terça-feira, 7 de junho de 2011

VOLUNTARIADO E MISSÃO - Jornadas Missionárias Nacionais em Fátima

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Há temas que a agenda do mundo nos impõe. Este é, por uma boa razão, um deles. 2011 é o Ano Europeu do Voluntariado e este é uma das expressões mais históricas e mais evangélicas do testemunho cristão. O ‘dar de graça o que de graça se recebeu’ é um apelo que atravessou os dois mil anos de história do Cristianismo, deixando um rasto de serviço, sobretudo, a favor dos mais pobres. Ao assumir o tema ‘Voluntariado e Missão’, as Jornadas Missionárias Nacionais, a realizar na Igreja da Santíssima Trindade, (Cripta – Convívio Santo Agostinho) de 16 a 18 de Setembro, querem dar o seu contributo à reflexão sobre a gratuidade do serviço da Igreja aos mais desfavorecidos das nossas sociedades.

Programa

As três grandes conferências tentam abranger as três grandes dimensões do Voluntariado hoje: ‘Voluntariado e desafios de cidadania’ abordará o sentido mais amplo desta disponibilidade para estar ao serviço da comunidade; ‘Voluntariado e nova consciência social’ trará uma abordagem mais focada nas experiências de Igreja no âmbito do serviço social que a Igreja presta; ‘Voluntariado com Missão’ incide na missão dos leigos que deixam a sua terra, a sua família e as suas seguranças aqui para oferecerem um, dois ou mais anos de vida numa Missão fora de portas.

Haverá três painéis de testemunhos em primeira pessoa, partilhando o Voluntariado que se faz nos compromissos sociais, na evangelização aqui e na missão lá fora.

Num tempo marcado pelo lucro, pelo sucesso e por uma perspectiva de vida individualista, o Voluntariado é um grande serviço prestado á humanidade, é um sinal de amor aos outros, sobretudo aos mais excluídos do nosso mundo.

Voluntariado Missionário

O Voluntariado Missionário está a fazer, em Portugal, uma ‘revolução silenciosa’ na Igreja e na sociedade. Foi em 1988 que um grupo de Jovens Sem Fronteiras foi enviado ao interior da Guiné-Bissau para cavar os alicerces da Escola Sem Fronteiras de Caio – Tubebe, no meio da etnia manjaca. Foi nesse mesmo ano de 1988 que o primeiro grupo de Leigos para o Desenvolvimento montaram a sua tenda em terras de S. Tomé e Príncipe para nunca mais de lá saírem. E depois partiram para Moçambique, para Timor, para Angola.

O Voluntariado Missionário é uma revolução na missão da Igreja por diversas razões. A primeira é porque se dá um legítimo protagonismo aos leigos que também têm o direito (e o dever) de partir para aquelas que foram chamadas as ‘linhas da frente da Missão’, outrora um exclusivo para membros consagrados de Institutos Missionários; o voluntariado missionário está a fazer uma revolução na Igreja porque envolve maias as famílias, as sociedades e as comunidades paroquiais. Quando partia o padre ou a Irmã, quase só o Instituto e os familiares directos davam por isso. Hoje, com a partida de leigos, as famílias sentem-se envolvidas, umas apoiam e outras colocam dificuldades, mas o certo é que ninguém fica indiferente. E – talvez o mais significativo – na hora do regresso, a partilha do testemunho e o envolvimento de familiares e amigos em projectos, faz com que a missão fique mais próxima das pessoas. O anúncio deste Evangelho libertador de todas as formas de opressão ganha um impacto mais forte quando os leigos se envolvem de alma e coração e levam para a missão o que sabem fazer e a fé que lhes vai no coração.

O Voluntariado Missionário é, na actualidade, um dos rostos mais visíveis da intervenção criativa da Igreja na evangelização, sobretudo com a participação dos jovens. Hoje há cerca de 40 instituições que preparam, enviam e acolhem no regresso Leigos (jovens e menos jovens) que partem em Missão.

Há uma nova onda missionária que não rebenta com a antiga, mas ajuda a aumentar o dinamismo no mar da Missão hoje.

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Pe. Manuel Durães Barbosa, CSSp

Director Nacional OMP

quarta-feira, 1 de junho de 2011

IRMÃ BLEZI, FRANCISCANA HOSPITALEIRA DA IMACULADA CONCEIÇÃO: DA PSICOLOGIA À VIDA CONSAGRADA - Conclusão

O tempo passou. O coração sentia um vazio. Parecia que Deus tinha desaparecido da minha vida. Mas, uma coisa era certa: apesar de sentir-me assim, um pouco triste, nunca deixava de ir à Eucaristia e receber Jesus, pois sentia que me fortalecia. Passaram-se 2 anos e eu já tinha tudo que sonhava: emprego, carro, amigos, família, etc., mas, tudo isso não me preenchia, continuava o vazio. E, como confiava em Jesus, perguntei-lhe: porque sinto isso, ajuda-me a resolver!

Como Deus é sempre fiel, surgiu a oportunidade de vir de férias a Portugal. Fui a Fátima. Tinha primos em Aveiro. Pensava eu que iria passar férias lá, mas Deus trocou tudo. Tenho duas tias religiosas; uma delas, nessa época, vivia em Portugal. Convidou-me a ficar em Fátima. Tal foi a minha surpresa que, em vez de ir a Aveiro, fiquei em Fátima. Conheci algumas Irmãs e, também, duas jovens que se preparavam para a vida religiosa. Ao conhecê-las, senti a felicidade delas. Eu também queria ser assim. Queria consagrar-me, mas não ser religiosa; tinha medo de, um dia, vestir o hábito. E minha alegria no coração era tamanha, que eu perguntava: Senhor, tenho minha vida organizada no Brasil… como vou fazer?

Voltei para a minha Pátria, em Maio de 2006. Procurei uma religiosa, para me ajudar a discernir. Vi que Deus me chamava para a consagração na vida religiosa. Teria que deixar família, amigos, emprego, etc. Deus deu-me forças; falei primeiro com meus pais e irmãos, tive a graça, porque eles me apoiaram; depois, veio a tristeza, porque eu gostava muito deles; deixei o emprego, e, naquela hora, sentia já uma alegria imensa. Estava certo que entraria para a vida religiosa, no Brasil. Mas, naquela época, não havia jovens para entrar. Teria que esperar mais um tempo, para começar com elas. O coração sentia que não podia mais esperar. E, com a força de Deus, disse à Irmã Responsável que queria vir morar em Portugal para fazer a formação. Apesar de ter sido difícil… tinha que deixar tudo… sentia muita alegria. Isto dizia-me que era vontade de Deus. Vivo em Portugal há três anos e seis meses. Professei temporariamente a 8 de Dezembro de 2010. Apesar das saudades da família, dos amigos, sinto-me feliz e não há dinheiro que pague a felicidade que é, para mim, seguir Jesus, neste estilo de vida.

Missão actual: como religiosa fui enviada novamente para o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em Lamego, desde o dia 10 de Janeiro de 2011. Trabalho na Pastoral juvenil, acolhendo os jovens e na catequese acompanhando um grupo de adolescentes e crianças. Além desta actividade pastoral, ajudo na missão de acolher os peregrinos que vêm a este Santuário Mariano

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR