deixar de responder generosamente ou ficar indiferente. Posso dizer que este é o marco de viragem e de mudança da minha existência!’

Na rota dos Jesuítas

Fez o retiro de Exercícios Espirituais de Santo Inácio em Agosto de 1990. Foram 8 dias de silêncio e oração intensa, no fim dos quais decidiu entrar para o Noviciado da Companhia de Jesus em Coimbra, aos 24 anos de idade.

O Noviciado é um tempo muito especial: ‘Foram 2 anos de profundo e sincero discernimento vocacional para responder de modo responsável e livre a Deus que me chamava como seu discípulo e servidor do seu Evangelho’.

Fez os votos perpétuos de biénio de consagração religiosa, em 93.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST ….)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

P. RICARDO RAINHO, PÁROCO DE S. ANTÓNIO DOS CAVALEIROS E FRIELAS – MISSÃO CARMELITA NAS PERIFERIAS DE LISBOA - Conclusão


Pároco nas periferias de Lisboa

Pároco em S. António dos Cavaleiros e Frielas, vive numa comunidade com outros confrades Carmelitas. Diz: ‘Em primeiro lugar, ser pároco é a missão de alguém que tem uma responsabilidade acrescida no seio de duas comunidades, podíamos assim dizer. Em primeiro lugar sendo religioso e vivendo numa comunidade religiosa com mais três frades carmelitas todos temos a responsabilidade pastoral destas duas paróquias, é um trabalho de equipa. Em segundo lugar o pároco é aquele que tenta conduzir e guiar uma comunidade paroquial’.

Comunidades comprometidas

O P. Ricardo recorda-se bem daquele dia em que, há 14 anos, ali chegou para caminhar com as pessoas e ajudar a construir comunidade cristã: ‘ser pároco, para mim, é estar e caminhar com estas pessoas tentando aprofundar a vivência e amadurecimento da fé e, por outro lado, indo ao encontro daqueles que mais necessitam da nossa ajuda. A grande riqueza desta comunidade é o empenhamento de muita gente nas diversas áreas pastorais e que é exigente consigo própria e que desafia sempre o pároco para novas metas e novos desafios. A grande experiência de padre e de pároco é sentir-me querido, acarinhado, apoiado e ajudado nesta missão’.

Vigararia VIII

O Sr. Patriarca pediu-lhe uma outra responsabilidade pastoral: a de ser Vigário da Vigararia VIII da Diocese de Lisboa. Uma missão que parecia difícil, na hora do convite, mas que lhe tem dado uma enorme alegria pois sente-se apoiado por todos os padres que ali trabalham e que se apoiam e substituem uns aos outros, sempre que necessário. Conta o P. Ricardo: ‘Ser Vigário é uma experiência enriquecedora, sobretudo pelo excelente trabalho de equipa e de colaboração não só entre os padres e diáconos da Vigararia, mas também com os leigos nos diversos sectores da pastoral. Realço também a excelente relação e o ambiente de amizade e convívio que se estabeleceu entre nós, apesar da diversidade e proveniência dos diversos padres: diocesanos e religiosos, de diversas idades e de países tão distantes e diferentes’.

Em jeito de conclusão, o P. Ricardo afirma com felicidade: ‘Acho que digo tudo e que posso ser porta voz de todos se disser que estamos sempre desejosos que chegue o dia da reunião mensal da Vigararia VIII…’.

A Missão do P. Ricardo vai continuar na sua Comunidade Carmelita e nas Paróquias que lhe estão confiadas...

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

P. RICARDO RAINHO, PÁROCO DE S. ANTÓNIO DOS CAVALEIROS E FRIELAS – MISSÃO CARMELITA NAS PERIFERIAS DE LISBOA


O P. Ricardo Rainho é Carmelita. Fátima é terra de nascimento e referência incontornável. Fez estudos em Lisboa e Espanha. Trabalhou no Sameiro, em Braga. Pároco de S. António dos Cavaleiros e Frielas, no Concelho de Loures, é o Vigário da Vigararia VIII.

De Fátima a Fátima

Nasceu em Fátima. Cresceu numa família profundamente católica e foi a trabalhar, em part-time, na recepção da Casa Beato Nuno que conheceu os Carmelitas. Trabalhou e estudou largos anos sem pensar ser frade. Aos 17, fez um encontro nos Convívios Fraternos e a vocação religiosa começou a despontar na linha do horizonte da sua vida.

Decidiu que queria ser Carmelita e veio para Lisboa frequentar Teologia na Universidade Católica. Iria a Espanha fazer o Noviciado, professando em 1986. Regressou a Lisboa, terminou Teologia e lançou-se na Pastoral em S. António dos Cavaleiros e Camarate. Em 89 fez a profissão Solene na Ordem do Carmo e, no ano seguinte, foi Ordenado Padre na paróquia de Fátima.

No Monte Sameiro

Braga acolheu-o como jovem padre, sendo enviado ao Seminário Menor Carmelita, no Monte Sameiro para a formação dos seminaristas e pastoral vocacional. Foram seis anos em que sentiu que o semear e o colher não aparecem nas mesmas proporções.

