quinta-feira, 29 de abril de 2010

JÚLIA, J. CARLOS E ANA SOFIA – FAMÍLIA SEMPRE EM MISSÃO - Conclusão

Espiritualidade Verbita

Momento forte das suas vidas foi o nascimento da filha no dia de Santo António, em 1981.

A ligação aos Verbitas foi aumentando com o passar dos anos. O Zé foi Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Verbo Divino (AAVD) e a Júlia sempre o acompanhou nesta missão. Garante o Zé: ‘o trabalho desenvolvido ao longo dos anos tem criado laços cada vez mais fortes com o SVD’.

Em finais da década de 90 surgiu a ideia de criar um movimento que congregasse as pessoas que, de algum modo, se sentissem tocadas pelo espírito Verbita do Pe. Arnaldo Janssen. Surgiu então o AMIVD, tendo este casal missionário sido eleito para a Direcção Regional de Lisboa, em 2003. As consequências foram claras: ‘Envolvidos por um cada vez maior espírito missionário passámos a frequentar com maior regularidade variados encontros missionários, designadamente as Jornadas Missionárias em Fátima’.

‘Diálogos’ em Missão

A Missão em família nunca foi descurada e a Ana Sofia cresceu neste ambiente. Confessa a mãe: ‘a Ana ia crescendo e nós procurámos que sempre nos acompanhasse para todo o lado, pois entendemos que as melhores lições são as que provêm do exemplo, e isso permitiu que ela fosse crescendo na fé em ambiente de missão. Isto foi dando vários frutos entre os quais em 2004 integrou o grupo Diálogos – Leigos SVD para a Missão e esteve um mês em Angola’.

Colégio e Prior Velho

Trabalham no seu Colégio D. Pedro V, no Algueirão. Além das aulas de EMRC, introduziram a catequese, pois verificaram que muitas crianças não tinham possibilidade de a frequentar na Igreja paroquial.

Ao verificar os enormes desafios a que a nova Paróquia do Prior Velho tinha que responder, o Zé e a Júlia decidiram, há 4 anos, integrar esta paroquial, confiada aos Verbitas e marcada pela diversidade étnica. A Missão ali acontece com naturalidade e eles participam nas actividades aí desenvolvidas.

Missão lá fora...

Mas há mais Missão a partilhar. Contam: ‘No futuro, ambicionamos fazer uma missão de pelo menos 1 ou 2 meses num país de língua portuguesa. Enquanto isso não é possível procuramos ser missionários “em casa”, ou seja, na família, na paróquia, no colégio que temos no Algueirão, e onde directa ou indirectamente a fé e a palavra de Deus nos guiam dia a dia, nomeadamente apostando na EMRC e na catequese, mas também na ligação escola-família, porque consideramos que esta é a base de uma educação sólida como a que tentámos sempre dar à Ana’.

Texto: Tony Neves in Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 26 de abril de 2010

JÚLIA, J. CARLOS E ANA SOFIA – FAMÍLIA SEMPRE EM MISSÃO



Sonham com uma Igreja mais Missionária. Por isso, comprometem-se como família, na Evangelização. Ligados aos Missionários do Verbo Divino, integrados na Comunidade do Prior Velho, fazem um apelo à participação nas Jornadas Missionárias Nacionais e à utilização, ano após ano, do Guião ‘Outubro Missionário’. Sonham partir, como família, em Missão lá fora.

Marcas das raízes

O Zé Martins nasceu no Bombarral. A Júlia é lisboeta de origem. Ele, aos 11 anos, entrou no Seminário do Verbo Divino, em Fátima. Só lá esteve um ano, mas a marca foi tão profunda que nunca mais se separou desta grande família missionária. Ela cresceu na Fé na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Lá pertenceu ao grupo de jovens e teve como assistente espiritual D. Albino Cleto, um padre que marcou a sua adolescência e juventude, ajudando-a a cimentar a fé. A maioridade obrigou a grandes mudanças na vida da Júlia: ‘aos 18 anos a minha vida alterou-se radicalmente. Entrei para o Instituto Superior de Economia, onde me licenciaria em Finanças e mudei de casa para a freguesia da Falagueira na Amadora. Se, por um lado, fui forçada a deixar o grupo juvenil que tanto me motivava, outros desafios se abriram, tendo começado a dar catequese’.

O Zé tem a alegria de fazer parte dos antigos alunos dos Seminários do Verbo Divino que, em 1974, lançaram as bases da sua Associação.

Família com Fé

1977. Conheceram-se fora das actividades da Igreja, mas o surgir de um projecto de vida para toda a vida tem muito a ver com a sintonia em questões de fé e compromisso pastoral. A celebração do Matrimónio foi, claro está, uma grande festa.

Casados de fresco, as suas vidas e compromissos pastorais foram, novamente, ajustados: ‘Quando casámos fomos morar para a freguesia da Venteira na Amadora e de imediato procurámos integração nas actividades da nova paróquia, tendo pertencido ao grupo de teatro e a um dos grupos corais. Mais tarde surgiu, por iniciativa do pároco, um grupo de casais que se reuniam para reflectir em conjunto. Aceitámos de imediato o novo desafio, o qual acabou por dar origem a duas Equipas de Nossa Senhora’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST....)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR


quinta-feira, 22 de abril de 2010

DAMASCENO, RAUL E ELSON, ESPIRITANOS - COM O POVO MACUA EM MOÇAMBIQUE - Conclusão


Formar os ‘ministros’

Os Padres e as Irmãs apostam sobretudo na formação dos líderes destes ‘ministérios’, visitando as comunidades e acolhendo-os no Centro Pastoral S. Francisco Xavier que foi construído em Itoculo. Lá se ministram cursos de 15 dias, uma semana ou um fim se semana para capacitar os líderes. As celebrações da Eucaristia e dos outros Sacramentos fazem-se em diversas capelas da vasta extensão da Paróquia / Missão, ou, muitas vezes, debaixo de mangueiras e cajueiros.

Pastoral integral

Ao olhar para o Plano de Pastoral da Paróquia, é impressionante ver o itinerário que pretende percorrer em 2010, com muitas acções a implementar. Estão previstas acções de formação para o Conselho Paroquial, os Anciãos das Comunidades, os Jovens, a Catequese, as Famílias, os Animadores Vocacionais, a Infância Missionária, a Justiça e Paz, as Escolas Comunitárias, a Ajuda Fraterna, as Mamãs, a Saúde, o Ecumenismo, a Comunicação Social, o Grupo Coral. É um Plano de Pastoral ousado numa área de acessos difíceis e onde as populações vivem numa pobreza confrangedora aos olhos de qualquer europeu que por lá passe. É uma Missão à prova da fé e da esperança.

Páscoa com Missão

Vivi lá a Semana Santa e a Páscoa. Acompanhei os Missionários nas visitas às Comunidades onde celebraram a Ceia do Senhor, a Paixão, a Vigília Pascal e o Domingo de Páscoa. Cerimónias longas e muito participadas, sempre celebradas debaixo de enormes cajueiros, Igrejas ao ar livre onde se louva a Deus na simplicidade e na pobreza.

Irmãs Espiritanas

As irmãs Espiritanas estão muito empenhadas na Pastoral, na Saúde, na Educação e no apoio aos mais pobres. Assim, construíram e dirigem um Centro Nutricional para apoiar crianças desnutridas e acabam de ver inaugurado o Internato de Meninas que vai permitir a 50 jovens das Comunidades do interior fazer estudos na Escola Secundária.

Foto e Texto: Tony Neves in Jornal Voz Verdade - Perfil

segunda-feira, 19 de abril de 2010

DAMASCENO, RAUL E ELSON, ESPIRITANOS - COM O POVO MACUA EM MOÇAMBIQUE

O Damasceno, o Raul e o Elson têm duas coisas em comum: são Espiritanos e vivem em Itoculo. Mas não estão só nesta missão difícil: partilham-na com as Espiritanas e com dezenas de Leigos comprometidos com as suas Comunidades. A pobreza é muita, mas a vontade de construir futuro é bem maior. Foi lá neste extremo norte de Moçambique que vivi a minha Páscoa 2010.

Três Missionários...

O Damasceno nasceu em Tours, na terra de S. Martinho. Cresceu em Mirandela. Foi ordenado Padre em 1999. Fez o seu estágio missionário com os Espiritanos na África do Sul. Está em Moçambique desde 1999.

O Raul nasceu e cresceu em Ponte de Lima. Fez o estágio missionário em Cabo Verde. Ordenado Padre no jubileu do ano 2000, trabalhou em Portugal na animação vocacional e juvenil. Como missionário partiria para o norte de Moçambique em 2009.

O Elson nasceu em Cabo Verde em 1989. Veio para Lisboa, em 2007, para estudar teologia. Chegou a Moçambique em 2009 para o seu estágio missionário.

Os três constituem hoje a equipa missionária da Paróquia de S. José de Itoculo, bem no interior da Diocese de Nacala, no norte de Moçambique. Quando se fala de opção pelos mais pobres, viver em Itoculo é praticar na perfeição a radicalidade desta escolha missionária.

Espiritanos em Nacala

Itoculo foi vila importante no tempo colonial. A guerra passou por ali e deixou um rasto de destruição, lançando o povo na mais terrível das misérias. Hoje, o centro parece ainda uma vila fantasma, com muitas casas destruídas, embora tenha sido uma das localidades escolhidas para ‘vila do milénio’, com apoio do Japão.

Os Espiritanos chegaram a Nacala em 1999, recuperando a Missão de Netia. Em 2004 inauguraram a nova Missão de Itoculo, com a responsabilidade de 77 Comunidades espalhadas por uma vastíssima área. Dividiram-na em três Regiões e em 15 zonas pastorais. Seguindo o estilo próprio da Igreja moçambicana, a organização é ‘ministerial’, na medida em que todas as comunidades estão preparadas para ‘sobreviver’ sozinhas, garantindo o essencial da vida cristã com os seus próprios dão um apoio precioso aos Padres na dinamização desta grande paróquia missionária. Os diversos membros das Comunidades respondem pela liturgia, jovens, família, acção social, direitos humanos, saúde, educação, catequese, ecumenismo e diálogo inter-religioso. As Irmãs Espiritanas, desde 2005, são um precioso apoio aos Padres na Pastoral integral.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: Tony Neves

quarta-feira, 14 de abril de 2010

FÉ, PAZ E SEGURANÇA - JOSÉ ALBERTO MARTINS, SARGENTO MOR, AGUALVA - Conclusão

Missão em Angola

Angola vivia tempos de guerra civil quando, em 1998, surgiu um convite para integrar as Forças de Observadores do Processo de Paz como Polícia Civil das Nações Unidas na Missão da ONU. Fez o Curso de Operações de Paz e lá partiu rumo ao sul de Angola (Ondjiva – Cunene), área marcada pela pobreza e pelos efeitos de uma devastadora guerra civil: ‘Ser integrado numa Equipa de 8 elementos de países tão diferentes como Mali, Zimbabué, Jordânia, Malásia, Índia, Bangladesh, Suécia e Portugal, dá para perceber a riqueza cultural, humana e linguística que daqui pode advir. Para não falar do ambiente familiar que conseguimos criar entre nós, como se de autênticos irmãos se tratasse’.

Como era o único português, servia de ponte com as autoridades, instituições e população civil. Acompanhava e fazia relatórios sobre a situação dos direitos humanos, visitava um Centro de Acolhimento para leprosos. Visitava a Missão Católica onde conheceu o Bispo da Diocese, D. Fernando Kevanu.

O J. Alberto realizou outra missão ao serviço da ONU, na República Democrática do Congo, em 2003 e 2004.

A paixão pela pastoral juvenil

De regresso à Agualva, coordenou a preparação de adultos para o Crisma, recebendo o convite do Pároco, em 2000, para coordenador do grupo de jovens, com cerca de 65 elementos. Para além dos momentos de formação e celebração, a aposta social e solidária tem sido forte: duas vezes por ano há recolha para p Banco Alimentar contra a Fome e, na 3ª quinta-feira de cada mês, faz-se um trabalho com os sem abrigo.

Integra os órgãos directivos do Centro Social e Paroquial de Agualva, com valências jardim-de-infância e ATL, convite que aceitou de alma e coração e com toda a disponibilidade quando se desligou do serviço profissional.

Conclui: ‘É assim o espírito de missão, o espírito de servir ‘…como Eu vos fiz a vós, fazei vós também uns aos outros...’:

A Missão não pára

O J. Alberto é casado, tem dois filhos e sente que a Missão lhe continua a correr nas veias. Confidencia: ‘Faz parte dos nossos planos, meu e da minha mulher, a muito curto prazo, a hipótese de nos dedicarmos a uma missão em África (São Tomé e Príncipe) mais propriamente no na ilha do Príncipe (Santo António) durante o mês em que ela tem férias, em Agosto, junto duma missão de Religiosas que prestam auxílio às populações’.

Texto: Tony Neves iN Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR

segunda-feira, 12 de abril de 2010

FÉ, PAZ E SEGURANÇA - JOSÉ ALBERTO MARTINS, SARGENTO MOR, AGUALVA


Em Castelo Branco como organista; na Agualva como animador juvenil; GNR, aqui, em Angola e no Congo ao serviço da segurança, da paz e dos direitos humanos; em casa, com a esposa e os filhos... a urgência da Missão faz do J. Alberto um cristão inquieto e comprometido. Agora, a disponibilidade é total.

Castelo Branco

Nasceu e cresceu em Castelo Branco no seio de uma família com dificuldades. A Fé fez sempre parte do seu dia a dia. Estudou no Seminário, a ‘Escola da sua vida’: ‘O Seminário era uma casa destinada à formação de homens nas duas componentes, humana e cristã. Diga-se em abono de toda a verdade que cumpria bem essa missão formativa’. Sairia de lá, empenhando-se na liturgia e na pastoral juvenil com os Redentoristas, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Castelo Branco.

A vida daria uma grande volta quando se incorpora como Soldado Instruendo do Curso de Sargentos Milicianos na Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas. Foi em 1977. Decidiu-se, depois, pelas Forças de Segurança tendo concorrido à GNR, onde foi admitido em 1979. Veio morar para o Cacém, onde se integrou na comunidade paroquial da Agualva. Em termos profissionais, daí para a frente, fez carreira, sendo promovido a 2º Sargento em 1983 , atingindo o topo, em 2004, com a promoção a Sargento Mor.

Empenhado na Agualva

A convite do P. Antunes, Pároco da Agualva, foi exercendo diversas missões pastorais. Começou por ser organista e responsável por um grupo coral. Depois, assumiu a preparação de pais e padrinhos para o sacramento do Baptismo de crianças: ‘Colaborei com o Pároco nesta tarefa, durante quase 5 anos, até ser convidado pela então coordenadora do Grupo de Jovens da Paróquia, a fazer parte da sua Equipa de Coordenadores. Estávamos no ano de 1994. Aceitei o convite e estive com os Jovens até 1998, data em que parti para Angola. Coordenei sempre o 3º ano do Grupo de Jovens que veio mais tarde a chamar-se de Grupo caridade’.

(CONTINUA NO PRÓXIMO POST...)

Texto: Tony Neves in Jornal Voz Verdade - Perfil

Foto: DR