Em 1996 foi enviado como coadjutor para as Paróquias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, tendo sido nomeado pároco um ano depois. A nível de família Carmelita, trabalhou na ‘Justiça e Paz’: ’que me ajudou muito a olhar para esta área com olhos diferentes e tendo ficado muito mais sensibilizado para toda a dimensão da presença e papel social da Ordem e da Igreja no mundo, sobretudo junto dos mais necessitados’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST…)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade – Perfil

Foto: DR

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

IRMÃ CARMO RIBEIRO, COMBONIANA – FELIZ EM MOÇAMBIQUE… A MISSÃO AGORA MORA AQUI - Conclusão

Finalmente, Moçambique

Moçambique, finalmente, apareceu-lhe na linha do horizonte. Estávamos em 1989, em plena guerra civil: ‘Entre tantos outros missionários que partilharam a sorte do Povo, já lá tinha morrido uma nossa irmã em 1983. Por isso me perguntaram se aceitava ir. Não queria acreditar, considerava um Dom tão grande, que não merecia! Aceitei com alegria! E tinha razão! Hoje sou o que sou, pela graça de Deus, e pelo que o povo moçambicano me ensinou e fez de mim. Principalmente os soldados e as mamãs! Nunca lhes agradecerei o suficiente’.

Trabalhou até 1998 na Paróquia de Matacuane (Beira), confiada aos Jesuítas. A irmã Carmo fez um pouco de tudo: formadora, catequista, professora, assistente social, sempre nunca contexto de guerra que a marcou: ‘Vivi dois ataques muito fortes, num deles não ficámos ali, por Providência, a bazuka que abriu uma cratera de mais de 3 metros, caiu a 5 metros do lugar onde estávamos aconchegadas umas às outras, a rezar’.

Com a chegada da paz, foi gratificante colaborar na reconstrução do país, sobretudo dos corações: os ‘cursos de paz’ ajudavam as pessoas a viverem juntas, reconciliarem-se.

Nampula acolheu-a em 1998, na direcção do Centro Catequético de Anchilo, uma referência nacional: ‘O Centro era considerado o Coração da Diocese. Todos os missionários, consagrados e leigos, sabiam ter ali um porto de abrigo em todos os aspectos. Depois, os novos que vinham, era ali que faziam o Curso de Inculturação’.Foi para a Escola de Nacala em 2001, regressando a Portugal em 2003. Resume: ‘Moçambique! Ali fui feliz!’.

Missão em Portugal

Após 18 anos de Missão fora de Portugal, o regresso não foi fácil. A Pastoral Juvenil Comboniana, a presença num bairro de imigrantes, Os Leigos Missionários Combonianos, os Animadores Missionários Ad Gentes, o trabalho voluntário no Centro Padre Alves Correia... são áreas de empenho da irmã Carmo em Portugal. Sobre o trabalho conjunto dos Institutos Missionários, confessa: ‘algo de novo está a nascer! É muito belo, o que está a despontar em Portugal, uma nova consciência de Igreja, de Missão, confirmada pela presença de Bento XVI e que continua a ser cultivada com tanta paixão por alguns profetas do nosso tempo que o Senhor concedeu a esta porção de Igreja, presente em Portugal’.

Texto: Pe. Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

IRMÃ CARMO RIBEIRO, COMBONIANA – FELIZ EM MOÇAMBIQUE… A MISSÃO AGORA MORA AQUI


Ler a Audácia deu-lhe uma grande vontade de partir em Missão. Moçambique marcou-a para sempre. Lá anunciou o Evangelho da Paz em tempo de guerra e ajudou a Reconciliar após o cessar fogo. De regresso a Portugal, a Missão continua, olhando com especial ternura os imigrantes e o empenho da Igreja Portuguesa ganhar um rosto cada vez mais missionário

O empurrão da ‘Audácia’

Nasceu em Leiria, de pai vidreiro e mãe camponesa. Encontrou os Combonianos aos 7 anos, numa visita à Escola. Assinou a Audácia e nunca mais desligou da Missão. Lia os testemunhos dos Missionários e sonhava ser como eles e partir um dia para aquelas terras onde era importante anunciar o Evangelho e combater a pobreza. Estava triste porque pensava que só os homens podiam ser Missionários, mas: ‘um dia com pouca luz, chuvoso, o dia em que estendida no chão num tapete, perto da janela da sala, lia a Audácia na página dos testemunhos… uma mulher, uma irmã! Levantei-me dando um pulo e gritei de alegria: “Afinal também há mulheres!”. E muito mudou na vida desta menina. Lutou muito contra a família para ser Missionária, contando só com o apoio do irmão.

Missionária segundo S. Comboni

Estudou à noite e só aos 24 anos iniciou a sua formação nas irmãs Combonianas, nos Olivais. Todas as manhãs, durante dois anos (1983-85), iam á Universidade Católica participar em aulas de Teologia: ‘Foi uma vivência muito marcante, pelos conteúdos e também pelo ambiente que se respirava na faculdade de Teologia, naquele tempo! Era o tempo dos grandes ideais, em que se acreditava com todas as forças que era possível viver o Concílio! E depois a camaradagem, era muito belo’.Depois, fez o Noviciado em Milão, no tempo do Cardeal Martini, professou em Lisboa e foi até Roma fazer um curso de Missiologia na Urbaniana, frequentando algumas cadeiras na Gregoriana.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST…)

Texto: Tony Neves iN Voz Verdade – Perfil

Foto: DR